Word of the Day

Tuesday, December 29, 2009

Tipagem sanguínea

Acabei de ouvir tipagem sanguínea no Jornal Nacional. Não basta tipo sanguíneo? Será que as palavras mais longas dão mais credibilidade? O dicionário Aulete registra tipagem, mas define-o como estabelecimento de um tipo, que eu interpreto como definição, classificação, categorização em determinado tipo, o que faz sentido dado o sufixo agem da palavra, que dá ideia de processo.

Monday, December 28, 2009

Eggplant

The words berinjela (Portuguese), melanzana (Italian), patlıcan (Turkish) all mean eggplant/aubergine and don't look much alike, but all of them (except eggplant, of course) come from Hispanic Arabic baḏinǧána, which in turn comes from classic Arabic bāḏinǧānah, which comes Farsi bātingān), as this source indicates. A few other cognates are found here.

More about berinjela/beringela here. I use berinjela because it's how I normally see it spelled and also because it has the j, just like Spanish berenjena.

Saturday, December 26, 2009

Myriameter

This word meaning 10 000 meters or 10 kilometers made its appearance in the Spanish program Saber y Ganar, which I highly recommend.

Friday, December 25, 2009

What do knee and generation have in common?

It occurred to me that the words pokolení (generation) in Czech (and pokolenie in Polish, поколение in Russian, etc.) and koleno (knee) in Czech (and kolano in Polish, колено in Russian, etc.) might be related, just like the Modern Greek word γενιά (generation) (pronounced yeniá in Greek) is related to γόνυ (knee) (pronounced γóni in Modern Greek) and the Latin generatio (generatio) and genu (knee). It all comes down to words like genesis, beginning, and Greek γονeίς (pronounced γonís), meaning parents. More here.

My Czech etymology dictionary, though, states that pokolení {generace; rod}. Všesl. - p. pokolenie, r. koléno, ch. pokoljénje. Nelze oddělovat od slova koleno, prý podle pradávného zvyku, kdy stařešina rodu bral novorozeně na kolena a tím je uznal za příslušníka rodu. V ie. jsou si skutečně názvy pro {koleno} a {rod, rodit} velmi podobné (srov. lat. genus {rod}, genū {koleno}), ale oba kořeny se obvykle považují za homonymní, which roughly means that no derivation can be obtained from koleno (knee), a folk etymology according to which an old woman of the family, tribe or clan would grap the newborn by the knee and would thus recognize him or her as a member of the tribe.

Thursday, December 24, 2009

Turma pela qual lutei muito para ter

Vê-se em algum lugar da Internet: Quando meus trigêmeos nasceram, eu optei por cuidar desta turma pela qual lutei muito para ter. Um belo exemplo de hipercorreção. Como na fala a maioria dos brasileiros não está nem aí com o pronome exigido pelo verbo numa oração relativa, por hipercorreção é-se tentado a inserir a preposição, mesmo onde não deveria aparecer. É o caso desta frase. O que da frase é objeto do verbo ter, que não exige preposição, e não do verbo lutar, que aqui é intransitivo. O correto e comum teria sido Quando ... por cuidar desta turma que lutei muito para ter.

Wednesday, December 23, 2009

O menino Sean

Por que sempre que falam do menino disputado pela família brasileira e pelo pai americano dizem o menino Sean (a maioria das vezes pronunciado Xã)?

Tuesday, December 22, 2009

Eu brigava mais a mulher

É o que disse o padrasto do menino em quem introduzia as agulhas. No início interpretei esse mais como mas, já que soam igual em grande parte do Brasil, e fiquei esperando a oração coordenada adversativa, mas ela não veio. Daí que finalmente me ocorreu que esse mais, por indicar adição, pode ser interpretado como Eu brigava com a mulher, o que me parece plausível. Até então as raras vezes que tinha ouvido esse mais sempre tinha sido fora na função de sujeito (Ele mais a mulher fizeram tal coisa), que tudo leva a crer que seja comum no Nordeste. Não imaginava que pudesse ter a função de antagonismo (ou companhia), como parece ser o caso nesta frase.

Wednesday, December 16, 2009

Prazeiroso

Acabei de ouvir Não estou nada prazeirosa em saber que... Em primeiro lugar que não é prazeirosa, é prazerosa, que vem de prazer, não de prazeir, e em segundo é que situações são prazerosas, prazenteiras, agradáveis, não pessoas. Pessoas podem sentir-se felizes, contentes, satisfeitas, animadas, mas não prazerosas.

Tuesday, December 15, 2009

Brídege

Pensei que fosse erro da autora, mas é brídege mesmo. Consta deste dicionário brasileiro e deste português. A julgar pelo que aparece na Internet, é bem mais comum em Portugal que no Brasil.

Saturday, December 12, 2009

Escolta

Na edição de 11 de dezembro do Jornal Nacional ouve-se escolta com o fechado. Será que não há nenhuma asessoria linguística antes de o jornal entrar no ar?

Thursday, December 10, 2009

Ajunge

The Romanian verb ajunge means to arrive as well as the Portuguese verb chegar. The funny thing is that Portuguese uses Chega (third person singular present of the verb chegar) to mean Basta, It's enough, the same way that Romanian uses Ajunge. Those are the only two languages that I know of that use arrive to mean it's enough.

Wednesday, December 9, 2009

Ready and worn out

Why is it that fertig in German, hotový in Czech and kész in Hungarian, besides the common meaning of ready, colloquially also mean worn out? I bet German influenced the other two languages.

Tuesday, December 8, 2009

Esperar

"Cerca de 15% de nossos alunos não conseguiram um IMC menor que 30, portanto, esperamos que dezenas deles não completem o curso", disse à BBC James L. DeBoy, chefe do departamento de Saúde, Educação Física e Recreação da universidade.

Que faculdade não gostaria que seus alunos completassem o curso? Acho que se quis dizer que eles preveem, estimam, calculam, etc., que tantos alunos não completarão o curso. Deve ter sido uma tradução mal feita do inglês, que deve ter dito algo como We expect that tens of them will not finish the course. Há que ser mais atento.

Procurando um pouquinho, achei a declaração original: "Around 15% of the student population each fall has failed to earn a BMI of less than 30," he told the BBC World Service. So we anticipate two dozen not being able to complete the course."

Monday, December 7, 2009

Liszt

I stumbled upon the translation of the Hungarian composer Franz Liszt's (or in Hungarian Liszt Ferenc) last name in a dictionary. It means flour in Hungarian. Come to think of it, I had a classmate called Farinha (flour in Portuguese).

Sunday, December 6, 2009

Bofete

Ouvi Bofete com e aberto na edição de 04 de dezembro do Jornal Nacional. O pessoal de Bofete (e fechado, como se diz na cidade e região) deve ter achado o máximo.

Acréscimo: já na edição de 08 de dezembro se ouve Bofete com e fechado. Talvez a redação tenha sido alertada por algum habitante da cidade.

Wednesday, December 2, 2009

Sura

I just learned here that sura, besides a chapter of the Koran, also means calf of the leg. It exists in Portuguese, Spanish, English and Italian, among others.

Tuesday, December 1, 2009

左利き(hidarikiki)

I found out that the Japanese word 左利き(hidarikiki) means both left-handed and (heavy) drinker. I wonder what is the connection between someone who drinks a lot and the left hand. Do they get so wasted that whatever they do looks as if executed by the left hand of a right-handed person or does it mean that lefties drink more than righties? Or maybe that Japanese drinkers use their left hand to raise their glasses?

Monday, November 30, 2009

Unpleasant alliteration

Yesterday I came across this Czech sentence for a pick-up service for people who have had one or two drinks too many at bars, restaurants and the like (a tipsy tow, as you can see on several web sites): Odvezeme vás a váš vůz. (We will take you and your car). The grammar is fine, but there are two many v's in this short sentence. I think it would be better if it were Odvezeme vás a vaše auto.

Sunday, November 29, 2009

Xepa

Hoje aprendi em primeira mão, ou direto da boca do cavalo, como dizem os ingleses, que aquilo que eu conheço como bituca, em Santa Catarina se conhece como xepa (que também tem várias outras acepções, como se pode ver no dicionário). Já sabia que no Rio de Janeiro se diz guimba, e procurando um pouco mais, descobri que em Portugal se diz beata, palavra também registrada no Aulete, que é brasileiro, sem menção de região. Na definição de guimba, também se lê bagana (nunca ouvi), beata (descobri hoje), bigu (nunca ouvi), bituca (a que uso), chica (para mim é hipocorístico de Francisca), goia (só ouvi falar de Goa, na Índia), menor (só conheço com outro sentido), piola (conheço piolho), ponta (vaga demais), prisca (há uma bebida peruana com um nome parecido), pucho (conhecia em espanhol, não sabia que existia em português também), vinte (para mim era só um numeral), vintes (o plural do número?), xepa (que descobri hoje mas conhecia com outros significados). Não sei se há um termo neutro que se poderia usar em toda a lusofonia, talvez ponta de cigarro, definição que os dicionários apresentam.

Saturday, November 28, 2009

Chamizo

Una cosa que ya había visto pero que no sabía nombrar.

Monday, November 23, 2009

Méndolin

Acabei de ouvir uma famosa dupla sertaneja referir-se a um instrumento como méndolin (vou de ouvido). Será que estão falando do bom e velho bandolim? Terão usado o inglês mandolin?

Thursday, November 19, 2009

Extingüiu

O Jornal Nacional, que tem um compromisso nacional com a língua portuguesa, além de dizer récorde, ontem saiu com extingüiu. Usei o trema para mostrar a pronúncia. Mesmo antes da reforma ortográfica, extinguir não tinha trema e o gui não se lia/lê como o gui de pingüim (pinguim depois da reforma), mas com o mesmo gui de guitarra. O mesmo vale para distinguir.

Wednesday, November 18, 2009

Birthday song

I just saw on TV that a certain Brazilian show is celebrating its tenth anniversary, to which they played Happy Birthday to You. I thought how someone's language can influence one's behavior. Portuguese speakers, who have only one word for anniversary and birthday, aniversário, may not see a problem playing and/or singing that song to an anniversary, but speakers of languages that differentiate between anniversaries and birthdays, like English, might find that odd.

Sunday, November 15, 2009

Que le deja a uno perplejo

Recomiendo a todos que lean este artículo, pero hablando de economía, le pondría apenas un reparo: mejor sería eliminar el le en Con una profundidad que le deja a uno perplejo.

Wednesday, November 11, 2009

Tic-tac

Juro por Deus que quando terminei de ler a palavra tic-tac nas famosas balas de apenas duas calorias: Um pesadelo que se mede em tic-tacs do relógio, do qual se foge permanentemente. Mas será mesmo isso? Depois ao continuar a leitura que me dei conta de que se trata do tique-taque do relógio.

Tuesday, November 10, 2009

Mercado túrgido

Apesar de túrgido ser sinônimo de inchado, não me convence mercado túrgido, como se vê aqui (A situação se agrava por dois motivos: um que todo mundo que sabe um tostão de uma língua estrangeira quer ser tradutor; outro que "tradutor e intérprete" virou curso da moda e há dúzias de faculdades diplomando centenas de bacharéis por ano. O mercado está túrgido.) Em língua também são importantes as combinações léxicas (chamadas collocation em inglês). Não se diz, por exemplo, que alguém está extremamente enganado (pelo menos não que eu saiba), mas que está redondamente enganado. A palavra redondamente combina-se muitas vezes com o adjetivo enganado e outros advérbios seriam considerados estranhos nesse contexto. Outro exemplo seria a torto e a direito. Um a direito e a torto seria esquisitíssimo. Da mesma forma, na minha opinião, em bom e idiomático português diz-se que o mercado está inchado ou saturado. No Google aparece só uma ocorrência de mercado túrgido, e é exatamente do mesmo blogue de onde extraí o excerto.

Monday, November 9, 2009

Pode mim mandar

"Se tiver outras receitas, pode mim mandar." Se você acha que quem escreveu esta frase é um estrangeiro, enganou-se redondamente. Foi escrita por uma brasileira, baiana para ser mais exato. Não entendo o que esse mim possa estar fazendo aí. Em linguística se diz que todo erro tem sua razão de ser, com o que concordo, mas em todos os meus anos de vida nunca ouvi ninguém dizer isso, nem os mais humildes nem as crianças que estão aprendendo a falar. O estranho é que há 54 100 casos de pode mim na internet. Não é possível que se trate de um erro de digitação, porque o e de me e o i de mim estão bem longe no teclado. Mesmo se fosse de digitação, o que explicaria esse de m de mim? Ou será que essas 54 100 pessoas escreveram isso para fazer graça? Mas vários dos contextos em que se encontra pode mim não têm nada de cômico. Se alguém tiver uma explicação, por favor ilumine-me, que eu estou boquiaberto.

Thursday, November 5, 2009

Duocentésimo

Não obstante o que digam 2 620 páginas em português, o ordinal de duzentos ainda é ducentésimo, com 48 400 entradas.

Wednesday, November 4, 2009

Telefone militar

Deve ser diferença entre gerações, pois o autor do blogue é consideravelmente mais velho do que eu, mas é a primeira vez que vejo telefone militar. Sempre conheci como telefone sem fio. É bem provável que tenha outros nomes em diferentes regiões do Brasil e pelo mundo lusófono.

Tuesday, November 3, 2009

Smooth

Even though English smooth has a voiced th, Japanese borrowed it with both a voiceless th and turned it into sumuusu (スムース) and with a voiced th and transformed it into sumuuzu (スムーズ)as Japanese doesn't have either the voiced or the voiceless th. It looks like the person that first transcribed smooth as スムース didn't know enough English.

Monday, November 2, 2009

Mau humores

No mesmo programa em que ouvi distimia, também ouvi mau humores (ou mal humores, no Brasil não dá para saber). Se humor é substantivo, o que o qualifica é um adjetivo, e esse adjetivo deve concordar com o substantivo em gênero e número, portanto maus humores. Não sei se a pessoa interpretou o mau de mau humor como advérbio (mal) e por isso não a flexionou, como não se flexiona em mal-entendido (plural: mal-entendidos), simplesmente porque aqui mal é advérbio e os advérbios são invariáveis. Em páginas em língua portuguesa aparece mal humores 541 vezes, mau humores 1 020 vezes e maus humores 10 300 vezes. Vê-se que o correto está ganhando, mas as outras duas formulações também estão presentes.

Notei que a mesma hesitação existe em espanhol: 9 300 páginas em espanhol para mal humores, 15 400 para malhumores e 25 800 para o correto malos humores.

Sunday, November 1, 2009

Distimia

Acabei de aprender essa palavra no Programa do Jô.

Saturday, October 31, 2009

Neviem byť sám

I have just realized, upon listening to the song Neviem byť sám (I can't be alone), that Slovak, unlike other Slavic languages, at least Czech, Russian and Polish, doesn't have the equivalent to the verb umět (Czech), umieć (Polish) and уметь (read as umet', Russian). They use the verb vedieť instead, whose counterpart could not be used with another verb in the infinitive in the other other Slavic languages. In Czech it would be Neumím být sám, in Polish Nie umiem być sam, and in Russian Я не умею быть одним (roughly Ya ne umeyu byt' odnim).

Sunday, October 25, 2009

Treliche

Acabei de ouvir treliche. Isso mostra como os falantes são criativos. O beliche, que muitos falantes pronunciam biliche, por influência do i da segunda sílaba, é interpretado como bi (dois) + liche (que não significa nada). Daí para treliche foi um puro.

Friday, October 23, 2009

Somali

Ao contrário do que se disse ontem por três vezes no Jornal Nacional, a pronúncia correta é somali, com acento no i, como não poderia ser diferente, já que se trata de palavra terminada em i, como aqui, ali, caqui, Borebi, etc. Ver também aqui e aqui.

Wednesday, October 21, 2009

Pronto in Czech

I'm reading a book by John Katzenbach in Czech, Vražedné alibi, English original title Just Cause. I don't think the translator's choice of words was very felicitous in this sentence: No, tak v tom případě doufám, že umíš psát stejně rychle jako řídit. Místní zprávy už se dožadují průklepu a do prvního vydání sotva pár hodin. Pohni zadkem a doval se sem, pronto. Translation: Well, in this case then I hope you can write as fast as you drive. The local news requires a carbon copy and it is only a couple of hours until the first release. Move your ass and get here, pronto.

What happens is that pronto, Spanish for soon, has become a part of American speech, but it hasn't in Czech. I doubt most Czech speakers know what that pronto means (the few who do normally associate it with Italian - and Portuguese - pronto, meaning ready. The translator should have used something that is easily identify by all (or most) readers.

Tuesday, October 20, 2009

Acusa-se alguém por algo?

Irã acusa EUA e Grã-Bretanha por terrorismo

Que belo cruzamento sintático! Ou se acusa alguém de algo ou se reponsabiliza alguém por algo. Aí temos um pouquinho das duas.

Monday, October 19, 2009

O plural de anfitrião

Depois de o irmão e a cunhada da minha esposa terem pernoitado na nossa casa, disse à minha esposa que esperava termos sido bons anfitriãos. Mas no mesmo instante assaltou-me a dúvida: ou será anfitriões, ou anfitriães? Em todos os meus anos de vida, que não são tantos assim, acho que nunca precisei usar anfitrião no plural. Há um truquezinho que muitas vezes (mas nem sempre, como huracán, huracanes; furacão, furacões e não furacães) dá certo para averiguar o plural das palavras em ão em português: compará-las com o espanhol. Se em espanhol a palavra termina em anes, em português é ães (alemán - alemanes; alemão - alemães), se termina em anos, em português é ãos (ciudado, ciudadanos; cidadão, cidadãos) e se termina em ones, em português é ões (corazón, corazones; coração, corações). Ou seja, basta retirar o n de anes, ones e anos e pôr um til no a ou o. Entretanto, em português também há uma tendência muito forte de o plural em ões, o mais comum, ser usado em detrimento dos demais. E daí imaginei: será que anfitrião é uma daquelas palavras que aceitam dois (anfitriões, anfitriães) ou até três plurais (anfitriões, anfitriães, anfitriãos). O mais estranho é que o Aulete indica anfitriãos como o plural, mas parece ser a única fonte que assim o faz, o que me faz crer que houve erro de digitação ou erro mesmo. O Ciberdúvidas refere anfitriões e grande parte dos dicionários cala quanto ao plural de anfitrião (será que por medo de tomar partido?)

Thursday, October 15, 2009

Restituição pago

Restituição do IR será pago ainda este ano

Dois erros em oito palavras. Primeiro que restituição é feminino, como qualquer criança de três anos sabe (claro, não com estas palavras) e pago está no masculino. E segundo que não se paga a restituição do IR, faz-se, realiza-se, efetua-se, etc.

Wednesday, October 14, 2009

E-mailar?

Me e-maile (rschaitza@gmail.com) e trocamos mais figurinhas porque eu já soube que o aluguel de espaço para tricotar aqui no blog do Danilo tá mais caro que o metro quadrado na Vieira Souto!

Trata-se muito provavelmente de uma tradutora, que está acostumada à característica do inglês de verbalizar (sic) tudo, inclusive e-mail, mas pergunto-me se ela é a única que o faz ou se já há muita gente por aí com o mesmo hábito. Na Internet aparecem uns milhares de exemplos, mas será que há alguém que profira esse verbo oralmente? Todos sabemos que papel aceita tudo, mas será que a boca e os ouvidos também?

Friday, October 9, 2009

Изговор на германски имиња

Својата прва книга кратки раскази ја објавува во 1982 година, во цензурирана верзија, а од 1987 година, заедно со својот сопруг, писателот Ричард Вагнер се отселува во Германија.

Мислам дека транслитерацијата Риxард Вагнер е подобра бидејќи неговото име е германски и не англиски. Но проблемот е дека многумина, кога гледаат странo име, го изговараат англиски.

Wednesday, October 7, 2009

Fagocito e leucocito, mas macrócito

Ontem descobri algo que me pareceu bastante estranho ao fazer uma tradução. Em português diz-se fagócito, leucócito e macrócito, todas proparoxítonas, mas em espanhol fagocito, leucocito, paroxítonas, e macrócito, proparoxítona, o que quebra o paradigma. Daí me ocorreu outro caso semelhante: em português atmosfera e biosfera, ambas paroxítonas, mas em espanhol atmósfera, proparoxítona, e biosfera/biósfera, paroxítona ou proparoxítona. Vá entender!

Saturday, October 3, 2009

H falante

Em português, como se sabe, o h inicial não tem som, entretanto há algumas palavras, das quais duas me ocorrem, que se escrevem com h, mas são pronunciadas como se fossem escritas com r inicial: hanseníase e hóquei. Nem o Aulete, brasileiro, nem o Priberam, português, se manifestam sobre a pronúncia dessas palavras, que têm o h aspirado em norueguês e inglês, respectivamente. O Priberam não conhece hanseníase e o Aulete diz que é um brasileirismo. Isso tudo pode ser interpretado de duas formas: há falha nos dicionários, que não incluíram a pronúncia do h, que seria "aspirado", o que na prática teria o som do r inicial, pelo menos no Brasil, ou então essas duas palavras deveriam ser pronunciadas anseníaze e óquei.

Wednesday, September 30, 2009

Tuesday, September 29, 2009

Second and vteřina

It occurred to me that Czech vteřina (second, as in minutes, seconds and hours) is related to the ordinal second (which brings me to the question: why did they choose second over all other ordinal numbers to name a unit of time?). Second in Russian is второй (vtoroy). Even though second as a number is druhý in Czech, you still see that stem under disguise in úterý (Tuesday), related to Polish wtorek and Russian вторник.

Monday, September 28, 2009

Bolsista

I just found out that in Mexico pickpockets are called bolsistas (the general Spanish word seems to be carterista). The funny thing is that bolsista in Portuguese means a scholar (sense 3). It would be funny to hear in Mexico Fui atacado por un bolsista, which a Portuguese speaker would interpret it as someone being attacked by a scholar.

Wednesday, September 23, 2009

A vida as transformaram

Não, você não leu errado, é isso mesmo que está escrito, e redigido por um mestre em Letras: http://oriundi.net/index.php. Tudo bem que alguém se possa sentir tentado a pôr o verbo no plural por causa daquele as, mas o sujeito continua singular, e é tão simples encontrá-lo nesta frase.

Tuesday, September 22, 2009

Popleteme hlavu

I have just seen the motto of a store in Brno which made me giggle:

Popleteme Vám hlavu.
(We will mess up your head.) But popleteme also means to weave, to knit, to plait.

And under it:
Afroúčesy
(Afro hairdos.)

Monday, September 21, 2009

Implume

El diccionario define implume como que no tiene plumas, pero el genial Gabriel García Márquez le ha dado un significado mucho más poético para referirse a los analfabetos, como en este fragmento: Después, cuando lo pasaron a otros cargos, le sobraba tanto amor por dentro que no sabía qué hacer con él, y se lo regalaba a los enamorados implumes escribiendo para ellos cartas de amor gratuitas en el Portal de los Escribanos (El Amor en los Tiempos del Cólera).

Sunday, September 20, 2009

Orient and origin

The word Orient, or the East, is where the sun "is born", from Latin orior (to be born), thence origin, originator, original, etc. I recently found out that Hungarian uses the same concept to express the idea of originate and Orient. Kelet is East, Orient, and keletkezik is originate. I was somewhat surprised because Hungarian is the only non-Indo-European language I've come across that does that. I wonder if it is a calque. But from what language? German doesn't do that, at least I can't think of such words. Maybe from a Slavic language, like Czech východ (east), východ slunce (sunup, sunrise), vycházet (to go/come out).

Saturday, September 19, 2009

Insipiente

O insipiente a que me refiro é com s mesmo e significa ignorante. Incipiente com s é algo que está começando. O que me levou a insipiente foi o italiano desipiente, que descobri hoje e que, segundo o dicionário, tem um s surdo e não sonoro, o que faz muito mais sentido e promove uma associação mais rápida com sapere. Tentei desipiente (sic) e dessipiente (sic) em português e não encontrei nada, daí tentei insipiente e cheguei a esta maravilhosa palavra.

Thursday, September 17, 2009

Tuesday, September 15, 2009

Apenas em português e em espanhol

Apesar de apenas em espanhol significar só, escassamente, como em português, quase sempre se usa no sentido de mal, praticamente não. Uma frase como Son sinónimos, significan lo mismo. En España "mas" apenas se usa en el lenguaje hablado poderia ser interpretada por um lusófono desavisado como Na/Em Espanha "mas" apenas se usa na língua falada, em vez do correto e de significado oposto Na/Em Espanha "mas" praticamente/quase não se usa na língua falada.

Sunday, September 13, 2009

Živočichopis

I like the way Czech forms some compounds, and Živočichopis, a book with animal tales (živočich = animal) published in 1962, is certainly one of the words I like. It's similar to lots of words ending in pis (writing), such as dějepis (history; děje = events), zeměpis (geography; země = earth) , přírodopis (natural history, příroda = nature), místopis (local geography; místo = place), lékopis (pharmacopoeia; lék = medicine, medicament). Another such word is cestopis (travel writing, but I've also seen travelogues in English; cesta = trip, travel), which boasts its own section in some Czech bookstores.

Saturday, September 12, 2009

Antecipar

Parece que português é a única lingua europeia que diz antecipar. Em espanhol e catalão é anticipar; em italiano, anticipare; em francês, anticiper; en romeno, anticipa; e em inglês, anticipate. Todos vêm do latim anticipo, anticipare, que também tem i, e não e. Talvez em algum momento da história da língua portuguesa anti, que em latim era variante de ante, tenha sido substituído por ante por dar ideia de anteriorida e não de contrariedade, o que tem a sua lógica, mas não tem respaldo etimológico. Além do mais, anti como contra é de origem grega, não latina.

Friday, September 11, 2009

Her whose?

An excerpt from a book I'm reading (State of Mind, by John Katzenbach). The comments in parentheses are mine.

The woman (a very sensitive worman working at a hospice) remained quiet.
Susan (her mom has cancer) could feel her (whose?) tears welling up in her (whose?) eyes. She thought that her insides were suddenly being twisted and then ripped by a great, cruel claw.

When I first read this sentence, I for a second or two thought it was the woman at the hospice who was crying, not Susan, but then I read the rest and everything was clear. Other languages wouldn't have this problem. Scandinavian languages have a set of pronouns for his, her, and their and another set for something that refers to the subject of the sentence. The same happens in Slavic languages and Latin.

In English: She saw her mom. It could be her own mom or somebody else's.
In Swedish: Hon såg sin mor. (It's her own.) Hon såg hennes mor. (It's somebody else's).
In Czech: Ona viděla svoji matku. (Her own.) Ona viděla její matku. (Somebody else's.)
In Latin: Vidit suam matrem. (Her own.) Vidit eius matrem. (This could be his or her - somebody else's - mother, so there's a little ambiguity here as well.)

In Czech, though, svůj is being replaced by corresponding first and second person singular and possessive adjectives. The third person, however, seems to be preserving svůj (and variations) the hardest, probably because of the ambiguity that such a loss could entail.

Thursday, September 10, 2009

Aixoplugar

I came across this Catalan word today meaning to shelter from the rain. It can be used reflexively, aixoplugar-se, to take shelter from the rain. This dictionary says it comes ultimately from the word espluga (cave), very similar to the English word spelunking. An example sentence I found on the Internet: La primera explica que amb una tempesta es va aixoplugar a la casa una pastora que buscava les seves cabres per la zona. Translation: The first one explains that with the storm she took shelter from the rain at the house of a shepherd who was looking for her goats around the area. You can't get more concise than this.

Wednesday, September 9, 2009

Então tá

Tá é uma pronúncia coloquial de está (da mesma forma que tô, tão, tava, etc.) que qualquer falante de português conhece e usa. Mas acho que há uma colocação em que usar está no lugar não daria certo: então tá (para indicar acordo, anuência). Então está simplesmente não é idiomático.

Monday, September 7, 2009

Desde do

Acabei de ver uma coisa que muito me surpreendeu: Este (sic) dois era extremamente perversos e maltratavam o menino-escravo desde do raiar do dia, sem lhe dar trégua. Nunha tinha visto desde do, o que é estranhíssimo, porque desde já é preposição, mas agora vejo que o erro é frequente.

Saturday, September 5, 2009

Trabalhar de casa

O grupo de brasileiros com o qual estive ontem usou várias vezes a expressão trabalhar de casa. Referem-se ao fato de, apesar de seguirem uma rotina diária numa grande empresa de computadores, às vezes podem dar-se ao luxo de permanecer em casa e entregar relatórios e outras atividades pelas quais são responsáveis pelo computador, algo que parece fazerem uma vez por semana. Não entendi por que diziam trabalhar de casa e não trabalhar em casa. Para mim trabalhar de teria de ser seguido pelo nome de uma profissão (trabalhar de professor, de farmacêutico, de engenheiro, etc.). Acho que a distinção que fazem é que trabalhar em casa seria trabalho doméstico, próprio de uma dona de casa, e trabalhar de casa seria o que expliquei acima. Mas mesmo assim não consegui entender de onde tinham tirado esse de, até que minha mulher sugeriu que talvez venha do inglês to work from home. Como a tradução mais comum de from em português é de, transportaram a estrutura para a língua portuguesa. Vejo que eles não estão sozinhos nisso de trabalhar de casa, há quase três milhões de ocorrências dessa expressão na Internet. Mas por algum motivo, a mim soa melhor, ainda que incorreto, trabalhar desde casa, que também está muito bem representado na Internet, ainda que em menor número que a primeira expressão. Sei que em português, ao contrário de espanhol, desde só tem valor temporal, e não local, mas o emprego da preposição desde agrada-me mais do que de neste caso.

Friday, September 4, 2009

Negation in different languages

A revolution takes place when a sentence is negated in some languages. Let's take a look at a few:

In English:
English uses auxiliaries do and does to form negations, something uncommon in other languages. He works becomes he doesn't work.
English also uses some in affirmative sentences and any in negative sentences.

In French:
French makes extensive use of partitive articles. A sentence like J'ai bu du lait (I drank some milk) becomes Je n'ai pas bu de lait (I didn't drink any milk), where you can see that the masculine partitive article du becomes de when the sentence is negated.

In Polish:
Most Polish verbs require the accusative, as in Czytam książkę (I am reading a book). In the negative, however, the genitive replaces the accusative: Nie czytam książki.

A similar situation can be found in Czech with expressions like není divu (no wonder), není dne, aby (no day goes by without), etc.

In Hungarian:
Hungarian uses coverbs, particles with a meaning placed before verbs. A sentence like A lány bemegy (be is the coverb) a szobába (The girl goes into the room) becomes A lány nem megy be a szobába.

In German:
German uses so-called negative articles in sentences with a direct object. Ich habe einen Bruder (I have a brother) becomes Ich habe keinen Bruder (I have no brother, I don't have a/any brother).

In Dutch:
Same thing as in German: Ik heb een broer (I have a brother) - Ik heb geen broer.

In Swedish:
Swedish subordinate clauses have the same word order as English, except when you have a negation (among other things): Mannen talar inte svenka. (The man doesn't speak Swedish), where inte (not) is placed after the verb, and Han vet att mannen inte talar svenska. (He knows that the man doesn't speak Swedish).

In Basque:
Gazta erosi dut (I have bought some cheese) and Ez dut gaztari erosi (I haven't bought any cheese). Also note the word order. In the affirmative sentence the verb is placed at the end of the sentence; in the negative sentence, the verb is placed right after the negation (ez), which is fronted.

Tuesday, September 1, 2009

Mandarinka a banán

I walked by so fast that I wasn't able to catch what exactly it is, but it seemed to be the name of a Czech painting. Under the Czech name was the English heading The tangerine and a banana. I pondered why the author or translator decided for the definite article in the first case and the indefinite article in the second case. The Czech original doesn't help either, since Czech doesn't have articles. Maybe it's the tangerine because it is the main character portrayed in the painting and it's a banana because it's any banana, like an extra in the plot. Or maybe the author or translator doesn't exactly know how English articles work and decided to use both just in case. I guess I won't have an answer unless I go look at the painting.

Monday, August 31, 2009

Do Alberta

In Czech you normally use the preposition k and the dative case with people's names to refer to their place of residence or work (Jdu k Markovi, k zubaři, k doktorovi, k Janě, I'm going to Mark's, to the dentist, to the doctor, to Jana's) and the preposition do and the genitive case when you go to a city, country or into a place (Jdu do obchodu, do Německa, do Prahy, do divadla, I'm going to the store, to Germany, to Prague, to the theater). There's a chain of supermarkets in the Czech Republic called Albert and, even though Albert is a person's name, I guess most people say Jdu do Alberta rather than Jdu k Albertovi because the latter would imply that they are going to visit someone called Albert rather than to the store.

Sunday, August 30, 2009

Conjunção mal empregada?

“Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois hoje eles precisam me ajudar”.

Confesso que não entendi o uso desse pois na frase. Pois é explicativa ou conclusiva, mas aí não vejo nem conclusão nem explicação. Seria conclusiva se fosse Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, agora não preciso me preocupar, pois (uso raro) ou explicativa se fosse Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois sempre acreditei no valor da educação. Será que a pessoa quis dizer Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois agora eles podem me ajudar? Ou será que o pai está cobrando dos filhos o dinheiro que investiu na sua educação?

Saturday, August 29, 2009

Two words for church

I have encountered so far only three languages that have two words for church. Church as a building is described as kostel in Czech, as templom in Hungarian and as kilise in Turkish. Church as an institution is referred to in Czech with církev, in Hungarian with egyház, which, if you break down, means one (egy) house (ház), but I don't know if this makes any sense, and in Turkish with mezhep.

Friday, August 28, 2009

Underline no Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Underscore

Concordo que underline é um nome equivocado. Nunca o ouvi sendo chamado assim em inglês. Além de ser estrangeirismo, ainda é errado se considerarmos o significado original (o mesmo se passa com o uso de outdoor e shopping no Brasil, entre dezenas de outros exemplos que não me ocorrem no momento). Por que não usar uma das soluções propostas: traço inferior, sublinhado, grifo ou traço baixo, tão mais vernáculas e na minha opinião bem mais sonoras?

Thursday, August 27, 2009

Hum mil reais

Um dia destes vi em tcheco algo que me lembrou muito a prática, não sei se ainda em voga, de escrever hum mil reais em cheques com o intuito de evitar fraudes. A palavra em questão em tcheco é jednostokorun (cem coroas, ou mais literalmente, um cento de coroas). Até entendo que escrever a palavra um antes de mil pode evitar que alguém ponha algum número alto antes, mas nunca engoli o h em hum.

Wednesday, August 26, 2009

Lível

Numa loja de livros usados escolhi um livro baratinho que me chamou a atenção. Mostrei-o à minha mulher e perguntei-lhe se era lível. Antes de pronunciar a palavra considerei se era melhor legível, forma padrão, ou lível, formada regularmente a partir do verbo ler. Legível pareceu-me não encaixar-se nessa situação por me dar a impressão de algo que pode ser decifrado, cuja letra é boa ou grande o suficiente, o que se espera de qualquer livro. Sabia que lível provavelmente não estaria em nenhum dicionário, o que acabei de comprovar, mas de qualquer forma não é nenhum atentado à língua portuguesa pelo simples fato de estar bem formada e preencher uma lacuna. Também deve ter contribuído para a criação da palavra o inglês readable, que tem uma acepção a mais que legible. Claro que poderia ter estruturado a pergunta de outra maneira, mas convém sermos criativos com a língua de vez em quando para que ela se adapte à nossa necessidade ou ao humor do momento. Lível está para comível da mesma forma que legível está para comestível, estas sim palavras recolhidas e distinguidas por qualquer dicionário.

Pelo que vejo na Internet, há alguns casos em que aparece lível com o sentido que lhe dei.

Tuesday, August 25, 2009

Empyreal

I just learned this word. It means related to the firmament, celestial, and the example sentence I found it in was Night after night, the comet shone brightly against the empyreal tapestry of the sky. But if the tapestry is empyreal, doesn't it mean it is in the sky? I think this is rather tautological.

Anyway, cognates are Portuguese empíreo, Spanish empíreo, Italian empireo and French empyrée.

Friday, August 21, 2009

Toicinho e toucinho

Na minha região é comum dizer toicinho mas escrever toucinho, principalmente nas ofertas dos açougues. Dá a impressão de que o correto seja toucinho. Nada mais longe disso. As duas são variantes da mesma palavra, como se pode ver neste dicionário brasileiro e neste português. Conheço só uma pessoa que usa toucinho na fala, uma tia minha, mas acho que ela o faz só para falar bonito. A variação no ditongo oi/ou é frequente na língua portuguesa, mas uma forma acaba por se impor em dado momento ou em dada região. Alguns exemplos são tesoura e tesoira, tesouro e tesoiro, ouro e oiro, touro e toiro, casadouro e casadoiro, coisa e cousa, dois e dous, em que a primeira forma é muito mais comum atualmente (meu corretor ortográfico ignora tesoira, tesoiro, oiro, cousa e dous, mas por algum motivo que desconheço aceita toiro e casadoiro); loiro e louro, a primeira comum em São Paulo e a segunda no Rio de Janeiro (não sei como é em outras regiões); ouço e oiço, a segunda usada por alguns portugueses, mas pelo que parece menos comum que a primeira, o que se comprova em páginas portuguesas em um famoso mecanismo de busca.

Thursday, August 20, 2009

Problemas locomotrices

En el centro de rehabilitación del Comité Internacional de la Cruz Roja, donde se atiende a amputados de guerra y a personas con problemas locomotrices, sólo Zaba, que trabaja allí, se aviene a conversar.

¿Al periodista no le pareció raro locomotriz con sustantivo masculino? Locomotriz es femenino como actriz, emperatriz, meretriz, etc. Quien no está convencido puede echar un vistazo aquí.

Tuesday, August 18, 2009

Causative in Turkish, Hungarian and Japanese

I've found interesting coincidences among these three languages as far as the causative is concerned. First, the three of them add suffixes to verb to form the causative, which shouldn't be too surprising, since especially Turkish and Hungarian are called agglutinative languages (sometimes I think Japanese belongs to this category, sometimes I don't). And second: when the causative sentence has the doer and the doee, the doer is expressed in a different case than it would be if there were no doee present. Examples:

Hungarian: Leültettem a gyerekeket. Gyerekeket is in the accusative case.
Turkish: Çocukları oturttum. Çukları is in the accusative case.
Japanese: 子供たちを座らせた。(Kodomotachi o suwaraseta.) Kodomotachi is in the accusative case.
English: I had the children sit down.

But then you have:
Hungarian: Itattam a gyerekekkel vizet. Gyerekekkel is in the instrumental case.
Turkish: Çocuklara su içirdim. Çocuklara is in the dative case.
Japanese: 子供たちに水を飲ませた。(Kodomotachi ni mizu o nomaseta.) Kodomotachi ni is in the dative case.
English: I had the children drink water.

It makes sense objects should be marked in a different way when you have two in a sentence, but what puzzles me is why languages would favor two ways of organizing the causative rather than having the doer always in a specific case. I guess that what these languages need is the accusative case to be filled by something, whether it be the doer or the doee.

Sunday, August 16, 2009

Terrific and grozav

Even though dictionaries say that terrific can be used to describe something that causes terror, we are more likely to encounter it meaning the exact opposite, something great, fabulous, fantastic. The same thing seems to have happened with Romanian grozav, of Slavic origin (cf. Russian грозный, Czech hrozný, Polish groźny, all meaning horrible or menacing, threatening). Grozav means terrible but also terrific, splendid and other complimentary attributes in modern Romanian.

More on terrific meaning terrible here.

Thursday, August 13, 2009

Rozumět

I have no proof, but I think the original object of Czech rozumět was expressed in the accusative, just as it still is in Polish, Serbo-Croatian, Slovenian and Ukrainian. The accusative with this verb has been preserved in the expressions nerozumět ani slovo (lit. to understand not even a word, with the object in the accusative), nerozumět ani slova (with an "old" genitive because of the negation, still kept in Polish, cf. Czech Mám dům and Nemám dům and Polish Mam dom and Nie mam domu, meaning I have a house and I don't have a house, respectively) and the maybe more modern nerozumět ani slovu.

Wednesday, August 12, 2009

Coffee with itself?

Yesterday I saw on a Czech store window Káva s sebou (literally, coffee with itself, i.e., coffee to go), which I thought might come from a longer sentence such as Vezmete si tu kávu s sebou? (Will you take this coffee with yourself?). Since the pronoun sebou refers to the subject of the sentence, it can be rendered in English as myself, yourself, himself, etc., depending on who the subject is.

Tuesday, August 11, 2009

Isto ou isso?

É cada vez maior a confusão no Brasil entre este (e variações) e esse (e variações). O interessante é que ninguém se confunde com aqui e aí. Este está para aqui como esse está para aí. Dois exemplos recentes de correspondência que recebi que mostram bem isso, mas talvez na direção contrária, na da hipercorreção:

Mandei uma foto do banco HSBC em Brno a um amigo que trabalha no HSBC no Brasil e a resposta que me mandou foi a seguinte: Que legal! Adorei a foto! Gostaria muito de trabalhar nesta agência - Mas esta agência seria a agência em que ele se encontra!


Fico feliz em saber que vc tenha gostado dos passeios, eu simplesmente adoro esta parte da Europa.... - Mas se ela está no Brasil!

Sunday, August 9, 2009

Ferret, é de comer?

Os donos de ferrets (os furões), entretanto, devem tomar alguns cuidados com a nova gripe. Esses animais também são afetados pelo vírus Influenza do tipo A. "Quem tiver qualquer tipo de problema respiratório deve evitar chegar perto do furão", diz Marcia, que tem dois ferrets. Não se deve tossir ou espirrar em cima desses bichos e os proprietários devem lavar as mãos várias vezes ao dia. "Os ferrets são suscetíveis aos mesmos tipos de gripe que as pessoas e podem tanto adquirir a doença em contato com uma pessoa doente quanto transmiti-la", afirma Sílvia Ricci. Ela diz que ainda não há relatos de infecção natural dos furões pelo vírus da gripe suína, mas experimentos em laboratório demonstraram que o H1N1 atinge vias respiratórias superiores e inferiores (pulmão e brônquios) dos animais e é um pouco mais patogênico do que outros tipos de Influenza.

Por que ferrets? Ainda falamos português, não? É mais chique ter um ferret do que um furão? E o que me espanta é ter colocado os furões entre parênteses como se fosse um nome de segunda categoria ou como se tivesse de educar o pobre leitor, que sentado em seu sofá lendo a revista, não tem o privilégio de saber o que é o tal do ferret e se encontra na era das trevas. Daqui a umas décadas não teremos mais cães ou cachorros e sim dogs, e gatos não haverá, e sim cats. Façam-me um favor! Seria bom se a Época me desse menos motivos para escrever sobre o desserviço que presta à língua portuguesa.

Saturday, August 8, 2009

Pirangueiro

Hoje no Skype um amigo meu inglês usou no meio de um discurso em inglês a palavra portuguesa pirangueiro, que eu desconhecia. Imaginei que ele pudesse tê-aprendido com a mulher, que é pernambucana. Perguntei-lhe o que significava e obtive avaro, mão-de-vaca como resposta. Gostei da palavra e alguns minutos depois usei-a com a esposa dele e ela me disse que é uma boa palavra nordestina. Talvez a usem assim mesmo no Nordeste, mas no dicionário não há menção de avareza, apesar de aparecerem outras acepções pouco lisonjeiras da palavra.

Wednesday, August 5, 2009

Oração mal reduzida de gerúndio

Que frase mais estranha: Após três mandatos como deputado federal, foi eleito prefeito de Campinas pela primeira vez em 1976, tendo governado a cidade entre 1977 e 1982. Se o período que vai de 1977 a 1982 é posterior ao ano de 1976, como é possível que tenham usado tendo governado, que dá ideia de passado? Bastaria redigir simplesmente Após três mandatos como deputado federal, foi eleito prefeito de Campinas pela primeira vez em 1976 e governou a cidade entre 1977 e 1982. Muito mais simples e claro.

Monday, August 3, 2009

Subjuntivo

Será mais um dos sintomas do adoecimento do subjuntivo: A direção do hospital Sino-Brasileiro nega que houve negligência no atendimento de Renan. O verbo negar pede subjuntivo: A direção do hospital Sino-Brasileiro nega que tenha havido negligência no atendimento de Renan. Não sei no resto do Brasil, mas em São Paulo é comum ouvirem-se coisas como Você quer que eu faço? Você quer que eu vou? Você quer que eu ajudo?

Friday, July 31, 2009

Plný and přeplněný

I was wondering today why Czech plný (full) is followed by the genitive case, whereas its synonym přeplněný (crowded) is followed by the instrumental. I think I reached a conclusion. Přeplněný is a past participle, and as such, can be used in the passive voice when the verb is transitive (a requirement in Czech and other languages, but not in English). What follows přeplněný is the agent of the passive voice, which would be the subject of the same clause were it turned into active. As agents of the passive voice are always in the instrumental case, přeplněný couldn't be an exception, unlike plný, which is a mere adjective and, as such, can be followed by any case except the nominative. Examples:

Ulice byla plná lidí.
The street is full of people. Lidí is in the genitive.

Ulice byla přeplněná lidmi.
The street was crowded with people. Lidmi is in the instrumental. This is passive voice.

Lidé přeplňovali ulici.
People crowded the stret. Lidé now is in the nominative, as it is the subject of the clause.

I don't think the last sentence sounds as good as its variant in the passive, but I do think it proves my point.

Thursday, July 30, 2009

Ragging

I just heard on the BBC that what is known in the US as hazing (at school, university) is known in Britain and in India as ragging. Here's a link to the story I heard on TV.

Tuesday, July 28, 2009

Walk

I thought the words špacír (Czech), spacer (Polish), spazieren (German), spaziare (Italian) and espairecer (Portuguese) might be related, but it turns out that all except espairecer are. The Czech and the Polish words come from German, which comes from Italian, which, in turn, comes from Latin spatiari (to spread out). Espairecer is said to be made up of es + pairar + ecer, and pairar comes from Provençal pairar, meaning to abide, to bear, to be patient.

Saturday, July 25, 2009

Onicofagia

Le debo a este fantástico blog la palabra onicofagia.

Friday, July 24, 2009

Mimochodem

Let me ramble some more about Czech mimo. There's the adverb mimochodem (by the way), which ends in em, a mark of the instrumental case in the singular for neuter and masculine nouns. I'm wondering if the expression wasn't originally mimo chod (out of pace), which was later compressed into mimochod, and then got an extra -em because many adverbs end in -em: like autem (by car), vlakem (by train), letadlem (by airplane). But what intrigues me also is that adverbs of manner are normally derived from adjectives and usually end in ě (e when the preceding consonant can't be used with ě) or less commonly o.

Sunday, July 19, 2009

Lavar-se as mãos

Quando vi esta frase (Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?), pensei "Interessante, nunca vi nada parecido em português. Esta construção com o reflexivo no lugar do possessivo é comum em outras línguas, como em espanhol, italiano, francês, até em alemão, mas em português é a primeira vez que vejo." Depois que caiu a ficha. Isto deve ser mais um exemplo da tendência (inútil, por sinal) que venho observando há algum tempo no Brasil: usar o pronome se com verbo no infinitivo. Se o infinitivo, por se chamar impessoal, já é impessoal, (se se quer indicar o sujeito, basta flexionar o infinitivo, uma riqueza da língua portuguesa) prescinde do pronome se , que é o índice de indeterminação do sujeito. É impessoalidade e indeterminação ao quadrado.

Saturday, July 18, 2009

Estimas melhoras

Achava que meu ouvido é que fosse ruim, mas sempre ouvi ao meu redor estimas melhoras, que aparece dezenas de milhares de vezes na Internet. Mas sempre hesitei em usar essa expressão e nunca soube por quê. Subconscientemente algo me dizia que alguma coisa não estava certa. Até que hoje cheguei à conclusão: para fazer sentido a expressão, seria necessário que houvesse o adjetivo estimo, que então concordaria em gênero e número com o substantivo melhoras. Não é esse o caso. Estimas melhoras deve ter surgido da contração de Estimo as melhoras, na qual o o final de estimo se junta ao artigo as.estimar significa desejar. Estimo as melhoras tem dez vezes mais ocorrências do que a sua corruptela, o que não deixa de ser uma boa notícia.

Friday, July 17, 2009

Condescendente e condescending

Sempre interpretei condescendente como alguém que condescende, que contemporiza, que transige, mas ontem descobri que este dicionário (acepção 3) traz uma definição que o aproxima ao condescending do inglês. Entretanto, este outro dicionário de português é menos prolixo. Creio eu tratar-se de um novo sentido fruto de contaminação, já que nem em espanhol, nem em francês, nem em romeno, nem em catalão nem em italiano, condescendente tem o sentido de condescending.

Thursday, July 16, 2009

Monday, July 13, 2009

A escrita do tch em português

Sempre me causa certo desconforto escrever o "trígrafo" tch em português, uma vez que este não pertence tradicionalmente à nossa morfologia e o português não conta com "trígrafos", que acabei de inventar, somente com dígrafos, como nh, rr, ss, ch, lh. No dicionário Aulete descobri uns verbetes com tch inicial, incluindo a palavra que me causa cuja escrita me causa mais frequente desconforto, tcheco: tchã, tchau, tcheco, tcheco-eslovaco, tcheque e até tchutchuca, que apresenta esse trígrafo em dobro (nunca imaginei que uma palavra como essa um dia poderia estar dicionarizada). Note-se que os vocábulos elencados, com exceção de tchã e tchutchuca, são de origem estrangeira. O tchã parece-me ser de origem onomatopeica, já a tchutchuca, pela palatalização do ch, se confere um caráter de maior carinho ou sensualidade. Também é de notar que o mesmo dicionário dá como variantes tcheco e checo, o que poderia resolver o meu problema: simplesmente passaria a escrever checo. Mas isso não me satisfaz completamente, porque pronuncio tcheco, e escrever checo seria um pouco inconsequente. Talvez a melhor opção seja o que venho fazendo mesmo: escrever e pronunciar tcheco apesar de o tch não ser tradicional em língua portuguesa.

Sunday, July 12, 2009

Tesauro, tesouro, thesaurus

El Tesauro, que se publicará este otoño, según informó hoy a EFE una portavoz de la editorial, abarca casi todo el vocabulario de la lengua inglesa, desde el Old English (Inglés Antiguo) hasta la actualidad.

I had never seen tesauro in Spanish and thought it was Spanglish, but it is indeed in the dictionary, which calls it dated and refers you to tesoro (the usual word for treasure). One of the definitions of tesoro is indeed that of a thesaurus. Both English thesaurus and Spanish tesoro/tesauro come from Latin thesaurus. I was then curious to know if in Portuguese there was the word tesauro, but I didn't find anything, and among the definitions of tesouro (the usual Portuguese word for treasure), there's nothing related to thesauruses or thesauri (I don't like the latter plural in English). Anyway, in Brazil we normally say dicionário, enciclopédia or sometimes léxico, but a thesaurus is a different kind of dictionary, which I've never seen on the Brazilian market, for which I can't think of an adequate translation in Portuguese. I think the closest we have to a thesaurus are dicionários de sinônimos e antônimos.

I've just checked Portuguese Wikipedia, which has the entry tesauro (but that word is not yet in the dictionary, as I wrote above). It says it's also known as dicionário de ideias afins, which kind of convinces me, but I'm still doubtful whether a dicionário de ideias afins is as comprehensive as a dictionary.

I think what accounts for the emergence of tesauro in Portuguese and Spanish is the English word (and English-language, particularly American, editorial practices). If we were to let Latin evolve naturally into Portuguese and Spanish, we'd have tesoro (Spanish), tesouro (Portuguese) for the thesaurus sense, since Latin words with au turned that diphthong into o and ou in Spanish and Portuguese, respectively. A couple of examples are Latin aurum - Spanish oro, Portuguese ouro; Latin taurus - Spanish toro, Portuguese touro; Latin laurus - Spanish loro, Portuguese louro.

Friday, July 10, 2009

Subjunctive

I've seen the use of the indicative instead of the subjunctive in British writers, but this doesn't seem to be common among Americans, especially in edited prose. David W. Anthony, in his book The Horse, the Wheel and Language, writes: First, for Proto-Indo-European to have remained a unified dialect chain for more than thirty-five hundred years, from 6500 to 30000 BCE, would require that all its dialects changed (instead of change) at about the same rate and that the rate was (instead of be) extremely low. The funny thing is that he uses the indicative with require earlier in the book, but I can't locate that page. I'll be on the lookout for other examples.

Thursday, July 9, 2009

Nunchaku e tchaco

Acabei de descobrir que o instrumento que sempre conheci como tchaco (com esta pronúncia, mas não está dicionarizado) é mais corretamente chamado de nunchaku ou até mesmo matracas em português. Na Internet há quatro vezes mais páginas em português com nunchaku do que com tchaco, mas tchaco aparece numa música do grupo É o Tchan, o que significa que não sou só eu que ouço e digo tchaco (não que o diga todos os dias). O curioso também é que a palavra tchaco não consta como variante da página da Wikipédia que define o termo. Pergunto-me se tchaco é uma corruptela de nunchaku e como é conhecido em outras regiões do Brasil (fora São Paulo), se como nunchaku ou tchaco (mas o grupo É o Tchan é da Bahia, o que poderia indicar que a designação tchaco não tem restrições regionais). Há também a possibilidade de que os praticantes da arte usem o nome correto e os leigos como eu, a forma "corrompida".

Saturday, July 4, 2009

Menas

Já muitos de nós conhecemos (e acredito que isso a grande maioria dos que leem este blogue, que lida com a língua portuguesa, e com outras) a velha história de que não se deve usar menas, mas eu pergunto-me: por que não se deve (não que eu diga, só me pergunto)? Vários manuais de língua portuguesa dizem que menos, pseudo e alerta são invariáveis, mas por que, se são adjetivos e a própria gramática diz que os adjetivos concordam com os substantivos a que se referem em gênero e número? Ou alguém diria que são advérbios, que são invariáveis? Mas os advérbios por definição não podem modificar substantivo, então essa proposta também cairia por terra. Eu diria até que a maioria dos brasileiros usa alerta no plural (os soldados estavam alertas) e ninguém diz nada, e por que então se critica tanto quando alguém diz menas se estamos diante do mesmo erro? Só pode ser porque se tem martelado tanto nessa tecla que as pessoas vão aí dizendo que menas não existe (mas se muita gente diz, como não existe?).

Creio entender o que se passa na mente do falante que usa a palavra menas. Se o seu instinto linguístico lhe diz que o adjetivo concorda com o substantivo (pelo menos a concordância em gênero parece ser respeitada por todos, sem exceção), ele fá-los concordar, ainda mais pelo fato de menos ter a vogal o, que é a marca principal do masculino. Mas então por que quem diz menas comida usa um adjetivo aparentemente no plural (com a marca do s) e um substantivo no singular (sem s) e não sente nenhuma discordância? Acredito que aí entre em cena aquele velho fenômeno presente em vários falares brasileiros: o de pluralizar somente o primeiro elemento, o que tem até sua lógica, pois a pluralização de todas as palavras parece pouco econômica, visto que a primeira palavra já alerta o ouvinte de que se está falando no plural. É o que acontece com as mulher bonita, aqueles homem (ou mesmo home) feio, etc.

Wednesday, July 1, 2009

Polish and Slovak mimo

I've already addressed Czech mimo here. As with most other products in the Czech Republic, there was a Slovak label I read today that caught my attention because it used mimo + the genitive case: ... mimo dosahu deti (... out of the reach of children). I guess it is standard in Slovak, but not in Czech, which requires the accusative case. Then it occurred to me that Polish also has mimo, but uses it with the meaning despite and after it the genitive case. Could it be that standard Czech's preference for the accusative case after mimo is an innovation and there are some holdovers where the genitive, as on that sign I wrote about, is still employed?

Tuesday, June 30, 2009

Lover of beer

I sent the following e-mail to a couple of fellow logophiles. Let's see if they can help me.

If an oenophile is a lover or connoisseur of wine, what is the Greek for a lover or connoisseur of beer? I looked for the ancient Greek word, but couldn't find it (this dictionary has too long a translation or tells me to use the word for wine). Modern Greek has bira, I suppose from Italian birra, but a biraphile wouldn't pack the desired punch. If we take Latin and create a hybrid, we could get cerevisiaphile, which doesn't look very pretty either. What do you think?

Wednesday, June 17, 2009

Correr cleaner

Tenho um programa chamado CCleaner que varre todo o meu computador em busca de vírus e outros elementos nocivos. Quando se lhe pede que inicie a varredura, aparece a opção correr cleaner. Vê-se claramente o inglês por trás disso (run cleaner). Em inglês pode-se run algo, o verbo também é transitivo, mas em português não é possível nesta acepção. E o que cleaner está fazendo aí em português? Isso tudo me cheira àquelas traduções eletrônicas que não reconhecem determinada palavra e a repetem no texto de chegada. Teria sido muito mais vernáculo algo como iniciar a limpeza/faxina/varredura. Palavras é o que não falta.

Tuesday, June 16, 2009

Catedral da Sé

Posso estar enganado, já que o catolicismo e sua intricada hierarquia não são o meu forte, mas penso que Catedral da Sé é uma expressão pleonástica. Se já se refere à igreja, ou até mesmo possivelmente a uma catedral, Catedral da Sé seria a catedral da catedral. O que deve ter acontecido é que a área onde se construiu a catedral ficou conhecida como Sé por metonímia e depois se sentiu a necessidade de especificar o lugar de culto católico e destacá-lo dos arredores por meio da palavra catedral.

Sunday, June 14, 2009

Portuguese and Hungarian personal infinitives

I liked to think that Portuguese was one of the few languages that conjugated infinitives (and I still think it is), but I've found another language that does the same thing: Hungarian. Hungarian personal infinitives behave like Portuguese ones. Let's compare:

É preciso fazer isto.
Kell csinálni.
It's necessary to do this.

É preciso eu fazer isto.
Kell csinálnom.
It's necessary for me to do this.

É preciso fazeres isto.
Kell csinálnod.
It's necessary for you to do this.

É preciso ele/ela fazer isto.
Kell csinálnia.
It's necessary for him/her/it do to this.

É preciso fazermos isto.
Kell csinálnunk.
It's necessary for us to do this.

É preciso fazerdes isto.
Kell csinálnotok.
It's necessary for you (plural) to do this.

É preciso fazerem isto.
Kell csinálniuk.
It's necessary for them to do this.

Friday, June 12, 2009

Lipodistrofia ginoide

Uma amiga disse-me que o nome correto para a celulite é lipodistrofia ginoide e que celulite é uma inflamação das células muito mais grave. Lipodistrofia ginoide faz sentido, já que lipo = gordura, distrofia = desenvolvimento insuficiente, ginoide = referente à mulher, uma vez que é raríssimo homens padecerem desse mal. Mas seria engraçado ver nas capas de revistas femininas Acabe já com a sua lipodistrofia ginoide! Dez dicas para dar adeus à sua lipodistrofia ginoide.

Thursday, June 11, 2009

Escaninho

Ouvindo A Way with Words, um programa sobre a língua inglesa que muito me agrada, em que discutiam o porquê de pigeonhole, lembrei-me de escaninho, que ouvia com frequência durante quatro anos numa escola de línguas. Depois nunca mais a ouvi. Não é interessante como determinadas palavras fazem parte da sua vida por um tempo e depois simplesmente desaparecem?

Wednesday, June 10, 2009

Joule

Lembro que meus professores de Física (ou eram de Química?), pronunciavam joules como jáulis. Acabei de me inteirar de que o nome do cientista que inventou essa unidade era pronunciado ˈdʒuːl/(com esta ressalva: : "Although some people of this name call themselves (dʒaʊl), and others (dʒəʊl) [the OED format for /ˈdʒoʊl/], it is almost certain that J. P. Joule (and at least some of his relatives) used (dʒuːl).), o que poderia levar a uma pronúncia mais abrasileirada "djul", que rima com azul.

Tuesday, June 9, 2009

Bats

Quando era criança, jogava bétis/betes (não aparece no dicionário), também chamado de taco em outras regiões, com as crianças da rua. Ainda se veem esporadicamente algumas jogando, mas acho que a maioria agora prefere ficar em casa na frente do computador ou fazendo coisas bem piores. Bétis/betes, que pronunciávamos bets com e aberto), ocorreu-me hoje, deve vir do inglês bats, que além de morcegos significa também tacos, como os de beisebol, que deve ter inspirado o nosso/a nossa bets. E agora que escrevo sobre isto, confesso que não sei qual seria o gênero de bétis/betes, já que dizíamos sempre jogar bets sem artigo nenhum.

Monday, June 8, 2009

Affray

I learned this word today while playing The Oxford Game with a student of mine. It means a public fight, a noisy quarrel, a brawl. The verb affray doesn't seem to mean to fight, though. It's marked archaic and means to frighten. If you conjugate it in the past, it sounds like afraid, which connects it better with fear.

This is a sentence I found online with the word: Generals Loring and Reynolds and Major Campbell testify to circumstances which, in their judgment, clearly show that the affray was premeditated by Butler and his friends and that their purpose was to take the life of Major Campbell. I see now there's even a legal definition for affray.

Sunday, June 7, 2009

Twitteiro

Vi twitteiro outro dia na revista Época. O sufixo -eiro tem as acepções || suj. s. m. V.... eira. || Também significa lugar, situação, habitação: atoleiro, lameiro, picadeiro. || ?, suf. adj. designa aptidão, hábito, profissão, ofício: casamenteiro, pregoeiro, aventureiro, cozinheiro. [Estes adjetivos podem substantivar-se.] F. lat....arius. Está bem, sejamos mais tolerantes e extrapolemos o significado de -eiro para pessoas que são aficionadas a algo, mas ainda temos dois problemas: o primeiro, que não é mais problema segundo a nova ortografia, é a presença da letra w, até então inexistente na língua portuguesa (mas que já aparecia em palavras como wagneriano, o mesmo pode ser dito sobre o k e o y); o segundo é que Twitter foi truncado. Se Twitter é a raiz da palavra (e twitter significa gorjear em inglês) e se lhe apomos o sufixo -eiro, obtemos twittereiro. Mas aparentemente quem criou o malfadado twitteiro em português deve ter pensado que a raiz era twitt ou, o que é pior, twit, que pode significar zombar de alguém ou até mesmo, como adjetivo, referir-se a uma pessoa insignificante ou que incomoda. Levássemos ao pé da letra, um twitteiro seria então alguém que tende a encher o saco, ou o já notório mala. Tudo bem, então não sejamos tão radicais, mas acho que ficaria mais bonitinho se pelo menos escrevêssemos tuiteiro bem à portuguesa, como já foi feito com roqueiro, blogueiro (de rock e blog no original, sem qu e u, respectivamente). É, acho que os tempos mudaram. Antigamente não se sabia tanto inglês e adaptavam-se as coisas mais facilmente; agora quem sabe acoima quem não sabe de caipira, interiorano, provinciano, ignorante, atrasado, etc., por dar veste portuguesa ao termo estrangeiro e assim demonstra mais reverência ao forasteiro e acaba dando patadas à querida língua portuguesa.

Saturday, June 6, 2009

Cúrcuma

A cúrcuma é uma especiaria asiática, coisa que ouvi alguns meses atrás da minha mulher, exímia cozinheira, que às vezes usa cúrcuma na comida. Entretanto, ela, talvez por ser estrangeira, pronunciava-a curcuma com acento na segunda sílaba, e eu, como nunca tive interesse em cozinhar, só em comer, nunca pensei muito nessa palavra até que hoje uns amigos vieram almoçar conosco e uma amiga pronunciou cúrcuma como proparoxítona. Eu imediatemente perguntei: mas é cúrcuma ou é curcuma? Como nem a amiga nem a minha mulher tinham certeza, procurei no dicionário e não é que descobri que é cúrcuma? Deveria tê-lo feito antes, porque agora que estou acostumado a ouvir curcuma (bem, para ser sincero, só ouço da minha mulher) será um pouco difícil acostumar-me à tal da cúrcuma.

Atualização em 7 de setembro de 2014: Há dicionários que registram a forma paroxítona curcuma, são eles Priberam (português), Infopédia (português), o Vocabulário Ortográfico Português (português) e o Aulete (brasileiro). Os que abonam cúrcuma são o Houaiss 2009 e o VOLP da Academia Brasileira de Letras.

Friday, June 5, 2009

Bizuário

Um amigo meu, engenheiro da Embraer, sabendo do meu interesse por línguas, disse-me que no seu ambiente de trabalho ouviu pela primeira vez uns seis meses atrás o termo bizuário, que o intrigou. Eu, talvez por associar com palavras como apiário, quando ouvi a palavra, imaginei uma coleção de insetos de nome bizu oriundos da Amazônia ou da África. Segundo a explicação do meu amigo, trata-se de uma seção em algum programa informático com dicas e informações de como realizar determinado serviço. Ele aventou a possibilidade de bizuário vir de bizu, que aparece na gíria dar um bizu, dar uma olhada, que me parece bem plausível. Este sítio diz que bizuário é um apanhado de informações. Este blogue, define bizu como dicas, tem até o nome bizuário no seu endereço. Esta página que é uma espécie de dicionário inclui tanto bizu quanto bizuário. E aqui há uma explicação que parece convincente quanto à origem do termo bizu.

Julgando a etimologia, parece que eu não estava tão distante da realidade ao imaginar insetos.

Thursday, June 4, 2009

Steatopygous asses

I happened upon this phrase in a book excerpt in a recent Speak Up issue. The translation given in the box with difficult terms on the right was bundas arrebitadas. Since I'd never seen the word steatopygous, though I knew pygous was related to buttocks as I knew the word callipygous/callipygian, I didn't dispute it, but when I got home, I checked my dictionaries and found the meaning of steatopygous. In Portuguese the word arrebitado means turned up, as a nariz arrebitado, a turned up/snub nose, and has an appreciative connotation when referring to posteriors, which steatopygous doesn't.

But I also have a problem with the phrase steatopygous asses in English. According to the dictionary, steatopygous means extreme accumulation of fat on and about the buttocks, esp. of women, thus the word should only describe people, not asses themselves.

Wednesday, June 3, 2009

Gestuar ou gestualizar

Eis uma pergunta interessante no Ciberdúvidas. Eles respondem que não encontraram nem gestuar nem gestualizar em nenhum dicionário, mas o último termo aparece neste dicionário, ainda que não exatamente com o mesmo significado. Gostei de descobrir que em Portugal se referem à linguagem dos surdos-mudos como língua gestual, enquanto no Brasil normalmente se diz linguagem de sinais. Talvez por isso nenhum dos termos, seja gestuar seja gestualizar, venha a se impor no Brasil. Note-se que em inglês se usa o verbo sign (acepção 20 do primeiro dicionário), fenômeno bastante corriqueiro e prático de transformar substantivo (sign language) em verbo, o que a língua portuguesa não nos permite com tanta facilidade. Dada a nossa palavra sinal, poderíamos ter a partir dela sinalizar, mas não me consta que seja usada nesse contexto. Acredito que o que mais se usa seja uma perífrase como traduzir para a linguagem de sinais ou algo do tipo. Ou melhor, parece que sim se usa sinalizar nesse meio como se sugere nestas páginas.

Tuesday, June 2, 2009

Odontofobia

Mais uma asneira "oficial" que descobri a par de homofobia. Rigorosamente quem tem odontofobia teria medo de dentes, não de dentistas. Da mesma maneira o homófobo teria medo do igual, já que homos é igual em grego, e não medo de homossexuais. Parece que estão simplesmente apondo fobia ao radical da palavra sem se ater ao sufixo que lhes delimita o significado.

Sunday, May 31, 2009

Plural de sexy

Ontem ouvi no filme Loucos de amor o adjetivo sexy na forma pluralizada séxis/sexies/sexys (não sei como se escreveria em português). Aqui há uma tentativa de explicação, é sexy ou sexies no plural? Considero o raciocínio do professor Pasquale muito fraco (Na frase Os 20 mais sexy do Brasil, o sexy em questão não é adjetivo nem substantivo. É predicativo do verbo de ligação ‘ser’, que está subentendido”. Para Pasquale, a idéia é dizer “Os 20 que são mais sexy no Brasil”.). Ora, se fosse assim, bonito também não seria nem adjetivo nem substantivo, mas sim predicativo do verbo de ligação ser na frase as 20 pessoas mais bonito/bonitas do Brasil = as 20 pessoas que são mais bonito/bonitas do Brasil. Ele está confundindo análise sintática com morfológica. Apesar de sexy ser adjetivo em inglês e nessa língua os adjetivos serem invariáveis, penso que em português se deveria variar sexy no plural, ainda que soe estranho à primeira vez (como foi o meu caso). Há também a questão da grafia: devemos escrever sexy com y ou aportuguesá-lo a séxi com o plural óbvio séxis ou mantê-lo em inglês com ou sem itálico? Não teríamos esse problema se usássemos palavras portuguesas como sensual, sedutor, libidinoso, lúbrico, cativante, enfeitiçador, feiticeiro, irresistível, etc., ou em contextos mais coloquiais até mesmo gostoso, um pão, pedaço de mau caminho e tantas outras possibilidades que a nossa riquíssima língua nos oferece.

Eis a solução espanhola.

Saturday, May 30, 2009

Indiferir

Ouvi pela primeira vez ontem o verbo indiferir, em para mim indifere, que em português fica para mim é indiferente/é-me indiferente. Não está em nenhum dicionário, mas na Internet encontram-se 3540 ocorrências em páginas em português. Os usuários ainda não decidiram se o empregam transitivamente (indifere o sexo) ou como transitivo indireto (indifere do sexo). Oxalá pouca gente o "aprenda" (mas pensando bem, eu escrevendo sobre ele contribuo com mais uma entrada na Internet, e sem querer faço-lhe publicidade). Se continuar assim, daqui a algum tempo não se dirá mais que algo não importa, mas que inimporta ou que algo incompete a alguém em vez de não lhe competer ou que tal e tal característica se indistinguem.

Friday, May 29, 2009

Bromance

A Superinteressante que me apresentou a esta palavra. "Veja" aqui uma definição desta revista. Só acho uma pena que não tenham cunhado uma palavra em português para isso. Mas para falar a verdade, não entendo por que um simples camaradagem ou uma amizade verdadeira não têm que bromance tem.

Thursday, May 28, 2009

Hospitalario

É só uma curiosidade: enquanto em português dispomos de duas palavras (hospitalar e hospitaleiro), em espanhol há somente uma com a raiz hospit: hospitalario.

Wednesday, May 27, 2009

Trautear

Descobri esta palavra no finalzinho do livro A Cabana. Significa cantarolar e otras cositas más.

Tuesday, May 26, 2009

Chegado com

Domingo ouvi duas vezes da mesma pessoa Não sou chegado com doce, que estranhei muito. Agora acabei de descobrir que o que me dizia o meu instinto está corroborado no Dicionário de dúvidas, dificuldades e curiosidades da língua portuguesa, de Luiz Antonio Sacconi.

Chegado
Rege a (vindo; afeiçoado), a ou contra (apertado), a ou em (dado, viciado) e de (vindo): O criminoso era um homem chegado há pouco a São Paulo. Ele era muito chegado ao pai. As mulheres caminham pelo centro da cidade com as bolsas chegadas ao (ou contra) o peito, para não serem roubadas. Nunca fui chegado a fumo, a bebidas e a drogas. As mercadorias chegadas do Paraguai são de boa qualidade?

Sunday, May 24, 2009

Circuncisar

Não sei se há um erro de digitação aqui, já que o D e o S se encontram lado a lado, mas o fato é que não é a primeira vez que vejo cincuncisar no lugar de cincuncidar. Como circunciso e circuncisão são palavras mais comuns, baseado nesses substantivos há quem use circuncisar, mas o nosso tradicional circuncidar remonta ao latim circumcidere, composto de circum (ao redor de, pense em círculo, circumnavegação e quejandos) e caedere, que significa cortar (caedere também significa matar, daí inseticida, pesticida, etc.). O interessante é que outras línguas também seguem essa mesma lógica, a de cortar ao redor do prepúcio, como o tcheco obřezat e o polonês obrzezać (ob - ao redor, řezat/rzezać - cortar).

Em tempo: parece que alguém notou o erro e o corrigiu.

Saturday, May 23, 2009

Descadastro

Resolvi tirar o meu endereço eletrônico do cadastro das Lojas Americanas para deixar de receber missivas eletrônicas (acabei de inventar) com promoções da loja e não é que se me depara a palavra descadastro, sua solicitação de descadastro foi recebida? De cadastrar forma-se facilmente descadastrar, com o prefixo des que indica retirada, e daí se formou descadastro por derivação regressiva. Não teria maiores objeções se tivessem formado descadastramento ou descadastragem, que também não aparecem no dicionário mas têm mais sentido, já que o ato de cadastrar não é cadastro, mas sim cadastramento ou cadastragem (este último termo acabo de descobrir). Não obstante me pergunto se tudo isso é necessário. Não bastaria um simples cancelamento ou retirada ou remoção (dos nossos arquivos/da nossa lista/do nosso programa, caso se queira complementar)?

Friday, May 22, 2009

Irlandês-americano

Essa palavra, que encontrei no livro A Cabana, que recomendo, escrito por William P. Young e traduzido por Alves Calado, chocou-me um pouco. Quando se ligam dois adjetivos de nacionalidada com hífen, é comum que o da esquerda apareça na sua forma abreviada (nipo-brasileiro, ítalo-argentino, franco-belga, e não nipônico/japonês-brasileiro, italiano-argentino, francês-belga) quando se trata de pessoas nascidas em um país mas com ancestrais em outro, o que é o caso da personagem do livro. Pelo que tenho notado, aparecem os dois adjetivos na sua forma plena quando se fala de relações bilaterais (acordo mexicano-americano, convenção argentino-uruguaia; note-se que o primeiro adjetivo está sempre no masculino independentemente do gênero do substantivo, é só o segundo que muda). Por esses dois motivos, diria que o correto teria sido irlando-americano para se referir a alguém que nasceu nos Estados Unidos mas é de ascendência irlandesa.

Thursday, May 21, 2009

Deasil

No, I didn't misspell diesel. I learned this word yesterday. According to the phonetic transcription that accompanies it, it sounds like diesel, but this morning I consulted the big (British) Cambridge dictionary I have in my office which has the pronunciation desil (de as in deficit and a voiceless s). The Wiktionary seems to agree with it, but this American source countenances the pronunciation I listed first. The problem with this word is that it is so rare that not many web pages describe its pronunciation. I think I like "desil" better, which can't be mistaken for the fuel.

Wednesday, May 20, 2009

Reflexivo

Fico feliz em saber que a minha sensibilidade linguística ainda está viva. Ontem mostrei a uma aluna o livro que estou lendo, A Cabana, ela leu um pouco sua descrição e perguntou-me como se diz em alemão um livro reflexivo. Objetei que um livro não pode ser reflexivo, somente uma pessoa o é, e nesse caso poderia usar-se nachdenklich em alemão. Como não tinha dicionário de português para verificar se a minha intuição estava certa, não insisti muito nisso porque não podia prová-lo. Hoje descobri que tenho razão e o que é melhor, acho que descobri a palavra da família de refletir, ou melhor, de reflexionar, que talvez possa ser usada para descrever o livro: reflexionante.

Acabei de constatar que o dicionário Duden registra nachdenklich também como equivalente a reflexionante e diz que é de uso elevado: 2. (geh.) zum Nachdenken anregend; wert, darüber nachzudenken: eine -e Geschichte.

Tuesday, May 19, 2009

Charlot

Demorei certo tempo em identificar neste texto de Saramago a personagem Charlot, de Charles Chaplin. Finalmente percebi que se trata de Carlitos, como o conhecemos no Brasil. Há até uma música cantada por Elis Regina que o menciona. Aqui se explica de certo modo por que Charlot.