Word of the Day

Friday, April 30, 2010

Ademã

Não obstante o que se diz neste episódio do Programa do Jô, ademã não se escreve con n no final. Nas palavras portuguesas, o n final só é possível depois de e (pólen, hífen) ou o (elétron, nêutron). Como se vê, trata-se sempre de palavras paroxítonas, o que não é o caso de ademã.

Monday, April 26, 2010

Vuvuzela

Para quem não conhece, como eu não conhecia, apresento-lhes a vuvuzela. Talvez seja pelo fato de eu não ser torcedor, mas não vejo diferença nenhuma entre a tal vuvuzela e a conhecida corneta.

Thursday, April 22, 2010

Catarse

Acabei de ouvir um psiquiatra no Programa do Jô pronunciar catarse com z. Catarse pronuncia-se com s, já que o s vem depois de consoante. É o mesmo caso de personalidade, corso, persuasão, etc.

Monday, April 19, 2010

A fantasma

Acabei de ouvir fantasma com o gênero feminino no Jornal Nacional. Isso até parece erro de estrangeiro, que acha que toda e qualquer palavra terminada em a é feminina (ainda que a maioria seja) e diz a dia, a problema, a teorema, etc. Essa pessoa não está sozinha, na Internet também se encontram várias ocorrências de a fantasmaa referir fantasmas do sexo feminino, o que tem até sua lógica. Entretanto, a pessoa que proferiu a fantasma falava de fantasmas de forma geral, não lhes especificava o sexo.

Sunday, April 18, 2010

Pego (particípio passado)

A única pessoa que conhecia que pronuncia pego, particípio passado, com e aberto é o Jô Soares e sempre pensei que fosse idiossincrasia dele, mas acabei de ouvir a jornalista Maa Luquet, a julgar pelo sotaque igualmente carioca, pronunciar o dito particípio também com e aberto. Será que é uma pronúncia generalizada no Rio de Janeiro?

Algumas considerações do Ciberdúvidas sobre pego e pegado.

Friday, April 16, 2010

Cota (armadura)

Acabei de aprender com um historiador no Programa do Jô a palavra cota, que o historiador pronuncia com o fechado, mas o dicionário diz que tem o aberto.

Wednesday, April 14, 2010

O óculos

http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/arquivos/art_carosamigos-julho09.htm

Mas ele parece não ter notado que nenhuma das palavras que mencionou: calça, cueca, tesoura, etc., termina em s, e óculos sim. Poderia ter simplesmente dito que há várias palavras que terminam em s que não estão no plural, como o ônibus, o pires, o lápis e o pênis.

Tuesday, April 13, 2010

Futuro em catalão para indicar hipóteses

El futur és incert, però hi ha certeses que són inqüestionables i prediccions que, si res no ho espatlla, es compliran segur. Si avui és dilluns, no m'equivocaré si dic que demà serà dimarts, així que empraré el temps de futur sense por. El que no podem fer és emprar el futur per fer suposicions, cosa que en castellà sí que es pot fer. Imaginem que a la feina un company no ha vingut i demanem per ell; l'espavilat del despatx ens respon de seguida: «Estarà malalt». En el cas que l'espavilat fos endeví, semblaria una sentència de mal averany, perquè l'ús del futur ha de servir només per assegurar o augurar l'esdevenidor, i mai per fer una suposició més o menys hipotètica. En aquest cas, ens servim del verb 'deure': «Deu estar malalt».

Não sei se me convence plenamente. Em outras línguas neolatinas, como em português e em italiano, é possível usar o futuro com a mesma função. Tenho minhas dúvidas se de fato estamos diante de uma contaminação linguística do espanhol para o catalão.

Monday, April 12, 2010

Português angolano

Há várias inconsistências neste artigo . Vou falar de algumas (o que está em itálico são fragmento do texto e os meus comentários encontram-se em letra normal).

O jornal forneceu-me a possibilidade de trabalhar duas questões: a da norma culta (usada nas diversas seções) e a da norma popular (vislumbrada em crônicas permeadas por gírias).
Não se pode basear toda uma língua num simples artigo de jornal. Não se pode esquecer que o jornalista dá a sua marca ao texto que escreve, que é a sua cara, que representa o seu idioleto e não pode (nem deve) representar toda uma nação. Para dar um exemplo, nem todo brasileiro fala ou escreve como a redação da revista Época. Além disso, há um problema estatístico: a amostra é muito pequena. Mas passemos ao próximo ponto.

a) Em Portugal-Angola encontra-se normalmente o registro do mais-que-perfeito simples com o seu sentido temporal, ao passo que no Brasil tende a fixar-se a preferência pelo uso do mais-que-perfeito composto:

“Quando ouvira falar do Luís Fernando, bem no começo dos idos de oitenta, ...”

Qualquer pesquisa revela que o pretérito mais-que-perfeito simples é mais usado no Brasil em textos literários e jornalísticos do que em Portugal (e suponho que em Angola). Quanto à língua falada, talvez se possa dizer que tenha praticamente morrido em toda a lusofonia.

b) O emprego da mesóclise no futuro é corrente no português europeu e no português angolano, o que não se verifica no português brasileiro:

“De 8 a 10 realizar-se-á a Feira de Música no Campo de jogos Manuel Berenguel...”

Se por português brasileiro se refere à fala, dou-lhe razão, mas não podemos descartar os milhares de livros escritos por autores brasileiros em que aparece a mesóclise.

Mas, observa-se na variante nacional de Angola, ainda que timidamente, a interferência da norma usual brasileira: colocação em próclise no futuro. Destaco o exemplo:

“... enquanto os políticos se desdobrarão, com certeza, em maratónicas sessões de discursos... ”

Errado. Em português padrão, seja ele de onde for, não se usa a mesóclise com fator de próclise (aqui o fator é enquanto, conjunção subordinada temporal).

d) Portugal-Angola empregam os pronomes possessivos com artigo em casos em que Brasil não o faz:

“...dados adequados para analisar, validar e determinar as suas prioridades económicas e sociais. ”

Muito taxativo. Eu, brasileiro, poderia dizer ou escrever esta frase com ou sem o artigo as antes de suas.

e) O português de Portugal bem como o português de Angola mantêm, no código do tratamento, o uso de tu (te) informalmente e vós (vos) em situação formal:

Muito taxativo mais uma vez. No Brasil também se usa o tu em algumas regiões e há inclusive pessoas que o conjugam corretamente. Quanto a vós, o que acontece em Portugal, pelo que venho seguindo, é que não use usa o vós, mas usam-se os pronomes vos e vosso (e variações) muitas vezes em lugar de lhe e seu (e variações), algo como Trouxeram os vossos deveres? Canonicamente: Trouxarem os seus deveres ou Trouxestes os vossos deveres? Além disso, vós não configura situação formal, mas sim mero plural.

Neste aspecto, ambas as modalidades nacionais distanciam-se, acentuadamente, da atual norma brasileira, que excluiu essas duas fórmulas.
De novo muito categórico. Dizer coisas destas com relação a língua é sempre perigoso.

Cabe-me registrar que, embora com baixíssima freqüência, detectou-se no uso angolano o mesmo traço conservador utilizado no Brasil, no que concerne à colocação do pronome átono, conforme o exemplo:

“Se Noventa Palavras o distinguem como cronista antológico...”

Seria mesmo um caso de conservadorismo ou um sintoma de contaminação lingüística da variante nacional brasileira? Afinal, como já foi dito, intensifica-se o intercâmbio cultural entre Angola e Brasil.

Se é fator de próclise, portanto Se Noventa Palavras distinguem-no... é inaceitável em qualquer país lusófono.

“Tu já escrevestes sobre isso.”
Não sei se simplesmente transcreveu o que viu ou foi de lavra do estudioso, mas de qualquer forma é Tu já escreveste...

b) O verbo PARAR na acepção de “fixar-se”, no Brasil, é regido pela preposição em. Ao passo que em Angola é regido pela preposição a:

“Ontem, todas as atenções foram parar à sede nacional dos correios.”
Duvido. Aqui se usou a por causa do verbo ir, que é verbo de movimento.

Thursday, April 8, 2010

Estandape

Estou ouvindo com muita frequência stand-up em português. Sugiro escrever em português estandape, que corresponde bem à pronúncia que tenho ouvido.

Wednesday, April 7, 2010

Cuadriga

Oí tres veces a Jordi Hurtado, presentador del programa Saber y Ganar, pronunciar cuadriga como palabra esdrújula. La palabra es llana, lo que se nota claramente por la ausencia de tilde.

Tuesday, April 6, 2010

Pronúncia de Soyuz

Apesar do que se ouve nos telejornais brasileiros, pronuncia-se Soyuz, o nome da estação russa, na última sílaba, nada difícil para nenhum lusófono. Essa pronúncia que se ouve nos jornais até dá a impressão errônea de se tratar de palavra inglesa. Soyuz (em alfabeto cirílico союз), união, é a mesma palavra que faz parte do acrônimo CCCP (Союз Советских Социалистических Республик, que se lê algo como Soyuz Sovetskikh Sotsialisticheskikh Respublik), que em português vira USSR, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.