Word of the Day

Friday, October 31, 2008

Lámen

É interessante notar a grafia lámen na embalagem de algumas marcas do que se conhece como miojo, "alimento" tão popular em repúblicas pelo Brasil afora, o que leva as pessoas a pronunciar esse a aberto por causa do acento. Contudo, a antes de m é nasal e deveria ser lâmen, mas essa escrita não pegou. Mesmo em Portugal, onde oo e ee antes de mm e nn são abertos e orais (electrónico, António, quilómetro, etc., palavras que no Estado de São Paulo também são pronunciadas com vogais orais, mas escritas com acento circunflexo como no resto do Brasil) o a sempre leva acento circunflexo antes de consoantes nasais, como no Brasil (ambulância, ânsia, etc.).

Thursday, October 30, 2008

Evolution of animate nouns

In Czech when you use words that originally referred only to people, like průvodce (guide), but have evolved to refer to inanimate nouns, to signify a guidebook, you have to treat as animate nouns that they once exclusively were, thus: Ten průvodce, kterého (!) jsem si koupil, není moc dobrý (that guidebook that I bought isn't very good) and Musím si koupit dobrého (!) průvodce (I have to buy a good guidebook). It's funny how languages are sometimes slow in changing to a new world. An analogous example exists in English, where one still says to dial a number on a telephone, even though telephones have long not had dials, but buttons.

Wednesday, October 29, 2008

Preferir do que

Apesar de preferir algo a algo ser a construção padrão, há um caso em que não penso seja possível usar a, como na frase: Prefiro comer pizza no almoço do que no jantar. Aqui a no jantar seria insuportável e agramatical. Talvez por a preposição a nesta situação sempre se encontrar antes de infinitivo (Prefiro comer pizza a fazer regime), substantivo (Prefiro pizza a verdura) ou pronome (Prefiro isto a aquilo) que o uso de a no jantar se torna intragável, em que no jantar é advérbio de tempo, que por sua vez já é introduzido por uma preposição.

Tuesday, October 28, 2008

Desovar e innovar

Me parece muy interesante que los verbos desovar e innovar se conjuguen desovo, desovas, desovan, desove, desoves, desoven e innova, innovas, innovan, innove, innoves, innoven en las personas acentuadas en la raíz de presente de indicativo y subjuntivo en vez de desuevo* e innuevo*, ya que derivan de huevos/huevas y nuevo, respectivamente.

Monday, October 27, 2008

Coringa

Por várias vezes tenho visto escrito coringa em reputadas publicações, como Época, da qual tiro o seguinte excerto: O coringa da história é o filho do meio: tanto pode serguir a influência do mais velho quanto do mais novo, dependendo do sexo e da distância entre as idades. Estava a ponto de escrever que coringa (com o) não existe quando descobri que existe sim, mas é uma coisa completamente diferente de curinga (com u).

Friday, October 24, 2008

Esotérico e exotérico

É interessante notar que ambas as palavras se pronunciam da mesma forma, com x a valer z. Isso pode ser confuso às vezes, dados os significados opostos que tem esotérico (conhecimento para dentro, ou seja, para os já iniciados) e exotérico (conhecimento para fora, ou seja, para todos, incluindo os leigos). Consta-me que a escrita com s se usa muito mais e se prende ao ramo, por exemplo, do oculto, já a segunda não me lembro de a ter visto a não ser no dicionário. Caso fosse necessário distinguir uma da outra na fala, talvez se pude lançar mão de x = ks, que estaria formalmente "errado", mas seria bem menos ambíguo.

Este assunto lembra-me o japonês, que tem tantos homófonos, que dizem às vezes ser necessário traçar o kanji (o caráter de origem chinesa usado em japonês) na mão para se fazer entender ao interlocutor ou usar uma palavra de proveniência japonesa logo após para que não haja mal-entendidos.

Wednesday, October 22, 2008

Oísmo

Além do lheísmo, do qual já falei umas duas, três vezes aqui, recentemente descobri o oísmo, nome que acabei de inventar, que indica a troca do pronome lhe pelo pronome o (ou possivelmente também a) como se lê na seguinte frase, que não é de minha autoria: Como ensinar aos filhos a necessidade de desenvolver empatia e compaixão quando o mundo eletrônico os permite trocar de amigos assim como se troca de roupa?

Esta foi para você, José megalocéfalo.

Monday, October 13, 2008

Emily and Her Prudish Myth

As the author concludes, the mystery of a supreme writer is that she finds mysterious where ordinary people can find only mundane. I am sure Emily looks prouder with the forlorn spinster myth debunked.

http://www.slate.com/id/2201944

Monday, October 6, 2008

Vídeos virais

Já vi umas três vezes em publicações como Epóca a frase vídeos virais e sempre achei que fosse algo como legais. Acabo de descobrir que de certa forma são os mais legais, já que se trata de vídeos que são rapidamente difundidos pela internet, como se fossem um vírus. Se se procura o significado de viral em qualquer dicionário de português, não se encontra essa acepção, simplesmente referente a vírus (significado denotativo). Entretanto, a metáfora vídeos virais não é das piores, pena que não tenha sido criação endógena, mas sim puro arremedo anglo-americano.

Friday, October 3, 2008

Breganha

Semana passada passei por uma loja na minha cidade chamada Loja da Breganha. Breganha, em dialeto caipira, pelo que pude aferir uma vez, refere-se a barganha (troca, escambo, falso cognato do inglês bargain, que significa coisa muito barata, pechincha), mas na loja havia janelas e portas e coisas afins. Será que alguém leva uma porta ao dono da loja e ele o recompensa com uma fenestra? Acho improvável.