Word of the Day

Wednesday, December 29, 2010

Ne + infinitive

It's interesting that Czech sentences with the negative adverb ne repeated have a verb in the infinitive. Here is an example: Slunce se ne a ne vyhoupnout nad horizont (The sun will really not rise over the horizon).

Saturday, December 25, 2010

Represária

Na faixa de greve dos aeroportuários brasileiros: Em represária... (Não deu tempo de ler o resto). Interessante represária, que me lembra o caso de cabeçário, pronunciado por muita gente boa. Deve ser porque o ri o li têm um ponto de articulação parecido e assim muita gente se engana e diz (e escreve) cabeçário em vez de cabeçalho, que para a grande maioria dos brasileiros soa como cabeçálio, inexistente, e represária, que, aliás, o dicionário qualifica de antigo, mas faz o mesmo com outras palavras tipo frauta e alembrar?

Wednesday, December 22, 2010

Lençois

No dia em que as forças policiais tomaram a Vila Cruzeiro a primeira reação dos moradores da região foi estender, de forma voluntária, lençois brancos nas janelas.

Lençóis continua a ser escrito com acento. Já vi erros semelhantes em textos que seguem ou tentam seguir a nova ortografia. Um exemplo semelhante é papeis, que também conserva o acento: papéis. Os autores devem-se confundir com casos como o de heróico e paranóico, que perderam o acento, mas aí se trata de outra coisa: são palavras paroxítonas e não oxítonas como lençóis. Heróico perdeu o acento, mas herói mantém-no.

Um exemplo análogo de janeiro de 2016: Como bem disse Dom Paulo Evaristo Arns, Tito não se matou, buscou do outro lado da vida a unidade perdida deste lado em consequências das crueis torturas que sofreu.Não, cruéis não perdeu o acento com o Acordo Ortográfico.

Outro exemplo de janeiro de 2016 aqui: Na quarta (2) à noite, minutos depois da decisão de Eduardo Cunha, as falanges do PT na internet já convocavam os fieis, em número sempre menor, para a guerra santa, tentando emprestar verossimilhança a uma farsa que cotidianamente é desmoralizada pelos fatos. Fiéis não perdeu o acento. Fieis existe, mas é subjuntivo do verbo fiar: que vós fieis.

Monday, December 20, 2010

Swedish řezné rány?

From Hypnotizér, Hypnotisören in the Swedish original, a book I'm reading in Czech:
"Zatím jsem ještě nestačil všechny rány podrobně prozkoumat."
"Vulnera scissa," řekne latinsky Frippe.
"Jo, švédsky tomu říkáme řezné rány, prohlásí Nålen."

Translation:
"I still haven't got round to checking all the wounds thoroughly."
"Vulnera scissa," says Frippe in Latin.
"Yep, in Swedish we call them gashes, announces Nålen."

Right, but such a translation is awkward, since, even though it's correct and most likely corresponds to the original, the book has been translated in Czech and the Swedes don't call that řezné rány, which is obviously a Czech phrase. The translator could have opted for u nás (more or less: here, by us) or even could even bolder and written česky, that is, in Czech.

Saturday, December 18, 2010

Informações classificadas

Acabei de ouvir que a Wikileaks revela informações classificadas. Classificadas de quê, por quem, como? O que se quis dizer é que as informações são confidenciais, privadas, particulares, sigilosas. É em inglês que classified tem esse sentido, não em português.

Thursday, December 16, 2010

Dâblio

Vejo que o dicionário português Priberam registra dâblio, com acento circunflexo, a par de dáblio, com acento agudo, única forma que eu conhecia até então, e outro dicionário português, o da Infopédia, registra dâblio mas não dáblio. Nem o portal da Academia Brasileira de Letras nem o dicionário Aulete, que é brasileiro, registram dâblio, mas este também não registra dáblio, o que me leva a crer que dâblio seja bem mais frequente em Portugal do que no Brasil. O que me surpreende na escrita dâblio com acento circunflexo são duas coisas: a primeira, que me custa muito pronunciar a palavra com esse acento, que suponho indicaria som nasal, e a segunda, que é a primeira vez que vejo em português um â antes de sílaba que não comece com m, n ou nh. Pergunto-me se não é uma forma espúria na língua ou de clara inspiração inglesa, moldada a partir do double u, que tem o som representado pela combinação ou pronunciado mais fechado nessa língua do que o a da palavra dáblio.

Wednesday, December 15, 2010

Hanno successo

Willner e i suoi colleghi ammettono che i loro sforzi "non sempre hanno successo al 100 percento",

Non so se abbiano impiegato succedere nel suo significato antico o se sia stata una semplice ispirazione inglese. Comunque, una cosa che lascia a desiderare è l'ausiliare, che dovrebbe essere essere.

Monday, December 13, 2010

Aqui é bom para crescer os filhos

É o que acabei de ouvir no Globo Repórter de três de dezembro em uma tradução feita às pressas do italiano, mas nada idiomática em português. Ao contrário do italiano, em que o verbo crescere pode ser transitivo direito, o português, nem normativa nem descritivamente, acolhe essa estrutura. Para nós, crescer é somente intransitivo, e não me consta que tenha sido transitivo nalgum estádio da língua portuguesa. O que se poderia ter dito é Aqui é (um lugar) bom para criar os fihos ou Aqui é (um bom) lugar para os filhos crescerem.

Friday, December 10, 2010

Lex, rex, and offspring

I was pondering the other day why lex and rex (genitive legis and regis, that g can be found in their derivational families) have become something different in Italian. In Portuguese you have rei and lei, in Catalan rei and llei, in Spanish rey and ley, in Romanian rege and lege, in French roi and loi, but in Italian re and legge. This dictionary states that re used to be rege, which doesn't match legge with two g's. Why did one word have one g and the other two?

Thursday, December 9, 2010

Herviborismo

http://www.fundeu.es/Consultas.aspx?frmOpcion=CONSULTA&frmFontSize=2&frmIdConsulta=2819

No sé, pero creo que cambiaron la posición de la v y de la b. Debería ser herbivorismo, derivado de herbívoro.

Wednesday, December 8, 2010

Dates in Slavic languages

I've noticed an interesting difference between Slavic languages in how they treat dates. In Czech, Slovak, Polish, and Russian, the month has to be in the genitive singular, no problem so far: 20. (dvacátého) ledna, 20. (dvadsiateho) januára, 20 (dwudziestego) stycznia, 20 (двадцатого, dvadtsatava) января (yanvarya), respectively, all meaning 20 of January or January 20.

Nevertheless, if there is something that triggers another case, for example a preposition, these languages differ: mezi 20. (dvacátým) lednem a 15. (patnáctým) únorem and medzi 20. (dvadsiatym) januárom a 15. (pätnástym) februárom in Czech and Slovak, respectively, both with number and month in the instrumental case, required by the preposition me(d)zi. Polish and Russian would have only the number, but not the month, in the instrumental case: między 20 (dwudziestym) stycznia a 15 (piętnastym) lutego and между 20 (двадцатым, dvadtsatym) января и 15 (пятнадцатым, pyatnadsatym) февраля (mezhdu 20 yanvarya i 15 fevralja).

Disclaimer: The Russian phonetic notation is very approximative.

Tuesday, December 7, 2010

Euro Size

I saw a store today with the name (in English) Euro Size : 44 - 60. Does that mean that Europeans are supposed to be fat?

Sunday, December 5, 2010

Impecune

Impecune em espanhol, como se pode ver, é uma bela palavra que se refere a alguém sem dinheiro (in - não, pecúnia - dinheiro). Infelizmente não encontrei registrado nenhum cognato nem em português nem em italiano. :(

Thursday, December 2, 2010

Pedikůra, manikůra

I keep seeing the spellings above in Czech, even though officially they should be pedikúra and manikúra because the ů, which appears in the middle of words, shouldn't be used in words of foreign origin. Nevertheless, I wonder: if you can write pedikúra and manikúra, how come it's wrong to write struktúra (structure) and agentúra (agency), even though these two words can, and sometimes are, pronounced with a long u. Is it maybe that they end in tura whereas pedikúra and manikúra don't?

Tuesday, November 30, 2010

Faveládos

From a Czech newspaper: Jak obrovským trnem v oku to musí být všem "faveládos" - členům drogových gangů, kteří si zde po léta dělali, co chtěli, a policie se bála do "jejich čtvrtí" vůbec vstoupit! Translation: This must be a thorn in the back of all "faveládos" - members of drug gangs who for years have been doing here what they want, and the police have been afraid to step into "their areas".

The thing is that favelados, no accent mark in Portuguese, maybe the journalist used it to indicate a long vowel in Czech, are not drug dealers, but slum dwellers. Favelado is a somewhat pejorative appellation similar to slumdog.

Saturday, November 27, 2010

To launder "dirty" money

I've recently learned that the standard Czech way of referring to laundering money is to launder dirty money, which sounds redundant to my ears: prát špinavé peníze. If it were up to me, but it isn't, I'd do away with špinavé. Lots of hits in Engligh on Google Books for "launder dirty money" as well. You can only launder dirty money, right? If it's clean, no need to launder it.

Thursday, November 25, 2010

Surcorea y Sud(r)américa

No entiendo por qué está bien Suramérica/Sudamérica y Norteamérica , pero Surcorea y Norcorea no. ¿Cuál es la lógica por detrás de ello?

Tuesday, November 23, 2010

Gazapo, caçapo

http://www.fundeu.es/Articulos.aspx?frmOpcion=ARTICULO&frmFontSize=2&frmIdArticulo=3185

Descobri que gazapo, o filhote do coelho, em português se diz caçapo ou láparo, parecido com o latim lepus (pense em lábio leporino) e o francês lapin. O interessante também é que o grego dasupous significa, literalmente, pé hirsuto.

Monday, November 22, 2010

Lamer and hombre in Spanish

Why is it that Latin lambere became lamer (lick) and Latin homo became hombre (man) in Spanish? Why is it that when there was an mb, both bilabial consonants, the second consonant got lost in lambere, but an extra b (plus an r) was added in hombre (from Latin homo, hominis) and in hambre (from Latin famis, famis)? There seem to be two divergent phenomena here.

Saturday, November 20, 2010

Microondable

http://www.fundeu.es/Consultas.aspx?frmOpcion=CONSULTA&frmFontSize=2&frmIdConsulta=2742

Para mí el sufijo able presupone un verbo, que sería microondar, que no me consta que exista. El DRAE es menos riguroso que yo y dice que el sufijo se añade casi siempre a verbos. Apuesto que el inglés microwavable ha influenciado la creación de ese término. Dudo que los hablantes solos hayan tenido esa idea.

No, me equivoco, parece que ya se usa microondar: http://www.google.es/#hl=cs&source=hp&biw=1351&bih=580&q=microondar&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=3ada8e47afe16d90, pero nótese que en la mayoría de las veces debería ser un simple microondas.

Wednesday, November 17, 2010

Teja

Não, não é nem o feminino do rio Tejo e surpreendentemente não equivale (ou sim?) à forma esteja do verbo estar (Teje preso!), mas, pasmem, ao verbo ter. Ouvi ontem pela primeira vez, e o pior duas vezes, o que me diz que não foi um simples lapso, teja como tenha, algo como: Ele não quer que ela teja toda a felicidade que ela merece. E não foi de um estrangeiro, não! Foi de uma baiana radicada em São Paulo há vários anos. Vejam outros exemplos extraídos do Google pertinentes a este assunto: cursos gratuitos em salvador 2010 que teja 15anos, Alguem sabe um habbo pirata q teja moedas pets e vip?, Alguem que teja conta gordon compartilha comigo ae. É verdade que não são muitos, mas que las hay, las hay. Não sei vocês, mas às vezes tenho a impressão de que a linguagem que usam umas pessoas na Internet não corresponde a língua humana, é quase uma paralíngua, por isso que se deve tomar cuidado com pesquisas feitas com o Google. Como se formou o tal teja? Ainda não tenho resposta. Entendo que as formas do verbo estar muitas vezes perdem a primeira sílaba na fala, mas como teja equivale a tenha, do verbo ter? Ou será que estão confundindo estar com ter, o que até então me parecia impossível que um falante nativo fizesse? Para concluir: http://goiania.olx.com.br/comments-about-quero-um-homem-especial-id-3296632-p-6 Atentem para um dos comentários, que mostra que alguém já notou o tal do teja antes de mim.

Tuesday, November 16, 2010

Gender of breakfast in Polish and Czech

The genders of cognates tend to agree among native Slavic languages. Exceptions are words of foreign extraction that have a certain ending matching a gender and declension pattern in a given Slavic language, such as Czech tramvaj, adresa and banka, feminine, and Polish tramwaj, adres and bank, masculine, to name just a few. But there is one word of pure Slavic breed that has differing genders between Czech and Polish: the word for breakfast. Czech snídaně is feminine and Polish śniadanie is neuter. Czech snídaně is probably feminine to match other similar ending words like kolegyně (female colleague) and žákyně (female student). Polish śniadanie is neuter to match words ending in e, which are always neuter in Polish: serce (heart), morze (sea), and pole (field). Even though Czech words ending in e are mostly feminine, the cognates of serce, morze, and pole, srdce, moře, and pole, are neuter in Czech. I wonder what gender was śniadanie/snídaně in Proto-Slavic.

Monday, November 15, 2010

Zakupoholik

Provavelmente baseado no inglês shopaholic foi inventado em polonês zakupoholik (zakup = compra). Estou pensando como se poderia expressar o mesmo em português. Comprador compulsivo? Nalgum rincão da minha memória há uma palavra de origem grega usada em português que se refere exatamente à mesma coisa, mas não consigo lembrar-me.

Sunday, November 14, 2010

Bosta

Quem acha que bosta tem a ver com boi tem toda a razão e a etimologia comprova-o. Bosta vem do latim bostar, estábulo dos bois, que, é claro, é cheio de... É até possível que analisando mais a fundo se verifique que bo vem de bos, bovis (boi) e star, de stare (estar).

Saturday, November 13, 2010

Prostitute in Greek

Isn't it funny that prostitute in Modern Greek is ιερόδουλη (pronounced yerothuli, with a voiced th), since ιερός (yeros) (think of hieroglyphic) is sacred and δούλος (thulos) (think of doula) is slave? This Greek etymological dictionary states that it refers to a servant working as a prostitute in a temple.

Friday, November 12, 2010

Nonstandard possessive adjectives in Czech

I have seen instances of nonstandard possessive adjectives in Czech and what caught my attention is that they look even closer to Slovak, showing once more than nonstandard Czech has some features shared with Polish and with Slovak. Substandard Czech possessive adjectives follow the usual (nonstandard) declension of adjectives. Here is the set for animate masculine nouns:

Standard Czech:
nominative: otcův
genitive: otcova
dative: otcovu
accusative: otcova
vocative: otcův
locative: otcovu/otcově
instrumental: otcovým

Nonstandard Czech:
nominative: otcovej
genitive: otcovýho
dative: otcovýmu
accusative: otcovýho
vocative: otcovej
locative: otcovým/otcovym
instrumental: otcovým/otcovym

Standard Slovak:
nominative: otcov
genitive: otcovho
dative: otcovmu
accusative: otcovho
locative: otcovom
instrumental: otcovým

Thursday, November 11, 2010

Heces fecales

Estoy de acuerdo con que en la mayoría de las veces basta con decir heces, pero hez también es un depósito dejado en las bebidas, por eso no me parece incorrecto añadirle fecales, sobre todo si hay riesgo de ambigüedad.

Tuesday, November 9, 2010

Latin sylva

This says Sylvan comes from Latin sylva, which I had never seen. I know silva, with an i, not a y, and I wondered why there should be a y there instead since that word doesn't seem to be of Greek origin. Greek words containing a upsilon were often spelled with a y in Latin, such as chrysanthemum, from Greek χρυσάνθεμον (golden flower) and lyra, from Greek λύρα. I haven't been able to find σύλβα anywhere. This dictionary says sylva is "weniger gut" (less good) than silva.

Friday, November 5, 2010

Tip (gratuity)

Several languages display something in common regarding the word tip. In Portuguese it is gorjeta, which comes from French gorge, meaning throat, it's money you give someone for them to wet their throat. In Czech it is spropitné, inside of which is the word pít, to drink. In Polish it is napiwek. Pić means to drink and piwo is beer. In German it is Trinkgeld (trinken = to drink, Geld = money), also used in colloquial Czech under the disguise of tringeld, tringelt, trinkgeld or trinkgelt. In French it is pourboire (pour = for, boire = to drink). The Russians, albeit their fame as heavy vodka drinkers, have чаевые (chaevye, for the tea), which could be an example of euphemism. The Greeks have the romantic φιλοδώρημα (filodórima), which could be interpreted as filia (friendship) + doro (present, gift). In Hungarian it is borravaló, where bor means wine.

Tuesday, November 2, 2010

Chce to

It looks as if I've found a Czech expression structurally and semantically very similar to an Italian one: chce to and ci vuole. Chce is from the verb chtít (to want), vuole is from the verb volere (also to want). The sentence I've seen Chce to odvahu (Courage is necessary, We need courage) could be expressed in Italian with Ci vuole coraggio.

Monday, November 1, 2010

Mota

I heard the character Pablo Escobar in the movie Blow say mota to Johnny Depp, who plays an American drug dealer. The word mota (marihuana, grass, weed) that had been used a couple of other times in the movie, is Mexican (also used in surrounding countries) and would most likely not be used by a Colombian speaking to an American who spoke very little Spanish. I know that dialectical precision would be asking too much of Hollywood, but that inaccuracy really caught my attention.

More here.

Friday, October 29, 2010

Pagela

A candidata Marina Silva no Programa do Jô chamou pagela à chamada do professor. Talvez seja uma palavra comum no Acre, Estado de onde ela é natural. O mais próximo a este significado que encontrei em qualquer dicionário foi o de pequena página aqui. Chamou-me muito a atenção porque até então só conhecia a palavra em italiano (pagella), mas com o significado de boletim escolar.

Thursday, October 28, 2010

Kafé s sebou

I've seen the word for coffee spelled in so many ways in the Czech Republic, including the one that opens this post meaning coffee to go, that I decided to make a small list of the correct spellings in case anybody who writes shop signs and menus shows up here.

Portuguese/Spanish/French: café
Italian: caffè
English: coffee
German: Kaffee
Czech: káva or kafe (no accent mark)

And please! Italian latte (milk) is not spelled latté. It is not French, after all.

Wednesday, October 27, 2010

Dosáhnout and dosiahnuť

I found out yesterday that Slovak, the most closely related language to Czech, makes use of a different case after the verb dosiahnuť, to achieve, to reach. Czech dosáhnout requires the genitive (Víme, jak dosáhnout předních míst ve vyhledávačích), whereas Slovak dosiahnuť requires the accusative (Vieme, ako dosiahnuť predné miesta vo vyhľadávačoch). Maybe that is why I remember seeing dosáhnout with the accusative in a Czech text. It is probably a Slovakism.

Tuesday, October 26, 2010

Absence of accent marks

Today I saw MEDECINS SANS FRONTIERES (Doctors without borders) and below it its Czech version LÉKAŘI BEZ HRANIC both in block letters. What drew my attention is that the French decided to do away with their diacritics (médecins sans frontières) while the Czech flaunt theirs. Is that maybe because of that purported French rule that you shouldn't accent majuscules or is there a statement behind that?

Monday, October 25, 2010

Sunday, October 24, 2010

A hungry chef

Sentence in a Czech magazine that really tickled me: Václav Nesnídal řídí kuchyni ve Strakově akademii už čtrnáct let. = Václav Nesnídal (the chef's name, but if you translate it literally, it means Wenceslas Did Not Have Breakfast) has been running a kitchen at the Straka Academy (seat of the Czech government) for fourteen years. The shoemaker's son always goes barefoot. Talk about the opposite of an aptronym.

Other funny Czech surnames are Skočdopole (Jump into the field), Pospíšil (He hurried, hastened), Nejezchleba (Do not eat bread), Koukal (He took a look), Hrabal (He raked), Osolsobě (Salt your food), Přecechtěl (Despite it he wanted it), Zabloudil (He strayed away, He lost his way).

Edit on December 8: Today I came across a diving instructor slash travel agent named Zabloudil, mentioned above. I'm not sure I'd go on a trip or under water with him. :)

Saturday, October 23, 2010

Esspreso

I saw the word espresso spelled esspreso at a Czech café a couple of days ago. The writer probably knew there were two s's somewhere but didn't remember where exactly. That spelling somehow reminded me of the Hungarian standard spelling eszpresszó.

Friday, October 22, 2010

Gender of maz and kolomaz

The Czech language never ceases to amaze me. I found out yesterday that, even though kolomaz "axle grease" is derived from maz "grease, lubricant", the latter is masculine and the former is feminine! The genitive of maz is mazu (declined like hrad) and that of kolomaz is kolomazi (declined like kost).

Thursday, October 21, 2010

Thursday, October 14, 2010

Jseš and jsi

In colloquial Czech the non-standard form jseš is often heard instead of jsi, but the interesting thing is that it only crops up when the verb být (to be) is used as a full verb, not as an auxiliary. We would thus have Jseš unavenej? (Are you tired?), but Šel jsi na poštu? (Did you go to the post office?) Jseš doesn't seem possible as an auxiliary. There is a similar situation in Serbo-Croatian, which uses the full or the abbreviated forms depending on a few factors of the verb to be as a linking verb , but only the abbreviated forms as the auxiliary for the past: jesam and sam, jesi and si, jeste and je, jesmo and smo, jeste and ste, jesu and su.

Wednesday, October 13, 2010

Brasileiros e brasileiras

Não aguento mais ouvir brasileiros e brasileiras de José Serra e de Dilma Rousseff. Será que eles não se tocam que desde sempre o masculino plural abarcou tanto os homens quanto as mulheres? Será que não sabem também que é o feminino que é o gênero marcado em português (e de outras línguas)? Essa insistência no feminino não é da natureza do nosso português. O engraçado é que dizem que algo é para todos os brasileiros e brasileiras. Se querem bater nessa mesma tecla, por que não dizem que algo é para todos os brasileiros e todas as brasileiras. Confundem gênero com sexo, e infelizmente não são os únicos.

Thursday, October 7, 2010

Dele no Jornal Nacional

Já há tempos venho notando o uso, para mim estranho e exagerado, dos pronomes dele ou dela Jornal Nacional. Na edição de ontem ouviu-se "... o juiz do trabalho Marcelo Alexandrino recebeu a notícia de que o filho dele, de 11 anos, e a enteada..." Noto que a própria jornalista dispensou o pronome possessivo antes de enteada e poderia tê-lo feito também antes de filho. Será que existe algum livro de (mau) estilo que desaconselha o uso de seu, que admito ser ambíguo às vezes, ou de nada, que os jornalistas da Globo têm de seguir para dizer tais coisas, tudo em nome da clareza? Para mim teria ficado tudo muito claro e elegante sem possessivo nenhum.

Friday, September 24, 2010

Joule

Lembro que no colegial pronunciávamos todos jáuli, com certeza porque assim pronunciava o nosso professor de Física, mas na Wikipédia em português parece que dizer que a pronúncia é dzul ou jáuli, já a versão em língua inglesa diz que é só dzul. Como é que ficamos? Os anglófonos parecem ter a mesma dúvida.

Monday, September 20, 2010

Kontra in Polish

Kontra seems to be the only preposition in a highly-inflected language, such as Polish, that takes the nominative case. Even though this dictionary calls it a preposition, the average user of the language may not feel it to be one, but then what does a Polish speaker think kontra is?

Tuesday, September 14, 2010

Roncolho, gatofilia e liteira

O Programa do Jô também é cultura. Acabei de aprender roncolho/monórquico.

Mas também ouvi gatofilia, que mais classicamente seria ailurofilia. Em grego moderno há γάτα (gata), talvez de influência italiana; em grego clássico, αἵλουρος (ailuros).

Outra palavra que ouvi com uma nova acepção é liteira. Da entrevista depreende-se que se refere à caixinha, mormente com areia, onde os gatos fazem suas necessidades. Esse novo significado deve ter sido por contaminação do inglês litter, dejetos, lixo, excremento, já que a nossa liteira é algo bem diferente.

Monday, September 13, 2010

Catucar

A primeira vez que ouvi na música de abertura do programa A Grande Família, a forma catucar chamou-me a atenção, e agora foi o comediante Cláudio Torres Gonzaga, carioca, que a usou. Nas minhas bandas dizemos cutucar. Será que cutucar é um paulistismo (?) e catucar, um fluminensismo (?). Qual será a preferência no resto do Brasil?

Saturday, September 11, 2010

Persuadir sobre?

A propaganda busca convencer, evidenciar a um terceiro que determinado objeto, pessoa ou o que quer que seja possua qualidades ímpares, significativas e consideráveis. Quando a pessoa se comporta como a coruja das fábulas, muitas vezes ela está persuadindo aos quatro cantos sobre suas qualidades, qualidades muitas vezes inexistentes e vislumbradas apenas no imaginário daqueles que estão se auto-propagando.

No Brasil algo que acontece com muita frequência que me irrita muito é o sujeito achar que, para ser respeitado, para ser considerado culto/inteligente, tem que falar/escrever bonito. Nada contra nem o falar nem o escrever bonito, mas o problema é que, se a pessoa não tem condições, o que é verdade para a maior parte das pessoas, fica pior a emenda que o soneto. O que significa persuadir sobre algo? O escrevedor com certeza não sabe o que é persuadir, mas acha que a palavra é chique e tasca-a na primeira oportunidade que encontra. O pior é que daí ninguém entende. Persuadir aí em cima significa exatamente o quê? Falar muito, propagar, gabar-se? Ou será que ele quer persuadir os quatro cantos das suas qualidades? E nem vou falar da ortografia e do signficado do auto-propagando do final.

Meu conselho? Quem pode pode; quem não pode se sacode. É melhor um arroz com feijão bem feito do que um estrogonofe que não deu certo.

Friday, September 10, 2010

Espero que deixei claro em vez de confundir

Vocês não acham estranho o título acima? Eu acho. Se não soubesse do contrário, juraria que foi um estrangeiro que está aprendendo a nossa língua ou um programa de tradução automática desses bem vagabundos que se encontram na Internet que produziu a oração em apreço, mas não é, é de um falante nativo de português que diz ser de São Paulo capital, pelo menos pelo seu perfil. É a primeira vez que vejo esperar seguido de verbo no indicativo. A construção Espero que tenha deixado claro ainda seria um pouco melhor, no limite do aceitável, mas a mais comum, correta, elegante e simples não é mesmo Espero ter deixado claro em vez de confundido? Será que a pessoa foi influenciada pelo inglês, que tem estrutura análoga neste tipo de orações: I hope I (have) cleared it up instead of/rather than muddled it up, por exemplo.

Saturday, September 4, 2010

Wirusa and virus

Żona i syn chorego lekarza też mają wirusa A/H1N1.

Two closely related languages, like Czech and Polish, can have different views on what constitutes animacy in grammar. The sentence that starts this post in Polish (Wife and son of ill doctor also have virus A/H1N1) contains the noun wirus plus the accusative ending - a - typical for animate nouns. The same sentence in Czech would be Žena i/a syn chorého/nemocného lékaře též/taky mají virus A/H1N1 has the noun virus without the a, also characteristic of animate nouns in Czech, which means that for Czes viruses are inanimate and for Poles they are animate, at least grammatically speaking.

The Slovak equivalent (Žena a syn chorého lékara tiež majú virus A/H1N1) behaves like Czech.

Thursday, September 2, 2010

Fia do futi

Minha mulher, que é estrangeira, me perguntou o que significa fia do futi. Para mim não pareceu português, daí vi que ela encontrou a expressão neste blogue. Como nem eu nem ela achamos a resposta, perguntamos à própria autora, e esta informou-nos de que se trata de filha do diabo, já que futi significa diabo. Nunca ouvi isso em São Paulo e este dicionário diz que é espingarda em Moçambique e este dicionário informal diz que é ânus, que também não conhecia. Será que é uma expressão do Norte do Brasil?

Wednesday, September 1, 2010

Raide

Acabei de descobrir raide num jornal português. Em jornais brasileiros nunca vi. Pergunto-me se raid em inglês, pronunciado aproximadamente reid, daria raide ou reide no Brasil se fosse aportuguesado, mais próximo à pronúncia ou à escrita. Ou será que não fazemos uso desse anglicismo?

Edit: Como não me ocorreu procurar neste dicionário, brasileiro, reide? Sim, está dicionarizado, mas nunca vi esse bicho à solta.

Wednesday, August 18, 2010

What comes after play

Why is it that Czech (On hraje na kytaru) and Slovak (On hrá na gitaru) use the accusative and Polish (On gra na gitarze) and Russian (Он играет на гитаре - On igraet na gitare) use the locative/prepositional when one plays a musical instrument?

Monday, August 9, 2010

Mais grande

Acho que descobri um caso em que mais grandenão poderia ser substituído por maior por não haver nenhuma comparação. Outro dia estava com um amigo meu numa loja de automóveis e eis que ele entrou em um e exclamou: Que carro mais grande! Aqui francamente maior não caberia. Seguindo a mesma lógica, também poderia imaginar mais bom"Que bolo mais bom!" Tanto em mais bom quanto em mais grande, mais tem função análoga a de muito, extremamente, etc.

Thursday, August 5, 2010

Moça e moçar

Ontem enquanto estava lendo A mão e a luva, de Machado de Assim, chamou-me a atenção a grafia de moça com acento circunflexo: môça. Sei que esse acento foi usado até a década de setenta, se não me engano, para diferenciar as vogais e e o abertas das suas correspondentes fechadas. Portanto, êle levava acento para se diferenciar de ele, a letra, mas tal diferenciação só ocorria, é claro, quando houvesse o "perigo" de confundir duas palavras com timbres diferentes. Não imaginei que fosse o caso de moça, porque não conhecia móça (usa o acento para indicar a pronúncia), até que resolvi consultar o dicionário e não é que vi que moça (móça) é a terceira pessoa do verbo moçar, que significa tirar ou perder a virgindade. Mas o que também me surpreendeu é que muitas vezes usamos moça no sentido de mulher virgem, como atesta o dicionário, o que me leva a crer que a palavra moçar com esse sentido esteja "errada" e que o mais lógico seria desmoçar, também registrado. Mas nem tudo na língua é lógico.

Thursday, July 22, 2010

Francomaçonaria

Estou lendo O Símbolo Perdido, de Dan Brown, traduzido por Fernanda Abreu, boa tradução por sinal, mas algo que me chama sempre a atenção é ver a palavra franco-maçonaria, como se registra aqui, aqui e aqui (ir a Nossa Língua, Busca no Vocabulário), grafada sempre Francomaçonaria. É o primeiro livro que leio já respeitando o Acordo Ortográfico, e por isso pergunto-me se a tradutora ou os revisores acham que franco é prefixo e como tal só se hifeniza diante de vogal igual ou h.

Sunday, July 18, 2010

Analogy between planets and days of the week in Japanese

Yesterday I discovered something that is so obvious, but which had never crossed my mind. In Romance languages (except Portuguese) most days of the week are dedicated to Roman gods, as in Spanish lunes (Monday, day of the moon), martes (Tuesday, day of Mars), miércoles (Wednesday, day of Mercury), jueves (Thursday, day of Jupiter), viernes (Friday, day of Venus), sábado (Saturday, the Sabbath), domingo (Sunday, day of the Lord). The planets in European languages are also dedicated to Roman gods (Mercury, Venus, Earth, Mars, Jupiter, Saturn, Uranus and Neptune). What I found out yesterday is that Japanese, albeit non-European, names planets just like European tongues and follows the same pattern as most Romance languages' days of the week. Mercury (related to miércoles in Spanish, Japanese 水曜日) is 水星 (literally, water star), Venus (related to viernes, Japanese 金曜日) is 金星 (literally, gold planet), Mars (related to martes, Japanese 火曜日) is 火星 (literally, fire star), Jupiter (related to jueves, Japanese 木曜日)is 木星 (literally, tree star), Saturn (related to Saturday, Japanese 土曜日) is 土星 (literally, soil star), Uranus and Neptune aren't related to the days of the week, the former is 天王星 (the first character means sky, heaven) and Greek ουρανός (ouranós) means the same thing, and the latter is 海王星 (the first character means sea, and Neptune was the god of the sea).

Saturday, July 17, 2010

Entanguido

Mais uma vez uma tia minha, que já contribuiu com duas palavras para o meu vocabulário, saiu com outra desconhecida para mim: disse que lá estavam entanguidos de frio. Não é que é uma palavra que tem pedigri?

Monday, July 12, 2010

Conservador em comida

Comprei um suco hoje e vi escrito "Sem conservadores". Pensei que estivesse mal redigido ou se tratasse de uma má tradução, porque até então só tinha visto conservantes neste contexto, mas vejo que conservador também é possível.

Tuesday, July 6, 2010

ATM em português

Que sentido faz este ATM aqui? No ano passado, 31% das transações bancárias foram iniciadas pela rede, ultrapassando os terminais de autoatendimento (ATM). E aqui de novo: De acordo com o BC, ainda há necessidade de maior eficiência no compartilhamento nas redes de atendimento automático (terminais ATM)

ATM é uma sigla da língua inglesa e significa automatic telling machine, telling aqui a significar contar (cf. holandês tellen e alemão zählen). Se as as máquinas são terminais de autoatendimento, como o próprio artigo indica, faria muito mais sentido TAA do que um ATM jogado lá que o leitor médio não entende. Ou será que algum brasileiro ou lusófono em geral fala assim? Eu nunca ouvi.

Sunday, July 4, 2010

Shameless Linking

http://rbhardy3rd.blogspot.com/2009/09/reading-journal-burkes-speech-on.html

A few quotes from there:

Aristotle, the great master of reasoning, cautions us, and with great weight and propriety, against this species of delusive geometrical accuracy in moral arguments, as the most fallacious of all sophistry." Again, at the root of modern conservatism, in the eighteenth century, is a rejection of abstract reasoning in favor of practical experience and moral sensitivity.

Central to Burke's conservatism is a respect for tradition tempered by what he called "a moral imagination," which the conservative Russell Kirk defines as "that power of ethical perception which strides beyond the barriers of private experience and momentary events." In other words, it includes "empathy."


Here he is quoting Dryden's translation of a passage in Vergil's Aeneid:

...One common soul
Inspires and feeds and animates the whole.
This active mind infus'd through all the space
Unites and mingles with the mighty mass (982-985).

In the original Latin:

Spiritus intus alit; totamque infusa per artus,
Mens agitat molem; et magno se corpore miscet (6.726-727).

Saturday, July 3, 2010

Alvanel/alvenel

Encontrei um cognato do espanhol albañil (pedreiro): alvanel/alvenel no livro Caim, já mencionado aqui.

Friday, July 2, 2010

Dar calabazas, dać arbuza

I've learned today that both Spanish and Polish, such dissimilar languages, use very similar expressions to state that someone has (been) rejected. In Spanish dar calabayas (to give pumpkins) means to be turned down by a possible lover and in Polish dać arbuza (to give a watermelon) means to reject a proposal of marriage (search arbuz). I've found an explanation for Spanish dar calabazas here and for the Polish expression here. I wonder if other languages use similar expressions. The closest I can think of is Portuguese (Brazilian only?) dar um bolo, (literally: to give someone cake) which means to stand somebody up, not to show up at a date, which involves a certain degree of rejection.

Thursday, July 1, 2010

Avonde

Eis uma palavra com o seu respectivo contexto que o grande Saramago, que fará muita falta, me ensinou no livro Caim, que estou lendo: Há quem afirme que foi na cabeça dele que nasceu a ideia de criar uma religião, mas desses delicados assuntos já nos ocupámos avonde no passado...

adv. || (ant. e pop.) em abundância, à farta: E um dia que não tenhas terra avonde, ou do céu te não chova água que baste. ( João de Deus. ) V. abonde. F. lat. Abunde.

Tuesday, June 22, 2010

Afatiados

Num supermercado do Rio de Janeiro chamou-me a atenção a palavra Afatiados por dois motivos: primeiros porque penso referir-se ao que chamamos de frios em São Paulo (presunto, queijo, apresuntado, etc.) e segundo por ter esse aa mais do início. Até então só conhecia fatiado, do verbo fatiar, mas vejo que afatiar também está dicionarizado.

Monday, June 14, 2010

Costa-riquenho, costarricense

De repente notei que costa-riquenho, palavra aceita em português, provida da terminação enho, que é própria do espanhol, não encontra equivalência num possível espanhol costarriqueño, já que o termo dicionarizado em espanhol é costarricense. Mas é de notar que na Internet há milhares de ocorrências de costarriqueño em páginas em espanhol. E aqui a declaração de um costa-riquenho que diz nunca ter ouvido costarriqueño em toda a sua vida.

Já o português aceita tanto costa-riquense quanto costa-riquenho. O dicionário da Academia Brasileira de Letras também registra costa-ricense (ir a Nossa Língua, Busca no vocabulário), mas tal palavra não aparece nem no Aulete, brasileiro, nem no Priberam, português.

Thursday, June 10, 2010

Enjundia - enxúndia

Aprendi hoje em espanhol a palavra enjundia e descobri o seu equivalente em português: enxúndia. O que me chamou a atenção é que a terceira acepção em espanhol se refere a algo importante, já a terceira em português fala de algo dispensável. Parece, portanto, tratar-se de duas palavras semelhantes mas que às vezes podem ser usadas em contextos diferentes, pelo menos levando em consideração o que os dois dicionários acima trazem.

Monday, May 17, 2010

Too Good Not to Share

http://www.nytimes.com/interactive/2010/05/11/travel/funny-signs.html?src=me&ref=general#/4be4dde68e31df0e4b00048d/

Because you are dangerous, you must not enter.

This is a mangled English translation of:
あぶないから、はいってはいけません。

To try a quick little error analysis, some Japanese adjectives like あぶない refer to both the cause of the danger as well as the one who experiences the danger.

Sunday, May 16, 2010

Barganha

As associações estaduais de leiloeiros estimam que os participantes de leilões dobraram nos últimos cinco anos. Seriam agora cerca de 500 mil pessoas, a maioria jovem e com poder de compra limitado, em busca de uma barganha.

Pois é, você não entendeu o final? Eu também não teria entendido se não soubesse inglês. Bargain em inglês significa pechincha, bagatela, mas barganha não. Barganha significa troca, permutação ou transação cavilosa, bem o contrário do que se quis escrever. Mais português e menos inglês para quem escreve para os brasucas.

Saturday, May 8, 2010

Chorume

Palavra que aprendi no Jornal Nacional.

Sunday, May 2, 2010

Gerenta

Dilma projeta a imagem de uma gerenta que pisa forte, mas carece de flexibilidade, sensibilidade e espírito de equipe. Qualidades associadas ao estilo feminino de liderança, justa ou injustamente.

É a primeira vez que vejo gerenta. O dicionário diz, como eu já esperava, que gerente é substantivo de dois gêneros. Pergunto-me se a autora, que escreve sempre em bom português, visava a algum objetivo estilístico com essa palavra. Mas se foi essa a sua intenção, não estou a perceber, como dizem os portugueses.

Friday, April 30, 2010

Ademã

Não obstante o que se diz neste episódio do Programa do Jô, ademã não se escreve con n no final. Nas palavras portuguesas, o n final só é possível depois de e (pólen, hífen) ou o (elétron, nêutron). Como se vê, trata-se sempre de palavras paroxítonas, o que não é o caso de ademã.

Monday, April 26, 2010

Vuvuzela

Para quem não conhece, como eu não conhecia, apresento-lhes a vuvuzela. Talvez seja pelo fato de eu não ser torcedor, mas não vejo diferença nenhuma entre a tal vuvuzela e a conhecida corneta.

Thursday, April 22, 2010

Catarse

Acabei de ouvir um psiquiatra no Programa do Jô pronunciar catarse com z. Catarse pronuncia-se com s, já que o s vem depois de consoante. É o mesmo caso de personalidade, corso, persuasão, etc.

Monday, April 19, 2010

A fantasma

Acabei de ouvir fantasma com o gênero feminino no Jornal Nacional. Isso até parece erro de estrangeiro, que acha que toda e qualquer palavra terminada em a é feminina (ainda que a maioria seja) e diz a dia, a problema, a teorema, etc. Essa pessoa não está sozinha, na Internet também se encontram várias ocorrências de a fantasmaa referir fantasmas do sexo feminino, o que tem até sua lógica. Entretanto, a pessoa que proferiu a fantasma falava de fantasmas de forma geral, não lhes especificava o sexo.

Sunday, April 18, 2010

Pego (particípio passado)

A única pessoa que conhecia que pronuncia pego, particípio passado, com e aberto é o Jô Soares e sempre pensei que fosse idiossincrasia dele, mas acabei de ouvir a jornalista Maa Luquet, a julgar pelo sotaque igualmente carioca, pronunciar o dito particípio também com e aberto. Será que é uma pronúncia generalizada no Rio de Janeiro?

Algumas considerações do Ciberdúvidas sobre pego e pegado.

Friday, April 16, 2010

Cota (armadura)

Acabei de aprender com um historiador no Programa do Jô a palavra cota, que o historiador pronuncia com o fechado, mas o dicionário diz que tem o aberto.

Wednesday, April 14, 2010

O óculos

http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/arquivos/art_carosamigos-julho09.htm

Mas ele parece não ter notado que nenhuma das palavras que mencionou: calça, cueca, tesoura, etc., termina em s, e óculos sim. Poderia ter simplesmente dito que há várias palavras que terminam em s que não estão no plural, como o ônibus, o pires, o lápis e o pênis.

Tuesday, April 13, 2010

Futuro em catalão para indicar hipóteses

El futur és incert, però hi ha certeses que són inqüestionables i prediccions que, si res no ho espatlla, es compliran segur. Si avui és dilluns, no m'equivocaré si dic que demà serà dimarts, així que empraré el temps de futur sense por. El que no podem fer és emprar el futur per fer suposicions, cosa que en castellà sí que es pot fer. Imaginem que a la feina un company no ha vingut i demanem per ell; l'espavilat del despatx ens respon de seguida: «Estarà malalt». En el cas que l'espavilat fos endeví, semblaria una sentència de mal averany, perquè l'ús del futur ha de servir només per assegurar o augurar l'esdevenidor, i mai per fer una suposició més o menys hipotètica. En aquest cas, ens servim del verb 'deure': «Deu estar malalt».

Não sei se me convence plenamente. Em outras línguas neolatinas, como em português e em italiano, é possível usar o futuro com a mesma função. Tenho minhas dúvidas se de fato estamos diante de uma contaminação linguística do espanhol para o catalão.

Monday, April 12, 2010

Português angolano

Há várias inconsistências neste artigo . Vou falar de algumas (o que está em itálico são fragmento do texto e os meus comentários encontram-se em letra normal).

O jornal forneceu-me a possibilidade de trabalhar duas questões: a da norma culta (usada nas diversas seções) e a da norma popular (vislumbrada em crônicas permeadas por gírias).
Não se pode basear toda uma língua num simples artigo de jornal. Não se pode esquecer que o jornalista dá a sua marca ao texto que escreve, que é a sua cara, que representa o seu idioleto e não pode (nem deve) representar toda uma nação. Para dar um exemplo, nem todo brasileiro fala ou escreve como a redação da revista Época. Além disso, há um problema estatístico: a amostra é muito pequena. Mas passemos ao próximo ponto.

a) Em Portugal-Angola encontra-se normalmente o registro do mais-que-perfeito simples com o seu sentido temporal, ao passo que no Brasil tende a fixar-se a preferência pelo uso do mais-que-perfeito composto:

“Quando ouvira falar do Luís Fernando, bem no começo dos idos de oitenta, ...”

Qualquer pesquisa revela que o pretérito mais-que-perfeito simples é mais usado no Brasil em textos literários e jornalísticos do que em Portugal (e suponho que em Angola). Quanto à língua falada, talvez se possa dizer que tenha praticamente morrido em toda a lusofonia.

b) O emprego da mesóclise no futuro é corrente no português europeu e no português angolano, o que não se verifica no português brasileiro:

“De 8 a 10 realizar-se-á a Feira de Música no Campo de jogos Manuel Berenguel...”

Se por português brasileiro se refere à fala, dou-lhe razão, mas não podemos descartar os milhares de livros escritos por autores brasileiros em que aparece a mesóclise.

Mas, observa-se na variante nacional de Angola, ainda que timidamente, a interferência da norma usual brasileira: colocação em próclise no futuro. Destaco o exemplo:

“... enquanto os políticos se desdobrarão, com certeza, em maratónicas sessões de discursos... ”

Errado. Em português padrão, seja ele de onde for, não se usa a mesóclise com fator de próclise (aqui o fator é enquanto, conjunção subordinada temporal).

d) Portugal-Angola empregam os pronomes possessivos com artigo em casos em que Brasil não o faz:

“...dados adequados para analisar, validar e determinar as suas prioridades económicas e sociais. ”

Muito taxativo. Eu, brasileiro, poderia dizer ou escrever esta frase com ou sem o artigo as antes de suas.

e) O português de Portugal bem como o português de Angola mantêm, no código do tratamento, o uso de tu (te) informalmente e vós (vos) em situação formal:

Muito taxativo mais uma vez. No Brasil também se usa o tu em algumas regiões e há inclusive pessoas que o conjugam corretamente. Quanto a vós, o que acontece em Portugal, pelo que venho seguindo, é que não use usa o vós, mas usam-se os pronomes vos e vosso (e variações) muitas vezes em lugar de lhe e seu (e variações), algo como Trouxeram os vossos deveres? Canonicamente: Trouxarem os seus deveres ou Trouxestes os vossos deveres? Além disso, vós não configura situação formal, mas sim mero plural.

Neste aspecto, ambas as modalidades nacionais distanciam-se, acentuadamente, da atual norma brasileira, que excluiu essas duas fórmulas.
De novo muito categórico. Dizer coisas destas com relação a língua é sempre perigoso.

Cabe-me registrar que, embora com baixíssima freqüência, detectou-se no uso angolano o mesmo traço conservador utilizado no Brasil, no que concerne à colocação do pronome átono, conforme o exemplo:

“Se Noventa Palavras o distinguem como cronista antológico...”

Seria mesmo um caso de conservadorismo ou um sintoma de contaminação lingüística da variante nacional brasileira? Afinal, como já foi dito, intensifica-se o intercâmbio cultural entre Angola e Brasil.

Se é fator de próclise, portanto Se Noventa Palavras distinguem-no... é inaceitável em qualquer país lusófono.

“Tu já escrevestes sobre isso.”
Não sei se simplesmente transcreveu o que viu ou foi de lavra do estudioso, mas de qualquer forma é Tu já escreveste...

b) O verbo PARAR na acepção de “fixar-se”, no Brasil, é regido pela preposição em. Ao passo que em Angola é regido pela preposição a:

“Ontem, todas as atenções foram parar à sede nacional dos correios.”
Duvido. Aqui se usou a por causa do verbo ir, que é verbo de movimento.

Thursday, April 8, 2010

Estandape

Estou ouvindo com muita frequência stand-up em português. Sugiro escrever em português estandape, que corresponde bem à pronúncia que tenho ouvido.

Wednesday, April 7, 2010

Cuadriga

Oí tres veces a Jordi Hurtado, presentador del programa Saber y Ganar, pronunciar cuadriga como palabra esdrújula. La palabra es llana, lo que se nota claramente por la ausencia de tilde.

Tuesday, April 6, 2010

Pronúncia de Soyuz

Apesar do que se ouve nos telejornais brasileiros, pronuncia-se Soyuz, o nome da estação russa, na última sílaba, nada difícil para nenhum lusófono. Essa pronúncia que se ouve nos jornais até dá a impressão errônea de se tratar de palavra inglesa. Soyuz (em alfabeto cirílico союз), união, é a mesma palavra que faz parte do acrônimo CCCP (Союз Советских Социалистических Республик, que se lê algo como Soyuz Sovetskikh Sotsialisticheskikh Respublik), que em português vira USSR, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Monday, March 15, 2010

Genitive of písmeno

I don't know better, but I suspect the genitive of the Czech word písmeno (letter), a neuter noun as (all?) others ending in o, can be písmene alongside písmena, the latter the regular form, due to contamination with other ne genitives, but of masculine nouns, as kmen, kmene (tribe, trunk) and hřeben, hřebene (comb).

Sunday, March 14, 2010

No verb of movement after modal verbs

There is something that German, Dutch, Czech, Polish and Romanian allow, which I haven't encountered in other languages: it is possible to leave out the verb to go after verbs like must, can, want. In German: Ich will zur Mami (gehen), in Dutch Ik wil naar mama (gaan), in Czech Chci (jít) k mámě, in Polish Chcę (iść) do mamy, in Romanian Vreau (să mă duc) la mami. The verb to go is in parentheses, all meaning I want to go to where my mom is or I want my mom.

Sunday, March 7, 2010

Czech and Polish collective numbers

Polish makes wider use of collective numbers than Czech. In Polish, collective numbers (dvoje, troje, czworo, pięcioro, etc.) are used when referring to mixed groups composed of both men and women, to children and baby animals and to nouns which only appear in the plural (known as pluralia tantum in Latin), something also shared with Czech. We thus have:

PO:Znam pięcioro polskich studentów. - The students are both male and female.
PO: Znam pięć polskish studentów. - The students are male.
CZ: Znám pět polských studentů. - We don't know if the students are all male or male and female.
EN: I know five Polish students.

PO: Ona ma troje dzieci.
CZ: Ona má tří děti.
EN: She has three chidren.

PO: W szufladzie jest dwoje nożyczek. - The numeral requires the genitive plural and the verb is in the singular.
CZ: V šuplíku jsou dvoje nůžky. - The numeral requires the nominative plural and the verb is in the plural.
EN: There are two pairs of scissors in the drawer.

Saturday, March 6, 2010

Divergences among Slavic languages dealing with animate/"man" nouns and consonant change

Even though Czech, Polish, Slovak, and Russian work in very similar ways regarding declensions, there is a striking difference between them. In Czech, Polish, Slovak, and Russian in the singular, masculine animate nouns share an accusative and a genitive form: vidím Poláka/slona (CZ), widzę Polaka/słonia(PO), vidím Poliaka/slona (SK), Ya vizhu Polyaka/slona (RU) (I see a/the Pole/elephant). In nominative plural, Czech orders nouns according to animacy and Polish and Slovak according to manness. That's why in Czech you have Sloni/Poláci(both animate) jsou tu, in Polish Słonie (non man)/Polacy (male) są tu and in Slovak Slony (non man)/Poliaci (male) sú tu. (The elephants/Poles are here.) There's no such distinction in Russian in the nominative plural: Polyaki/Slony tut. In the accusative plural, you get Vidím slony/Poláky (CZ), Widzę słonie/Polaków (PO), and Vidím slony/Poliakov. Notice that Slovak and Russian lack a vocative case (except for a very restricted number of nouns). Russian, the only non-West Slavic language here, is simpler in this regard: animate nouns have accusative = genitive in both singular and plural, whether they are human or not.

Maybe some confronting tables will help visualize it better:

Czech - Polish - Slovak - Russian (transliterated)(In Russian, instead of locative, one normally talks about the prepositional. Russian locative coincides with prepositional, except for very few words.)

Singular

nominative: slon - słoń- slon- slon
accusative: slona - słonia - slona - slona
genitive: slona - słonia - slona - slona
dative: slonovi/slonu - słoniowi - slonovi - slonu
vocative: slone - słoniu - slon -slon
locative: slonovi/slonu - słoniu - slonovi - slone
instrumental: slonem - słoniem - slonom - slonom

Plural

nominative/vocative: sloni - słonie - slony - slony
accusative: slony - słonie - slony - slonov
genitive: slonů - słoni - slonov - slonov
dative: slonům - słoniom - slonom - slonam
locative: slonech - słoniach - slonoch - slonakh
instrumental: slony - słoniami - slonmi - slonami

Czech - Polish - Slovak - Russian

Singular

nominative: Polák - Polak - Poliak - Polyak
accusative: Poláka - Polaka - Poliaka - Polyaka
genitive: Poláka - Polaka - Poliaka - Polyaka
dative: Polákovi/Poláku - Polakowi - Poliakovi - Polyaku
vocative: Poláku - Polaku - Poliak - Polyak
locative: Polákovi/Poláku - Polaku - Poliakovi - Polyake
instrumental: Polákem - Polakiem - Poliakom - Polyakom

Plural

nominative/vocative: Poláci - Polacy - Poliaci - Polyaki
accusative: Poláky - Polaków - Poliakov - Polyakov
genitive: Poláků - Polaków - Poliakov - Polyakov
dative: Polákům - Polakom - Poliakom - Polyakam
locative: Polácích - Polakach - Poliakoch - Polyakakh
instrumental: Poláky - Polakami - Poliakmi - Polyakami

Thursday, March 4, 2010

Verbo add em português

Que besteira é esta do tal verbo add em português, que já vi um par de vezes? A última vez foi do meu próprio irmão, sangue do meu sangue, um homem barbado dos seus quarenta e dois, quarenta e três anos, não um adolescente cheio de espinhas, que saiu com esta: Pede pra ela add você, que verá. O fato de ser uma palavra estrangeira não é mais chocante, já que foram formados printar, bootar (ou butar), deletar, etc. no Brasil, mas o que mais espanta é que add não tem nenhuma das terminações verbais dos infinitivos portugueses (ar, er ou ir), sendo a primeira, ar, de longe a mais comum. Além disso, há tantos verbos que se podem e se usam no lugar, tais como acrescentar, adicionar, pôr, colocar, etc., com preferência para os dois primeiros. Que fosse no mínimo adar (ou addar, na minha opinião pior) se se teme pela sua imprescindibilidade. Será que não existe um pouco de bom senso nos usuários de português no Brasil? O verbo add é simplesmente um mostrengo que mexe com toda a estrutura da língua.

E olhem só o que lembrei: adir e sua conjugação

Sunday, February 21, 2010

Sustantivos heterogenéricos

Se sabe que hay unos vocablos compartidos entre el español y el portugués que no tienen el mismo género, como o massacre (masculino en portugués) y la masacre (femenino en español). Aquí me gustaría hablar de algunas bebidas: tequila aparece registrado como masculino en español, pero femenino en portugués, vodca (o vodka) como masculino o femenino en español y femenino en portugués y guaraná como masculino en portugués pero femenino en español. Sin embargo, a veces la gente lo dice de otra manera, como a guaraná, femenino, que he oído innúmeras veces en Brasil, y tampoco son escasas las veces en que tequila aparece como femenino.

Wednesday, February 17, 2010

Color de gos com fugi

N’estic fins al capdamunt, d’aquest anglicisme de color de gos com fuig. (Estou de saco cheio deste anglicismo - coach - de cor de cachorro quando foge. Muito parecido com o nosso cor de burro quando foge.

Tuesday, February 16, 2010

Change of pronouns in translation

The book The Word, by Irving Wallace, presents the Latin sentence Vigilat ut quiescant and then the following words: He guessed the legend to mean: They watch, so that you can be safe. It surprises me that the author gave such a translation, since other instances written in Dutch are simply flawless, which tells me he is somebody who does his homework. Quiescant is the third person plural present subjunctive of the verb quiesco, quiescere, thus so that they can be safe/rest. The you form, the second person singular of the same tense and mood, would be quiescas. If he meant a generic you, maybe the first person plural would be more appropriate, quiescamus, or something like omnes quiescant (everybody can be safe).

Another problem is vigilat. It is the third person singular present indicative, which would give us a literal translation He/She watches. Should I maybe keep in mind the word guessed that the author himself used?

Friday, February 12, 2010

P swapping places with F

There's an interesting phenomenon I've noticed in Greek and between two Slavic languages. The Greek word for minute (time) or cent can be spelled λεφτό or λεπτό (leftó or leptó). There are also Modern Greek εφτά (eftá)and επτά (eptá), seven, from Ancient Greek ἑπτά. Another case is Ancient Greek πτερόv (pterón), Modern Greek φτερό (fteró), meaning feather, wing (that's where we got our word pterodactyl). Somehow related to that are Czech pták and Slovak vták (pronounced ftahk), meaning bird. Maybe the Ancient Greek φ, which some scholars believe was pronounced ph, not f in the classical period, and later became, has something to do with this, but how the same phenomenon occurs between two Slavic languages beats me. It looks as if the biggest culprit here is the cluster pt or ft.

Thursday, February 11, 2010

Zurique

Por que será que algumas pessoas dizem Zúrique quando estão falando português? Será que acham Zurique coisa de provinciano, caipira, matuto (coloque aqui o seu estereótipo favorito). A palavra em português não tem acento, é, portanto, paroxítona, e essa pronúncia pseudoalemã, na minha opinião, não se aproxima nem um pouco do alemão Zürich, pronunciado algo como /tsyriç/ (é necessário saber um pouco de transcrição fonética para entender o que está entre barras), ou ouça aqui. Zúrique fica no vácuo, como gosto de dizer, não é nem português nem alemão. Pronunciemos em bom português Zurique com acento na sílaba ri e, quem não gostar, que vá a Berna.

Wednesday, February 10, 2010

Wittol

Descobri hoje a palavra inglesa (arcaica) wittol no excelente programa A Way With Words. Refere-se ao marido que sabe que a sua mulher o trai e não se importa. O bom e velho corno manso, como dizemos no Brasil.

Thursday, January 28, 2010

De after numbers

This Catalan sentence Ja deu fer més de 700 anys que el català és la llengua pròpia de les Balears i -després de més de 250 de prohibicions- en fa quasi 30 que ha recuperat la consideració de llengua oficial a diversos territoris de l'Estat reminded me that Romanian routinely uses the preposition de after numbers from 20 on, as un elev (one student), doi elevi (two students), but douăzeci de elevi (twenty students). I wonder who decided that 20 would be the starting point for the use of the preposition de.

Tuesday, January 26, 2010

Face a face

Um bom artigo, com a ressalva de que se escreve face a face.

Sunday, January 24, 2010

Hemerologiomania

My wife has developed a passion for calendars, or should I say that we got too many calendars for Christmas? You can find them everywhere around the house nowadays. I think a Greek neologism like hemerologiomania would be a very apt word for her condition, from Greek hemerologion (calendar) + mania.

Thursday, January 21, 2010

Trabajólico

En mi opinión mucho mejor trabajólico (Este periodista de la Universidad de Chile se reconoce trabajólico, amante de la literatura, las noches, el vino, la música clásica y el jazz.) que workaholic cuando se habla español, pero no se puede olvidar que hay otras formas igualmente eficaces de decirlo, como que alguien es aficionado al trabajo, trabaja incesantemente o compulsivamente, solo piensa en trabajar, etc. También se podría crear algún helenismo, como ergólatra, que sonaría bastante bonito.

Parece que hay quien usa trabalhólico en portugués también.

Veo que hay alguien que ha tenido la misma idea que yo y ha usado la palabra ergolatria en portugués en este texto.

Monday, January 18, 2010

German eu - Czech aj

For some reason, German eu (pronounced oy) becomes aj (pronounced like long the word eye) in some Czech words. German Hakenkreuz (swastika) becomes haknkrajc and Werkzeug (tool) becomes verkcajk. I wonder if some German dialect has had anything to do with or whether the German word has been for so long in the Czech language that it somehow has evolved the same way like other Czech words.

Sunday, January 17, 2010

Saturday, January 16, 2010

Hemenex, x-tudo and puénting.

People can sometimes be very inventive when it comes to languages, particularly foreign ones. Something that I've often found amusing is the Brazilian invention x (pronounced shees) coupled with tudo (everything), egg, bacon, salada (salad) to name sandwiches sold at trailers in many parts of Brazil. What's up with this x? The Portuguese pronunciation of the letter x, xis, sounds like shees, and resembles the English word cheese.

A couple of days ago I learned that the Czechs have something similar: the hemenex, also from English. If you see it printed or if you hear it, you probably can't recognize it as English, but that word is said to come from ham and (or 'n') eggs.

Another example is the Spanish puénting, from puente (bridge) + the English gerund. It seems to be a sort of bungee jumping exclusively off bridges. More about it here (in Spanish).

Monday, January 11, 2010

Ect.

I think I know why some people, particularly Spanish and English speakers, use ect. instead of etc. Many Spanish speakers say eccétera and many English speakers say ekcetera, which may mislead them into writing ect because the k sound in their pronunciation comes before the t.

Friday, January 8, 2010

Ível e ável

Os sufixos ível e ável parece procederem sempre de algum infinitivo: realizar - realizável, organizar - organizável, etc., mas nem sempre é assim. Há factível, que se tivesse seguido a regra geral, seria fazível, ou nos teria chegado como facível se em latim se tivesse formado facibilis, a partir do verbo facere. Factível muito provável e excepcionalmente vem do particípio latino factus, do já citado verbo facere. Outro é comestível, que vem do latim tardio, segundo alguns dicionários, como este, comestibilis. Gostaria de saber como chegaram a essa forma. Se o infinitivo latino era comedere, o mais provável teria sido comedibilis, que teria dado comedível em português, mas nem sempre o que deveria ser acaba sendo. Outro interessante é a possível. O infinitivo é potesse (poder) e a primeira pessoa é possum (posso). Teria vindo da primeira pessoa ou por haplologia de um *potessibilis?

Wednesday, January 6, 2010

Si

Um emprego muito estranho de si em Saramago: A porta fechou-se atrás de si. Isso significa que a porta se fechou atrás do sujeito, ou seja, da própria porta, o que não faz sentido. Aqui se quis dizer A porta fechou-se atrás dela. Já notei que os portugueses usam o pronome si de forma sui generis. Usam-no em casos em que no Brasil se diria você, o senhor ou a senhora, como em: Isto é para si (=você, o senhor, a senhora). Nenhuma outra língua românica emprega o pronome si dessa forma, usa-o exclusivamente como reflexivo. Tal emprego do pronome deve ter surgido por contaminação ou associação com os possessivos de terceira pessoa, que começam com s: seu, sua, seus, suas. Mas mesmo isso não explica por que Saramago usou si aqui em vez de dela, já que essa especialidade portuguesa, pelo que me consta, é exclusiva da segunda pessoa, da pessoa com quem se fala, não da terceira, da pessoa de quem se fala.

Tuesday, January 5, 2010

Costumar e acostumar

Esta frase de José Saramago, do livro Terra do Pecado, chamou-me a atenção por conter o verbo costumar em vez de acostumar: Depois que a ama casara, costumara-se a chamar-lhe senhora dona Maria Leonor, e senhora dona Maria Leonor ficara para sempre.

Para mim costumar significa ter determinado costume e acostumar significa adquirir tal costume, mas vejo que os significados dos dois verbos por vezes se cruzam, como mostra a acepção 3 do verbo costumar (3. Fazer adquirir ou adquirir o costume, o hábito de; adaptar(-se), afazer(-se) a (algo). [td. : costumar as crianças a tomar banho frio.] [int. : costumar-se a sair sozinha/ ao clima quente.]), que justifica a opção de Saramago. O interessante é que em todas as frases da acepção em apreço, eu teria dito ou escrito acostumar-se: acostumar as crianças a tomar banho frio, acostumar-se a sair sozinha / ao clima frio.

Monday, January 4, 2010

Perlustration

I have just learnt this word meaning "reading of private correspondence". A dictionary defines it as "[t]he act of viewing all over" but this sounds nothing but an etymology.

Çanta and dolap

It is common knowledge that words are borrowed back and forth between languages, as is the case with Turkish, which influenced the lexicon of neighboring countries probably due to the Ottoman Empire. But what I find particularly interesting is how certain words can be so pervasive in some languages. That is the case with Turkish çanta (bag) (pron. chanta), which also appears in Romanian as geantă (pron. janta), in Greek as τσάντα (pron. tsanda) and in Macedonian as чанта (read chanta). Another example is Turkish dolap (wardrobe, closet), which becomes dulap in Romanian and ντουλάπι (pron. dulapi) in Greek.