Word of the Day

Saturday, August 30, 2008

alergeno

Pela segunda vez ouvi de uma professora de Biologia aposentada alergeno. A primeira vez resolvi não comentar nada aqui porque era possível que eu tivesse ouvido mal, mas hoje obtive a confirmação de que precisava. As pronúncias recomendadas são alérgeno (proparoxítona) e alergênio (paroxítona). Se ela que foi professora de Biologia durante tantos anos pronuncia(va) desse modo, em quantos milhares de alunos não inculcou esse desvio? Nada que a desabone como profissional, mas deve ter cometido essa silabada durante várias décadas.

Wednesday, August 27, 2008

bafômetro

Não gosto dessa palavra. Não vejo nada demais usá-la num bar com os amigos, mas encontrá-la em documentos oficiais já me parece excessivo, e pelo que ouvi, usa-se oficialmente. Deveria ter-se recorrido ao grego, como em barômetro, termômetro, manômetro, etc., mas resta a pergunta: qual a porcentagem de pessoas no Brasil ou no mundo lusófono que tem noções de grego? Para bafo poderia optar-se pela palavra αναπνοή (anapnoí), da qual teríamos anapnoiômetro. Não seria uma palavra tão obscura, porque já temos apnéia, pneumático, pneumonia, pneumologia, etc., todos referentes a respiração. O próprio grego moderno, para o exame do bafômetro, usa αλκοτέστ (alkotest). Viva a globalização!

Vejamos as soluções de algumas línguas irmãs:
Em espanhol: alcoholímetro/alcohómetro, bem melhor
Em francês: alcohotest, como se diz por aí, meia boca
Em italiano: alcoltest, não sei quem copiou quem aí
Em romeno: alcooltest, de novo.

Talvez tivéssemos algo mais pan-latino se todos tivessem optado por alcooltest e variações, mas isso ainda me parece que se refere ao teste executado, não ao instrumento. Mas deve-se lembrar que línguas diferentes ordenam seus pensamentos de forma diferente. Não há de novo nisso.

Tuesday, August 26, 2008

lancheteria

Sempre se usou lanchonete, mas há alguns anos entrou na moda, pelo menos na minha cidade, a tal da lancheteria. Qual a diferença entre uma lanchonete e uma lancheteria? Não saberia dizer, para mim parecem a mesma coisa. O mais engraçado é que às vezes se encontram na mesma rua lado a lado ou uma frente da outra uma lanchonete e uma lancheteria? Lanchonete é uma adaptação gráfica do inglês luncheonette, composto de luncheon (almoço) + ette (sufixo francês que dá idéia de diminutivo), é, portanto, uma palavra híbrida. Lancheteria não sei do que se compõe. Eria/Aria dá idéia de lugar onde se faz algo (lavanderia, padaria, doceria, etc.), o que nos deixaria com lanchet como radical, que não existe. Faria muito mais sentido lancheria, que pelo que li, se usa no Rio Grande do Sul, mas por aqui nunca vi.

Sunday, August 24, 2008

bransoletka

Jestem ciekawy, dlaczego słowo to ma literę n. To z pewnością słowo z powodzenia romańskiego, ale żaden z języków romańskich ma n w słowie tym, które związane jest e ręką. Może słowa jak brązowy miały wpływ na tworzenie bransoletki.

Saturday, August 23, 2008

la j nel posto della i

In Il Fu Mattia Pascal, di Luigi Pirandello, che mi è stato gentilmente mandato da una persona di cui ho fatto la conoscenza in linea, si legge a certo punto la parola aijutare invece del solito aiutare. In altri brani del testo si trovano parole con la i semivocalica rimpiazzata dalla j (guajo, Jugoslavia, ecc.) , costume di un tempo, ma quel che mi ha incuriosito è perché si optò due volte per la grafia aijutare e non ajutare, come me lo sarei aspettato. Ciò mi ha ricordato qualcosa che lessi tempo fa che in portoghese parole come goiaba (guava) dovrebbero dividersi per sillabe goi-ia-ba perché lì non si può dire che la i faccia dittongo con la o precendente o con la a seguente, ma che forma un dittongo con tutt'e due.

Friday, August 22, 2008

Metathesis "between languages"

It's fairly common to find metathesis between Romance languages, as in Spanish preguntar and Portuguese perguntar (to ask), Spanish perjuicio and Portuguese prejuízo (damage), but yesterday I ran into one in two Slavic languages: Czech plukovník and Poslih pułkownik (colonel). This was the first one I've found but I'm sure there must be others, it was just that I haven't been looking. I'm also trying to think of similar cases in Germanic languages, but I can't think of anything right now.

Thursday, August 21, 2008

ornar

Talvez para a maioria das pessoas este verbo signifique decorar, ornamentar, enfeitar, mas na minha região, apesar de não estar no dicionário, também se usa este verbo com o sentido de combinar: tal coisa não orna com a outra. Deve tratar-se de um regionalismo. Seria interessante saber em que regiões é usado assim.

Wednesday, August 20, 2008

até confuso

Lê-se a seguinte mensagem na caixinha de um leite de grande circulação no Brasil: O Ministérioda Saúde Adverte: Este produto não deve ser usado para alimentar crianças, a não ser por indicação expressa de médico ou nutricionista. O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2 (dois) anos de idade ou mais.

Vou desconsiderar o 2 em algarismos arábicos seguido da escrita por extenso e vou-me concentrar no que está em negrito. Se até indica o limite de algo, como é possível que seja até os dois anos de idade ou mais? Então onde está o limite? Uma redação simples como esta seria muito mais eficaz: e é recomenda-se a lactância pelo menos nos dois primeiros anos de idade/vida.

Monday, August 18, 2008

cuidar transitivo

Acabo de encontrar na Época desta semana O hospital, ligado a uma renomada faculdade de medicina, concluiu que nada mais poderia ser feito por ela. Coube à nora cuidá-la em casa, sem apoio.

Quando li a frase, pensei que estivesse errada e que a autora do texto quis dizer cuidar dela em em casa, mas vejo que a regência de cuidar transitivo direto também é possível (mas, apesar de possível, soa-me bastante literária). Eis o que diz o dicionário Aulete: Ter cuidados com (algo, alguém ou si próprio); tratar; tomar conta de (alguém ou algo) [td.: Cuidei -o em sua doença.] [tr. + de: Eu já sei me cuidar. : "...seria melhor que cada um cuidasse de sua vida..." (Aluísio de Azevedo, O mulato)]

Sunday, August 17, 2008

acessibilização

Foi essa baita palavra que vi uns dias atrás na frente das obras da prefeitura numa das escolas públicas mais famosas desta cidade. Suponho que acessibilização significa o fato de tornar algo acessível, mas nem o substantivo nem o verbo de que se derivaria, acessibilizar, estão dicionarizados. Não me parece exatamente uma palavra mal formada, mas, como já disse, deve-se ter bom senso e bom gosto na criação de palavras e não é o acréscimo desenfreado de sufixos a única forma de que dispõe a língua para estender o seu vocabulário, senão nossa língua seria algo como o turco, língua aglutinativa em que a palavra evlerimizdenimiz significa estamos em casa.

Saturday, August 16, 2008

membra

Se pare că româna este singura limbă romanică care are oficial forma feminină pentru substantivul membru în ciuda recentelor proteste ale unei ministre spaniole care a pronunţat cuvântul miembra şi a auzit critici de la multe ziare şi intelectuali din Spania şi din lumea spaniolă contra alegerii lingvistice agramaticale sale.

Friday, August 15, 2008

dogwalker - passeador de cachorros

Encontrei um anúncio em um poste de uma pessoa oferecendo seus serviços como dogwalker e do lado coloca passeador de cachorros. Que bom que colocou a palavra em português, já que imagino pouquíssimas pessoas teria entendido a designação em inglês, talvez só o dog tivesse sido claro. De certa forma acho louvável ele ter colocado uma tradução, mas então porque dogwalker antes. Será que ele se considera um dogwalker e escreveu passeador de cachorros para educar os ignorantes? O que é um dogwalker/passeador de cachorros? É o sujeito que leva o cachorro para passear (junto com vários outros cachorros que parecem levar o passeador, e não o contrário, para passear, como já vi em filmes americanos) porque o dono não tem tempo ou vontade e é claro que o "profissional" cobra por isso. O interessante é que no dicionário aparece passeador como aquele que passeia muito, e passear na definição está sendo usado como verbo intransitivo, o que não é o caso de passeador de cachorros, que seria aquele que passeia o cachorro. Não sabia que passear pudesse ser usado como transitivo em português (passear alguém ou algum animal, que, entretanto, já conheço de outras línguas) mas acabo de me dar conta de que pode. O dicionário www.auletedigital.com.br diz, logo na primeira acepção: Levar (alguém, animal) ou ir a algum lugar e percorrê-lo (a pé ou não) para espairecer, distrair-se etc.; VAGUEAR; VAGAR. [td.: passear o cachorro na calçada] [int./ta.: Há muito tempo não passeamos (em Paquetá).] Portanto, apesar de passeador aparecer só como " 1 Aquele que passeia muito: "Vi as últimas horas da noite e as primeiras do dia, vi os derradeiros passeadores e os primeiros varredores." (Machado de Assis, Dom Casmurro) ", não vejo inconveniente em dizer passeador de cachorro, mas que não se diga dogwalker no Brasil, pelo amor de Deus!

Thursday, August 14, 2008

to companion

A few days ago I received an e-mail from a person saying he was going to companion a Brazilian lady in a fair. I know that English verbs its nouns very easily and often and that you can find companion as a verb in the dictionary (at least in the most up-to-date versions, like this one), but what's wrong with good ol' accompany?

Monday, August 11, 2008

de origen azteca

Dudo que estos quince participantes de México sean de origen azteca. Se habrá usado azteca como referente al mayor país de lengua española, de la misma forma que muchas veces se usa tupiniquim para referirse a los brasileños, cualquiera que sea su origen: "Además de México, que produce el mayor aporte latinoamericano en las distintas selecciones estadounidenses de Pekín 2008 con unos 15 participantes de origen azteca, otros deportistas cuya lengua materna es el español defienden las barras y estrellas en la capital china."

Es algo que se hace para dar cierta variedad al texto, pero a veces me parece incorrecto, por los motivos ya expuestos, y exagerado. También se puede explicar por la metonimia, que consiste en extender una parte al todo, algo que acontece a menudo en español cuando se usa la palabra carioca, que se refiere a los habitantes de la ciudad de Río de Janeiro, para referirse a todos los brasileños, sean de qué región sean.

amarril (sic)

Depois de anos esquecidos hoje quando ia à casa de uma aluna, ouvi alguém bem simples referir-se aos cadarços como amarril (assim a escreveria se tivesse de escrevê-la, mas eu digo cadarço). Fiquei pensando se é uma palavra regional e fui ao dicionário para obter mais informações e não é que descubro que oficialmente não existe amarril. O dicionário registra amarrilho (de amarrar + ilho), que é o mesmo que cadarço, cordão ou atilho (esta não conhecia, mas pode-se ver que vem de atar). Acho que as pessoas que usam amarril o pronunciam assim porque na minha região pelo menos, mormente entre as pessoas de pouca instrução, existe ieísmo (nome inspirado a partir do yeísmo castelhano) que consiste em pronunciar o lh como i, então trabalhar vira trabaiá(r), telha vira teia, etc. Seria interessante saber se esse ieísmo se estende a outras regiões e se a palavra amarril (não-padrão) ou amarrilho goza de muito uso. Aprendi recentemente que em Portugal se diz atacador (e esta palavra aparece em dicionários brasileiros com esta e outras acepções). Interessante como uma coisa tão pequena pode ter tantos nomes.

Sunday, August 10, 2008

regenciar

Acabei de descobrir essa "jóia", regenciar. E vejo que provavelmente não foi invenção dela, já que se encontra quase uma centena de casos de regenciar, mas no sentido de reger como administrar, gerir (ou então é um daqueles casos em que várias pessoas "inventam" algo sem saber da invenção de outrem). Também acho que a língua se expande por meio da criação de palavras e tudo mais, mas há que ter bom senso e bom gosto. Por que criar um verbo a partir de um substantivo (processo, em outros casos, comuníssimo) se já se dispõe de um verbo mais curto e nada raro: reger? Será que é o gosto por palavras compridas e "intelectuais", por um "utilizar" (já comentado) em vez de um simples mas de bom gosto usar? De qualquer forma, o verbo reger, se empregado na frase em apreço, teria de ser usado duma forma um pouco diferente, algo como: no meu idioleto/do jeito que eu falo/do jeito que eu estou acostumada, o verbo desfazer também rege de, já que o sujeito selecionado por reger é, em se tratanto de lingüística, sempre uma classe gramatical (substantivo, adjetivo, verbo) não uma pessoa.

Saturday, August 9, 2008

incentivize

Lots of people don't like the verb incentivize, including me, but the difference is that I don't like it for purely aesthetic purposes, not because I see anything wrong with it. Here's what I've just read about this verb in Michael Quinion's excellent Web page: IncentivisePeter McMenamin was one of several who commented on this word. “I too cringe along with Columbine at hearing incent and incentivize but motivate is too broad. One can motivate with threats, calls to patriotism, shame, and any number of other ways that do not involve financial incentives. I have been an economist for 40 years, but I have yet to encounter a felicitous single word meaning to motivate through financial incentives.”

And this is what my Merriam Webster's Concise Dictionary of English usage says about it: Incentivize, incent. These two recent coinages (incentivizes dates from 1970 in our files; incent from the 1990s) have little or no use outside of business contexts. More than half of our evidence comes from quoted speech, which suggests that neither is much used in writing. Predicatly they have been condemned by commentaros including Harper 1985 (against incentivize) and Garner 1998 (against both). A couple of examples of the words in action:

Stock options are a winning invention by management to incentivize people who are most deserving of being incentivized - namely management - Alan Abelson, Barron's, 26 May 1997

We like people who are vested through their ownership in the business, and are incented accordingly - O. Mason Hawkins, quoted by Sandra Ward, Barron's, 3 Feb. 1997

Our evidence so far does not show these verbs working their way into mainstream English.

Here's why I don't particularly like incentivize: 1. -ize (or also -ise in British spelling) is a suffix traditionally appended to Greek roots (in Greek izein) and the word incentive comes from Late Latin incentivum, producing thus a hybrid (which, by the way, is no big problem, suffice to look at television and slews of other words); 2. Portuguese and Spanish have incentivar and Italian incentivare. Both these verbs are formed from incentivo + are. If the same process had been applied to Latin (or at least Late Latin), we'd have had incentivare, which would have given rise to French incentiver, which in turn would have devolved into English incentivate, which has 56,800 occurrences on Google (but no space in "serious" dictionaries I've consulted), but who knows whether the people who used this verb weren't native speakers of Portuguese, Spanish or Italian (as I've said before, I don't trust Google entirely). Nonetheless, there's one site that sticks out, Urban Dictionary, done by people writing their own definitions of words, not very different from the Wikipedia concept, which gives a somewhat convincing definition for incentivate.

In short, I think in most situations it's perfectly acceptable to use motivate or drive or make or cause or any other verb in English, but incentivize seems to highlight the element of financial incentives referred to above.

Friday, August 8, 2008

oração intercessória

Hoje ouvi pela primeira vez oração intercessória (talvez devesse ir mais à igreja). É a oração em que se pede a Deus que interceda por outra pessoa que não está presente. O problema é que intercessória na sua forma masculina intercessório não está no dicionário. O dicionário só contempla intercessor, tanto como substantivo quanto como adjetivo, que é a opção que eu escolhido caso tivesse de me referir a tais práticas. O interessante também é que se encontra oração intercessória numa razão mais de onze vezes superior a oração intercessora no Google, inclusive em portais oficias de algumas denominações evangélicas. Por que se terá optado por intercessória em vez de intercessora? Talvez pela semelhança com acessória e outros vários adjetivos terminado em ório? Para distinguir o substantivo intercessor do adjetivo intercessório? Para diferenciar-se da Igreja Católica, que talvez use o termo intercessor(a)? É por estas e outras que não confio piamente no Google, ao contrário de muitas pessoas, que consideram a preponderância de certa expressão ou estrutura no Google como dogma (ainda para ficar no viés religioso). Sou da antiga e dou preferência a dicionários e gramáticos, que foram escritos por especialistas, e não a qualquer bobo (e entre eles me incluo) que pode escrever na Internet o que lhe der na telha.

Thursday, August 7, 2008

Palavras bidirecionais

Não sei se têm um nome oficial, mas chamo palavras bidirecionais aos substantivos e verbos que têm significado de certa forma tanto ativo quanto passivo, ou, como o nome indica, que se podem entender em duas direções. Entre os verbos há alugar, que pode ser tanto ceder quanto tomar em aluguel, e emprestar, que pode ser tanto ceder como tomar em empréstimo. Há que se tomar cuidado quando se empregam tais palavras em outros idiomas. Por exemplo, em alemão há mieten (tomar em aluguel) e vermieten (ceder em aluguel) - que funcionam da mesma forma que kaufen, comprar, e verkaufen, vender - e em inglês há lend (ceder em empréstimo) e borrow (tomar em empréstimo).

Ontem descobri um substantivo bidirecional em português. Já sabia que tanto em italiano quanto em espanhol ospite e huésped, repectivamente, se referem tanto a quem dá quanto a quem recebe hospedagem (ou também hospedamento, como aprendi ontem), ou seja, podem ser tanto hóspede quanto hospedeiro/anfitrião, mas isso também ocorre em português! O dicionário diz que é desusado, e eu concordo, mas que existe, existe. Eis o que diz o Aurélio a respeito: hóspede Desus. hospedeiro: graças à sua boa compleição, e aos extremosos cuidados e desvelado tratamento que lhe dispensavam seus hóspedes, restabelecia-se com rapidez. Pode-se ver claramente que a pessoa que se encontrava enferma recebia cuidados daqueles que o acolhiam, seus hospedeiros ou anfitriões. Portanto, tanto o doente quanto os que cuidavam dele eram hóspedes. Isso devia dar muita confusão no passado. Se essa segunda acepção caiu em desuso, acho que foi para causar menos ambigüidades.

Wednesday, August 6, 2008

puente de unión

Lo que acabo de leer: Los cuerpos poéticos de la poesía en español como son: la poesía colonial, la poesía mexicano-estadounidense, la poesía puertorriqueña, la poesía cubano-americana, la poesía de los exilios españoles, suramericano, caribeño y centroamericano y, por último, la poesía actual publicada en español en este país de lengua inglesa ha sido de gran importancia para los Estados Unidos porque ha establecido un puente de unión entre dos culturas diferentes pero hermanas, y porque representa una contribución innegable a la literatura universal.

Nunca he visto un puente que no uniese. Además, esa es la función de los puentes, ¿verdad? Lo peor es que este pasaje no fue escrito por un cualquiera, es parte de la entrevista de un académico de la lengua española en Estados Unidos. Ya se ve que los inmortales, como les llamamos a los académicos de la lengua en Brasil, son inmortales, pero no infalibles.

Monday, August 4, 2008

Vai utilizar o Cartão Mais?

Toda vez que vou pagar as minhas compras no Pão de Açúcar, perguntam-me se vou utilizar o Cartão Mais, o cartão do Pão de Açúcar que dá desconto em algumas mercadorias. Quantas vezes a atendente não deve dizer isso por dia? Duzentas vezes? Trezentas vezes? Considerando que a frase tem nove sílabas e se a multiplicarmos por 200, temos 1800 sílabas proferidas por dia com esse teor. Se ela usasse a versão mais simples e correta Vai usar o Cartão Mais?, porque utilizar, pelo menos originalmente, significa tornar algo útil e não fazer uso dele, economizaria duas sílabas por frase, o que nos levaria a 7 X 200 = 1400, ou seja, 400 sílabas a menos. Essas 400 sílabas poderiam ser gastas para falar de coisas muito mais amenas e menos repetitivas com a família, o namorado ou um amigo.

Sunday, August 3, 2008

Membrar

Oten ouvi membrar pela primeira vez no cinema. Chegando a casa, procurei a palavra no dicionário, mas nada achei. Pelo contexto em que a ouvi, intuí que se tratasse de tornar-se membro (Membrei na Batista, falando da igreja) e as poucas dezenas de ocorrências no Google confirmam a minha suspeita, mas pergunto-me se também se poderia usar para tornar-se membro de qualquer clube, organização, etc. Acho que não há nada que impeça isso, mas nada do que vi no Google me disse que também se usa assim. Parece que o contexto é exclusivamente o religioso, mas também se acham alguns casos em que a pessoa escreveu membrei em vez de lembrei. Interessante também notar que este neologismo mostra outro fenômeno comum na língua portuguesa: a não-preferência por verbos reflexivos. Muitos dos reflexivos que existem têm a tendência de se tornar intransitivos (levantar em vez de levantar-se, deitar em vez de deitar-se, etc.) e os que estão surgindo caminham para o mesmo lugar.