Word of the Day

Monday, August 31, 2009

Do Alberta

In Czech you normally use the preposition k and the dative case with people's names to refer to their place of residence or work (Jdu k Markovi, k zubaři, k doktorovi, k Janě, I'm going to Mark's, to the dentist, to the doctor, to Jana's) and the preposition do and the genitive case when you go to a city, country or into a place (Jdu do obchodu, do Německa, do Prahy, do divadla, I'm going to the store, to Germany, to Prague, to the theater). There's a chain of supermarkets in the Czech Republic called Albert and, even though Albert is a person's name, I guess most people say Jdu do Alberta rather than Jdu k Albertovi because the latter would imply that they are going to visit someone called Albert rather than to the store.

Sunday, August 30, 2009

Conjunção mal empregada?

“Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois hoje eles precisam me ajudar”.

Confesso que não entendi o uso desse pois na frase. Pois é explicativa ou conclusiva, mas aí não vejo nem conclusão nem explicação. Seria conclusiva se fosse Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, agora não preciso me preocupar, pois (uso raro) ou explicativa se fosse Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois sempre acreditei no valor da educação. Será que a pessoa quis dizer Ainda bem que eu investi o que ganhava na educação de meus filhos, pois agora eles podem me ajudar? Ou será que o pai está cobrando dos filhos o dinheiro que investiu na sua educação?

Saturday, August 29, 2009

Two words for church

I have encountered so far only three languages that have two words for church. Church as a building is described as kostel in Czech, as templom in Hungarian and as kilise in Turkish. Church as an institution is referred to in Czech with církev, in Hungarian with egyház, which, if you break down, means one (egy) house (ház), but I don't know if this makes any sense, and in Turkish with mezhep.

Friday, August 28, 2009

Underline no Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Underscore

Concordo que underline é um nome equivocado. Nunca o ouvi sendo chamado assim em inglês. Além de ser estrangeirismo, ainda é errado se considerarmos o significado original (o mesmo se passa com o uso de outdoor e shopping no Brasil, entre dezenas de outros exemplos que não me ocorrem no momento). Por que não usar uma das soluções propostas: traço inferior, sublinhado, grifo ou traço baixo, tão mais vernáculas e na minha opinião bem mais sonoras?

Thursday, August 27, 2009

Hum mil reais

Um dia destes vi em tcheco algo que me lembrou muito a prática, não sei se ainda em voga, de escrever hum mil reais em cheques com o intuito de evitar fraudes. A palavra em questão em tcheco é jednostokorun (cem coroas, ou mais literalmente, um cento de coroas). Até entendo que escrever a palavra um antes de mil pode evitar que alguém ponha algum número alto antes, mas nunca engoli o h em hum.

Wednesday, August 26, 2009

Lível

Numa loja de livros usados escolhi um livro baratinho que me chamou a atenção. Mostrei-o à minha mulher e perguntei-lhe se era lível. Antes de pronunciar a palavra considerei se era melhor legível, forma padrão, ou lível, formada regularmente a partir do verbo ler. Legível pareceu-me não encaixar-se nessa situação por me dar a impressão de algo que pode ser decifrado, cuja letra é boa ou grande o suficiente, o que se espera de qualquer livro. Sabia que lível provavelmente não estaria em nenhum dicionário, o que acabei de comprovar, mas de qualquer forma não é nenhum atentado à língua portuguesa pelo simples fato de estar bem formada e preencher uma lacuna. Também deve ter contribuído para a criação da palavra o inglês readable, que tem uma acepção a mais que legible. Claro que poderia ter estruturado a pergunta de outra maneira, mas convém sermos criativos com a língua de vez em quando para que ela se adapte à nossa necessidade ou ao humor do momento. Lível está para comível da mesma forma que legível está para comestível, estas sim palavras recolhidas e distinguidas por qualquer dicionário.

Pelo que vejo na Internet, há alguns casos em que aparece lível com o sentido que lhe dei.

Tuesday, August 25, 2009

Empyreal

I just learned this word. It means related to the firmament, celestial, and the example sentence I found it in was Night after night, the comet shone brightly against the empyreal tapestry of the sky. But if the tapestry is empyreal, doesn't it mean it is in the sky? I think this is rather tautological.

Anyway, cognates are Portuguese empíreo, Spanish empíreo, Italian empireo and French empyrée.

Friday, August 21, 2009

Toicinho e toucinho

Na minha região é comum dizer toicinho mas escrever toucinho, principalmente nas ofertas dos açougues. Dá a impressão de que o correto seja toucinho. Nada mais longe disso. As duas são variantes da mesma palavra, como se pode ver neste dicionário brasileiro e neste português. Conheço só uma pessoa que usa toucinho na fala, uma tia minha, mas acho que ela o faz só para falar bonito. A variação no ditongo oi/ou é frequente na língua portuguesa, mas uma forma acaba por se impor em dado momento ou em dada região. Alguns exemplos são tesoura e tesoira, tesouro e tesoiro, ouro e oiro, touro e toiro, casadouro e casadoiro, coisa e cousa, dois e dous, em que a primeira forma é muito mais comum atualmente (meu corretor ortográfico ignora tesoira, tesoiro, oiro, cousa e dous, mas por algum motivo que desconheço aceita toiro e casadoiro); loiro e louro, a primeira comum em São Paulo e a segunda no Rio de Janeiro (não sei como é em outras regiões); ouço e oiço, a segunda usada por alguns portugueses, mas pelo que parece menos comum que a primeira, o que se comprova em páginas portuguesas em um famoso mecanismo de busca.

Thursday, August 20, 2009

Problemas locomotrices

En el centro de rehabilitación del Comité Internacional de la Cruz Roja, donde se atiende a amputados de guerra y a personas con problemas locomotrices, sólo Zaba, que trabaja allí, se aviene a conversar.

¿Al periodista no le pareció raro locomotriz con sustantivo masculino? Locomotriz es femenino como actriz, emperatriz, meretriz, etc. Quien no está convencido puede echar un vistazo aquí.

Tuesday, August 18, 2009

Causative in Turkish, Hungarian and Japanese

I've found interesting coincidences among these three languages as far as the causative is concerned. First, the three of them add suffixes to verb to form the causative, which shouldn't be too surprising, since especially Turkish and Hungarian are called agglutinative languages (sometimes I think Japanese belongs to this category, sometimes I don't). And second: when the causative sentence has the doer and the doee, the doer is expressed in a different case than it would be if there were no doee present. Examples:

Hungarian: Leültettem a gyerekeket. Gyerekeket is in the accusative case.
Turkish: Çocukları oturttum. Çukları is in the accusative case.
Japanese: 子供たちを座らせた。(Kodomotachi o suwaraseta.) Kodomotachi is in the accusative case.
English: I had the children sit down.

But then you have:
Hungarian: Itattam a gyerekekkel vizet. Gyerekekkel is in the instrumental case.
Turkish: Çocuklara su içirdim. Çocuklara is in the dative case.
Japanese: 子供たちに水を飲ませた。(Kodomotachi ni mizu o nomaseta.) Kodomotachi ni is in the dative case.
English: I had the children drink water.

It makes sense objects should be marked in a different way when you have two in a sentence, but what puzzles me is why languages would favor two ways of organizing the causative rather than having the doer always in a specific case. I guess that what these languages need is the accusative case to be filled by something, whether it be the doer or the doee.

Sunday, August 16, 2009

Terrific and grozav

Even though dictionaries say that terrific can be used to describe something that causes terror, we are more likely to encounter it meaning the exact opposite, something great, fabulous, fantastic. The same thing seems to have happened with Romanian grozav, of Slavic origin (cf. Russian грозный, Czech hrozný, Polish groźny, all meaning horrible or menacing, threatening). Grozav means terrible but also terrific, splendid and other complimentary attributes in modern Romanian.

More on terrific meaning terrible here.

Thursday, August 13, 2009

Rozumět

I have no proof, but I think the original object of Czech rozumět was expressed in the accusative, just as it still is in Polish, Serbo-Croatian, Slovenian and Ukrainian. The accusative with this verb has been preserved in the expressions nerozumět ani slovo (lit. to understand not even a word, with the object in the accusative), nerozumět ani slova (with an "old" genitive because of the negation, still kept in Polish, cf. Czech Mám dům and Nemám dům and Polish Mam dom and Nie mam domu, meaning I have a house and I don't have a house, respectively) and the maybe more modern nerozumět ani slovu.

Wednesday, August 12, 2009

Coffee with itself?

Yesterday I saw on a Czech store window Káva s sebou (literally, coffee with itself, i.e., coffee to go), which I thought might come from a longer sentence such as Vezmete si tu kávu s sebou? (Will you take this coffee with yourself?). Since the pronoun sebou refers to the subject of the sentence, it can be rendered in English as myself, yourself, himself, etc., depending on who the subject is.

Tuesday, August 11, 2009

Isto ou isso?

É cada vez maior a confusão no Brasil entre este (e variações) e esse (e variações). O interessante é que ninguém se confunde com aqui e aí. Este está para aqui como esse está para aí. Dois exemplos recentes de correspondência que recebi que mostram bem isso, mas talvez na direção contrária, na da hipercorreção:

Mandei uma foto do banco HSBC em Brno a um amigo que trabalha no HSBC no Brasil e a resposta que me mandou foi a seguinte: Que legal! Adorei a foto! Gostaria muito de trabalhar nesta agência - Mas esta agência seria a agência em que ele se encontra!


Fico feliz em saber que vc tenha gostado dos passeios, eu simplesmente adoro esta parte da Europa.... - Mas se ela está no Brasil!

Sunday, August 9, 2009

Ferret, é de comer?

Os donos de ferrets (os furões), entretanto, devem tomar alguns cuidados com a nova gripe. Esses animais também são afetados pelo vírus Influenza do tipo A. "Quem tiver qualquer tipo de problema respiratório deve evitar chegar perto do furão", diz Marcia, que tem dois ferrets. Não se deve tossir ou espirrar em cima desses bichos e os proprietários devem lavar as mãos várias vezes ao dia. "Os ferrets são suscetíveis aos mesmos tipos de gripe que as pessoas e podem tanto adquirir a doença em contato com uma pessoa doente quanto transmiti-la", afirma Sílvia Ricci. Ela diz que ainda não há relatos de infecção natural dos furões pelo vírus da gripe suína, mas experimentos em laboratório demonstraram que o H1N1 atinge vias respiratórias superiores e inferiores (pulmão e brônquios) dos animais e é um pouco mais patogênico do que outros tipos de Influenza.

Por que ferrets? Ainda falamos português, não? É mais chique ter um ferret do que um furão? E o que me espanta é ter colocado os furões entre parênteses como se fosse um nome de segunda categoria ou como se tivesse de educar o pobre leitor, que sentado em seu sofá lendo a revista, não tem o privilégio de saber o que é o tal do ferret e se encontra na era das trevas. Daqui a umas décadas não teremos mais cães ou cachorros e sim dogs, e gatos não haverá, e sim cats. Façam-me um favor! Seria bom se a Época me desse menos motivos para escrever sobre o desserviço que presta à língua portuguesa.

Saturday, August 8, 2009

Pirangueiro

Hoje no Skype um amigo meu inglês usou no meio de um discurso em inglês a palavra portuguesa pirangueiro, que eu desconhecia. Imaginei que ele pudesse tê-aprendido com a mulher, que é pernambucana. Perguntei-lhe o que significava e obtive avaro, mão-de-vaca como resposta. Gostei da palavra e alguns minutos depois usei-a com a esposa dele e ela me disse que é uma boa palavra nordestina. Talvez a usem assim mesmo no Nordeste, mas no dicionário não há menção de avareza, apesar de aparecerem outras acepções pouco lisonjeiras da palavra.

Wednesday, August 5, 2009

Oração mal reduzida de gerúndio

Que frase mais estranha: Após três mandatos como deputado federal, foi eleito prefeito de Campinas pela primeira vez em 1976, tendo governado a cidade entre 1977 e 1982. Se o período que vai de 1977 a 1982 é posterior ao ano de 1976, como é possível que tenham usado tendo governado, que dá ideia de passado? Bastaria redigir simplesmente Após três mandatos como deputado federal, foi eleito prefeito de Campinas pela primeira vez em 1976 e governou a cidade entre 1977 e 1982. Muito mais simples e claro.

Monday, August 3, 2009

Subjuntivo

Será mais um dos sintomas do adoecimento do subjuntivo: A direção do hospital Sino-Brasileiro nega que houve negligência no atendimento de Renan. O verbo negar pede subjuntivo: A direção do hospital Sino-Brasileiro nega que tenha havido negligência no atendimento de Renan. Não sei no resto do Brasil, mas em São Paulo é comum ouvirem-se coisas como Você quer que eu faço? Você quer que eu vou? Você quer que eu ajudo?