Word of the Day

Thursday, June 14, 2012

Kayapó

Neste capítulo, Dom Erwin, capaz de falar tão bem o grego clássico quanto a língua dos Kayapó, é um dos protagonistas mais fascinantes.  

Por que os Kayapó? O que fazem estas duas letras, k e y, que até o Acordo Ortográfico, não faziam parte do alfabeto português, aí? E o que aconteceu com o s do plural? E por que a letra maiúscula? Se não é para colocar o s porque a língua deles faz o plural de outra maneira, se é que tem plural, então digamos em português os alemão, os basco, os turco, os italiano, os húngaro, etc., já que nenhuma destas línguas forma o plural com acréscimo do s. Se escrevemos kayapó porque assim o fazem esses índios, então escrevamos Deutsche, suomalaiset, magyarok, euskaldunak, etc., e já não nos entendemos, por que quem sabe que nos referimos a alemães, finlandeses, húngaros e bascos, respectivamente? Isso sem falar dos idiomas que empregam outro alfabeto! Se é para escrever Kayapó com k maiúsculo, então façamos o mesmo com Argentinos, Uruguaios, Mexicanos, etc.. Por que discriminá-los?

A forma registrada em língua portuguesa é caiapó, com o plural, como é evidente, caiapós. Não sei se posso fiar no comentário etimológico do Aulete, mas em caso positivo, nem os próprios indígenas usam o y na palavra.

Vejo que essa jornalista não é a única que recorre a essa grafia. Na própria Época (deve-se digitar Kayapó no campo que aparece) essa grafia aparece outras vezes e na Folha de São Paulo também.

Essa mania de não usar o s nas tribos indígenas não é exclusiva ao português. Isabel Allende, escritora chilena, referia-se a vários grupos indígenas chilenos invariavelmente no singular num livro que li um tempo atrás.

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