Word of the Day

Saturday, March 22, 2008

Plural singulars

It's quite common to see Latin plurals used in English as if they were singular, also considering that any English dictionary will tell you it's a plural, not singular word. The word I've just seen is:

OK, that’s not truly the definition, but it is a fairly accurate description of what’s going on. Your RAS actually filters out the repetitive stimuli to prevent overload, but once something stands out for whatever reason, it overrides the RAS so you notice that particular stimuli all the time. It was always there, now it gets through the filters.

It should be that particular stimulus or those particular stimuli.

Which reminds me of a similar construction I see on a translators' website of which I'm a member. It says
Criteria that matches the user's profile is shown in blue instead of Criteria that match the user's profile are shown in blue.

I've sent them an e-mail with the correction. Let's see whether I'll find the corrected version next time I submit I quote.

Quebrante

Acabei de descobrir aquilo que sempre ouvi como quebrante oficialmente não existe, que a palavra correta, que conhecia na acepção 3, é quebranto, que tem também as acepções 1 e 2 que eu sempre dera a quebrante. Interessante que aqui alguém se fez a mesma pergunta, mas parece ter colocado as duas palavras como sinônimos ou talvez variantes regionais. Aí que está a questão: seria o máximo se o Google pudesse dar as opções por Estado do uso desta ou daquela expressão, mas isso (ainda) não existe. Em vez de .br, se aparecesse .sp, .rj, .mg, ficaríamos sabendo da existência ou preponderência de determinado termo. Talvez seja só uma questão de tempo.

Friday, March 21, 2008

impacientavam-lhe

Pela segunda vez encontro em português (e no mesmo autor, Moacyr Scliar, mas em livros diferentes) uma espécie de leísmo con verbos de afección psíquica "Meu irmão mais velho não quis estudar. Grande e forte, impacientavam-lhe as línguas..." em vez de impacientavam-no, como se pode comprovar em qualquer dicionário. O fato é que o lheísmo é um fenômeno cada vez mais freqüente no Brasil, como já tive a ocasião de comentar (e lamentar) neste espaço.

Thursday, March 20, 2008

Gênero de trema

Ouço com freqüência cada vez maior a trema. Felizmente, pelo menos na Internet, ainda é um uso minoritário (só 849 páginas brasileiras) contra 4520 para o trema. Em Portugal são 18 para a trema e 687 para o trema.

A trema faz-me pensar muito no verbo tremer. Se de vender, temos a venda; de comprar, a compra; de tremer, a trema (sei que o/a treme talvez fosse mais lógico)!

Será que essas pessoas que dizem a trema também dizem a problema, a teorema, a fonema, a morfema, todas palavras originalmente neutras em grego que passaram para o masculino em português, por não ter neutro? Espero que não.

Wednesday, March 19, 2008

risoles

Depois de vários anos sem ouvir a palavra risoles, outro dia passou uma moça em casa vendendo esses salgados e tive a oportunidade de ouvir a palavra novamente, que tinha praticamente esquecido. Sempre imaginei que risolesproviesse do italiano, já que 99% das massas têm nomes italianos, mas descobri que desta vez tomamos a palavra do francês. E mais: a forma dicionarizada não é a que sempre ouvi na minha vida, mas sim rissole, como mostra o Houaiss. Aqui há uma página (em inglês) da Wikipédia, que fala da etimologia de rissole/risoles, mas a foto que mostram desse salgado é muito diferente do que estou acostumado a ver. Também precisam que no Brasil são comumente conhecidos como risoles , o que significa que essa pronúncia não é só típica da minha região, o que poderia ser o caso, já que eu nunca ouvi essa palavra fora daqui. Fazendo uma pesquisa no Google de páginas do Brasil, vê-se que há 1520 ocorrências para rissole, também 1520 para rissoles (estranho!), 8070 para risole e 30060 para risoles. Esse número tão alto para risoles coincide com o que sempre ouvi na vida, como se a palavra risoles já naturalmente terminasse em s no singular, como lápis, ônibus e pires.

Em Portugal pode-se ver que a tendência é diferente: 24 páginas para risole, 282 para risoles, 63 para rissole e 136 para rissoles. A forma "incorreta" também parece prevalecer em Portugal. A pergunta que me vem à cabeça neste tipo de situação é: quem tem razão então, os dicionários ou os falantes?

Tuesday, March 18, 2008

Pedagiar

Na edição de Época desta semana chamou-me a atenção a palavra pedagiado, que foi usada na matéria sobre o caos que se tornou o trânsito de grandes cidades. O significado de pedagiado é mais do que patente, mas convém notar que essa palavra não se encontra registrada em nenhum dicionário por mim consultado. É obviamente um neologismo bem formado a partir do substantivo pedágio, que o Houaiss diz datar de 1284. É portanto uma palavra que nos acompanha praticamente deste o nascimento da língua portuguesa. Também é interessante notar que apesar de ter o elemento ped (pé) no meio, não são os pedestres (outro ped no meio) que pagam o pedágio, mas os condutores em seus veículos.

No Google há 1770 ocorrências para pedagiamento, 1200 para pedagiado, 4970 para pedagiada (é provável que apareça muito no feminino por modificar palavras como estrada e rodovia), 976 para pedagiados e 17500 para pedagiadas (mais uma vez observa-se uma preponderância para o feminino). Os substantivos pedagiamento e pedagiado implicam a existência do infinitivo pedagiar, que de fato aparece algumas dezenas de vezes nas suas formas conjugadas: 13 para pedagiaram e 21 para pedagiou, só para se ter uma idéia. Não encontrei números expressivos em páginas portuguesas, o que indica que talvez seja uma invenção bem brasileira.

Monday, March 17, 2008

Sufixos confundidos

É interessante como às vezes os sufixos podem confundir qualquer pessoa, até mesmo a quem cuja língua materna é o português. Outro dia ouvi alguém na rua falar ao celular( e como falam alto, às vezes acho que o celular nem é necessário, com os berros que se dão o interlocutor já consegue ouvir a mensagem): Tudo bem, vou cuidar das procedências (em vez de procedimentos). É possível também que a palavra procedimento, por ser "chique", não faça parte do vocabulário ativo dele e que ele tenha ouvido na televisão ou lido alguma vez e a tenha confundido com procedência, também "chique" e, ao querer falar bonito, se tenha embananado todo. Parecia até que ele queria chegar até a origem do problema e não resolver as suas ramificações.

Sunday, March 16, 2008

Pão-dura

Apesar de os dicionários dizerem que pão-duro é substantivo comum-de-dois, é cada vez mais freqüente encontrar pão-dura para aplicar-se a mulheres, o que é compreensível, porque o falante tem em mente o sexo da pessoa e não o gênero da palavra pão. Só no Google há 5030 ocorrências. É interessante notar que alguns desses casos se referem exatamente à correção de dita expressão. Também é importar frisar que pão-duro no significado de sovina se deve escrever com hífen para distingui-lo de pão duro, em que o pão, alimento, é de fato duro. Recorre-se amiúde ao hífen para a composição de palavras em que os elementos já não guardam seu significado denotativo.

Thursday, March 6, 2008

Vista verde

Faz uns dias ao corrigir o informativo mensal da escola na qual trabalho, percebi a seguinte frase: dia 17 de março - Saint Patrick's Day (dia de São Patrício) (vista verde se possível). A primeira imagem que me veio à mente é de alguém que pusesse lentes de contato verdes para celebrar o dia desse santo, conhecido pela profusão da cor verde, cor símbolo da Irlanda. Mas é claro que o que queriam dizer é que seria interessante se professores, alunos e funcionários viessem de verde à escola. De qualquer forma, achei por bem mudar a formulação da frase e optei por trajar verde, algo que dá cabida a menos ambigüidade (depois de me passar pela cabeça traje verde, mas aí traje também se poderia interpretar como substantivo, traje = roupa, e não como imperativo, que era a minha intenção).

A possível confusão dá-se por vista (olho) e vista (do verbo vestir) serem parônimas - parecidas quanto à forma ou à pronúncia, mas diferentes quanto à significação, o que se pode ver também em cobra (do verbo cobrar) e cobra (serpente).

Sunday, March 2, 2008

monensina

Apesar de monensina ser escrito com s, os profissionais de zootecnia que conheço inzistem em pronunciá-lo com z. Será que eles não penzam na hora que falam?