Neste artigo da Época aparecem as formas Bahrein e bareinita, nada uniformes. O dicionário Houaiss 2009 registra bareinita e define-o como alguém natural de Barein, sem h. Mas essa grafa é de fato portuguesa, terminada com n? Só me ocorrem poucas palavras paroxítonas em português com n no final: pólen, hífen, abdômen (ou abdome), próton, nêutron, elétron (os portugueses preferem protão, neutrão e eletrão (depois do Acordo Ortográfico)/electrão(antes do AO). Rigorosamente, a grafia apresentada do país leva-nos a ler Barein com acento no i, não? Mas pelo que me consta, a pronúncia corrente é Barém. Interessante que o mesmo dicionário dá como variantes de bareinista baremês e baremense, o que, na minha opinião, legitimaria a forma plenamente aportuguesada Barém. Vejo que já escreveram algo semelhante na Wikipédia: Em português, a grafia mais tradicional para o nome do país , encontrada já em Os Lusíadas de Luís de Camões19 . Em português, a grafia mais tradicional para o nome do país é Barém10 11 12 13 14 15 16 , encontrada já em Os Lusíadas de Luís de Camões19 . No Brasil, é atualmente mais difundida a forma homófona Barein17 2 11 15 (homófona à forma tradicional portuguesa, porém calcada nas transliterações francesa - Bahrain ou Bahrayn - ou inglesa - Bahreyn ou Bahrein - do topônimo).
Tenho um reparo quanto ao que se diz, que no Brasil é mais difundida a forma Barein. Não foi esse o o resultado duma pesquisa no site da Folha. Nele se vê que Bahrein, com h, aparece 1953 vezes, já Barein, sem h, 271 vezes e Barém, nenhuma vez. Neste jornal português, Bahrein aparece 931 vezes, Barein 3 vezes e Barém 7 vezes.
Word of the Day
beatitude | |
Definition: | Supreme blessedness or happiness. |
Synonyms: | blessedness, beatification |
Free content
provided by The Free Dictionary
Saturday, July 11, 2015
Tuesday, July 7, 2015
São nos braços que estão sua marca
Tenho encontrado vários erros na BBC Brasil. Esta matéria é assinada por alguém de nome inglês. É possível que a formulação tenha saído das teclas do tradutor, então.
E são nos braços que estão sua marca: as tatuagens. Imagens coloridas, cheias de detalhes.
E é nos braços que está sua marca... Braços não é sujeito, é advérbio de lugar aí, o verbo não concorda com ele. O sujeito é marca, portanto não estão, está. Quem sabe alguém da BBC Brasil vê estes meus mal traçados comentários e pressiona o tradutor, revisor ou redator para tomar mais cuidado. Sei que com a correria típica da internet, não se pode esperar muito, mas na minha opinião tal profusão de erros é inaceitável, ainda mais de uma instituição séria como é a BBC. Na versão em inglês (admito, não a leio muito), raramente acontece o mesmo.
E são nos braços que estão sua marca: as tatuagens. Imagens coloridas, cheias de detalhes.
E é nos braços que está sua marca... Braços não é sujeito, é advérbio de lugar aí, o verbo não concorda com ele. O sujeito é marca, portanto não estão, está. Quem sabe alguém da BBC Brasil vê estes meus mal traçados comentários e pressiona o tradutor, revisor ou redator para tomar mais cuidado. Sei que com a correria típica da internet, não se pode esperar muito, mas na minha opinião tal profusão de erros é inaceitável, ainda mais de uma instituição séria como é a BBC. Na versão em inglês (admito, não a leio muito), raramente acontece o mesmo.
Saturday, July 4, 2015
Gênero de dracma
Hoje, num artigo da BBC Brasil, vi a palavra com o gênero masculino, que muito me surpreendeu. Eu a usaria no feminino, mas como não tinha certeza, resolvi verificar, e o dicionário Houaiss deu-me razão:
n substantivo feminino
1 Rubrica: metrologia.
antiga medida de peso para metais e peças preciosas
2 Rubrica: metrologia.
a oitava parte da onça ('peso antigo') equivalente a 28,691 g
3 Rubrica: metrologia.
qualquer de várias unidades de peso da Grécia antiga, esp. a equivalente a 0,00325 kg
4 Rubrica: metrologia.
qualquer de diversas unidades modernas de peso, adotadas em diferentes países, e equivalente a 3,88879346 g
5 Rubrica: numismática.
moeda de prata da Grécia antiga, no valor de seis óbolos
6 Rubrica: economia.
meio através do qual eram efetuadas transações monetárias na Grécia (substituído pelo euro, ver)
6.1 Derivação: por extensão de sentido.
a cédula e a moeda (divisíveis em cem unidades menores, denominadas leptae) us. nessas transações
Não sei se é feminina ou masculina na boca dos brasileiros e na mídia do nosso país varonil, já que há seis anos estou ausente dele e durante os 28 anos que nele vivi nunca tive muitas oportunidades de falar com ninguém sobre a moeda grega, mas uma rápida pesquisa na Folha de São Paulo revela que o uso do gênero masculino não é nada pontual. De 56 resultados, contei 28 ocorrências no gênero masculino, ou seja, a metade! É possível que muitos lhe atribuam o gênero masculino por analogia com palavras em -ma como problema, esquema, estratatagema, teorema, lexema, etc., todas masculinas e todas de origem grega, mas estas palavras, neutras na língua de origem, seguem a declinação -a, atos, já dracma é substantivo feminino da declinação -e, -es. Em Portugal, que está muito mais perto da Grécia que o Brasil, a tendência no uso do masculino é ainda maior, consoante o que se lê, pelo menos, na primeira página deste jornal, onde a moeda aparece 113 vezes.
Em italiano tanto o uso quanto a norma apontam para a mesma direção: é substantivo feminino, sem discussão. Talvez os italianos, pela maior proximidade geográfica e por viagens frequentes ao país, estejam mais acostumados à moeda e por isso não titubeiam.
Já em espanhol tal incerteza parece ter-se institucionalizado de tal forma que o dicionário da RAE lhe dá gênero ambíguo, ou seja, o verbete pode ser tanto masculino quanto feminino. No entanto, atentando ao uso, parece que se prefere a forma masculina, a julgar pelos resultados deste jornal espanhol e deste argentino.
O tcheco, que é tão cioso das palavras de origem grega e as declina de forma semelhante à original (ver, por exemplo, a declinação de dilema), diz sempre ta drachma (feminino), plural ty drachmy, nunca to drachma, que seria neutro e cujo plural seria ta drachmata.
n substantivo feminino
1 Rubrica: metrologia.
antiga medida de peso para metais e peças preciosas
2 Rubrica: metrologia.
a oitava parte da onça ('peso antigo') equivalente a 28,691 g
3 Rubrica: metrologia.
qualquer de várias unidades de peso da Grécia antiga, esp. a equivalente a 0,00325 kg
4 Rubrica: metrologia.
qualquer de diversas unidades modernas de peso, adotadas em diferentes países, e equivalente a 3,88879346 g
5 Rubrica: numismática.
moeda de prata da Grécia antiga, no valor de seis óbolos
6 Rubrica: economia.
meio através do qual eram efetuadas transações monetárias na Grécia (substituído pelo euro, ver)
6.1 Derivação: por extensão de sentido.
a cédula e a moeda (divisíveis em cem unidades menores, denominadas leptae) us. nessas transações
Não sei se é feminina ou masculina na boca dos brasileiros e na mídia do nosso país varonil, já que há seis anos estou ausente dele e durante os 28 anos que nele vivi nunca tive muitas oportunidades de falar com ninguém sobre a moeda grega, mas uma rápida pesquisa na Folha de São Paulo revela que o uso do gênero masculino não é nada pontual. De 56 resultados, contei 28 ocorrências no gênero masculino, ou seja, a metade! É possível que muitos lhe atribuam o gênero masculino por analogia com palavras em -ma como problema, esquema, estratatagema, teorema, lexema, etc., todas masculinas e todas de origem grega, mas estas palavras, neutras na língua de origem, seguem a declinação -a, atos, já dracma é substantivo feminino da declinação -e, -es. Em Portugal, que está muito mais perto da Grécia que o Brasil, a tendência no uso do masculino é ainda maior, consoante o que se lê, pelo menos, na primeira página deste jornal, onde a moeda aparece 113 vezes.
Em italiano tanto o uso quanto a norma apontam para a mesma direção: é substantivo feminino, sem discussão. Talvez os italianos, pela maior proximidade geográfica e por viagens frequentes ao país, estejam mais acostumados à moeda e por isso não titubeiam.
Já em espanhol tal incerteza parece ter-se institucionalizado de tal forma que o dicionário da RAE lhe dá gênero ambíguo, ou seja, o verbete pode ser tanto masculino quanto feminino. No entanto, atentando ao uso, parece que se prefere a forma masculina, a julgar pelos resultados deste jornal espanhol e deste argentino.
O tcheco, que é tão cioso das palavras de origem grega e as declina de forma semelhante à original (ver, por exemplo, a declinação de dilema), diz sempre ta drachma (feminino), plural ty drachmy, nunca to drachma, que seria neutro e cujo plural seria ta drachmata.
Subscribe to:
Posts (Atom)