Word of the Day

Sunday, October 30, 2011

Gastrimargia

Extraído de As Esganadas: O título da carta apostólica é: Gula. Indulgentia de obesitate. No texto, o Sumo Pontífice explica que a gula, ou gastrimargia, não deve mais ser considerada pecado.

Procurei gastrimargia em várias dicionários de português e não encontrei. Encontrei isto na Wikipédia: Desde una perspectiva religiosa a la melancolía se la categorizó como "demonio", entendido como tentación o pecado, pasando a denominarse acedia o apátheia (desidia, apatía).19 Los ocho pecados capitales eran la gastrimargia, la fornicatio, la philargyria, la tristitia, la cenodoxia (esta fue eliminada por Tomás de Aquino, quedando para el acervo popular los siete pecados capitales), la ira, la superbia y la acedia o taedium cordis (desidia, sutilmente diferente de la tristeza o de la pereza), que parece indicar que o termo era usado em latim, de claros moldes gregos. Gastér, genitivo, gastrós, significa ventre, estômago, e márgos é insolente, impudico, louco, desregrado, glutão.

Friday, October 28, 2011

Colocação pronominal de suposto personagem português de As Esganadas

Dialect fail in books: http://separatedbyacommonlanguage.blogspot.com/2011/05/dialect-fail-in-books-your-help.html

Como atesta o link acima, muitas vezes o autor de determinado país não consegue reproduzir bem diálogos travados em outros países ou até mesmo noutras regiões onde se fala a mesma língua. No livro As Esganadas há vários exemplos de deslizes nesse quesito, no caso específico deste post quanto à colocação pronominal praticada por um português, que vive há algum tempo no Rio de Janeiro. Nele aparece a visão exagerada de vários brasileiros, que os portugueses sempre colocam os pronomes depois do verbo, o que não é verdade.

Por uma feliz coincidência, antes de vir pro Brasil e tornar-se empresário de sucesso, este vosso criado era inspector de polícia em Lisboa. Se a modéstia não impedisse-me de dizê-lo, acrescentaria que meu talento dedutivo ajudou a elucidar uma série de crimes em Portugal... Depois que morreu-me o tio, expandi os negócios...

E o mais interessante no fim da conversa entre o português e o delegado de polícia brasileiro, quando aquele se vai, é o comentário:

Por enquanto, só acho mesmo que ele coloca muito bem os pronomes.

O que poderia ser sinal da influência brasileira sobre o português, ou então outro deslize do autor:
Não é nada disso, por favor, me desculpem.

Mais um exemplo:
Estou cá a pensar no perpetrador e se pode estimar, por exemplo, que trata-se de um músico frustrado.

Note-se que todas as marcações em negrito constituem colocações inadequadas, em qualquer variedade do português.

Monday, October 17, 2011

Veran...?

Acabei de me dar conta de que há uma lacuna na língua portuguesa, conclusão a que cheguei comparando com o espanhol veraniego, adjetivo referente a verão. Se para primavera e inverno há dois pares, primaveral e primaveril, invernal e hibernal, e para outono temos outonal, o que temos para verão? Pois é, não temos nada com essa raiz. Mas felizmente podemos recorrer a estival.

Saturday, October 15, 2011

Negrinho

Ontem aprendi que no Rio Grande do Sul se chama negrinho ao que nunca imaginei que pudesse ter outro nome, por ser quase como uma marca registrada brasileira: o brigadeiro! Mas eles pelo menos têm consciência do atentado que cometem ao pobre doce traduzindo para brigadeiro na presença de seres não gaúchos, como eu.

Thursday, October 13, 2011

Y and B in Cyrillic

I've been toying with a crazy theory. Since the Cyrillic alphabet was based on Greek, the pronunciation of Cyrillic Y as oo may have been inspired by the Classical Greek pronunciation, which scholars believe to have been like French u or German ü. This sound is somewhat between ee and oo, with speakers of languages devoid of it sometimes hearing ee, sometimes hearing oo, and that's how it got into Cyrillic and the Slavic languages that use it, which have no need for the ü sound. Then the Y was lower-cased to y. A similar phenomenon may have affected Greek B, which was purportedly pronounced b in the classical period, but has evolved into a v sound in Modern Greek. Cyrillic B is pronounced v, which possibly suggests that betacism was already under way when B was adopted in the Cyrillic alphabet.

Sunday, October 9, 2011

Rousseff é melhor que Rousev?

A presidente Dilma Rousseff visitou o túmulo do irmão Luben Roussev em Sófia, capital da Bulgária, nesta quinta-feira (6). Luben morreu em 2007, e Dilma não chegou a conhecê-lo. Dilma é filha do búlgaro Pedro Rousev, que mais tarde modificou seu sobrenome no Brasil para facilitar a pronúncia.

Como mudar de Rousev para Rousseff pode facilitar a pronúncia? O nome é originalmente escrito em alfabeto cirílico, Русев, que, ao ser transliterado, dá Rusev. O r é como na palavra para, a letra c equivale ao ss da palavra nosso, o v, por aparecer no final, é pronunciado f, propriedade de todas as consoantes sonoras. Ajudaria mesmo se tivesse mudado para Russef, sem esse ou no meio, que parece francês, e sem esse ff no final, que lembra a transliteração alemã.

Outro dado curioso que poucos brasileiros devem saber é que se Dilma tivesse nascido na Bulgária, não seria Rousseff, mas Russeva, por ser mulher, ou melhor, Русева.

Friday, October 7, 2011

OMFG in Czech

OMFG! 100 kraťasů za pouhých 250 Kč!
OMFG! 100 pairs of shorts for only 250 Kč (around 10 euros or 13 American dollars on this day)!

Funny how English abbreviations can penetrate other languages. I’m sure that 90% of Czechs who read this, though, have no idea that OMFG means Oh my fucking God, and that it expresses utter surprise. It’s okay to use it in English (I guess), but to use it in other languages and to risk not being understood is not okay.

Tuesday, October 4, 2011

Chiptuning

There is a second-hand car dealership here where you can see chiptuning written vertically on a pole with the c next to the h. Why is that? Because Czech ch is a digraph and has its own place in dictionaries, right after the h. Why after the h? I guess because they have similar sounds, but ch is more throaty. But interestingly, chiptuning is not a Czech word, so the h should be below the c, not next to it.

Saturday, October 1, 2011

Quarter

Funny how some languages have taken a word from their ordinal number meaning fourth, quarter, and changed into something to mean a quarter (there you go again), a district, a neighborhood. We thus find quarter in English, quartier in Franch, quartiere in Italian, Viertel in German, čtvrť in Czech, štvrť in Slovak, negyed in Hungarian, cartier in Romanian. Portugueses has quarteirão, which, surprise of all surprises, means block, as in to walk so many blocks to get somewhere.