Word of the Day

Saturday, January 31, 2009

Matar o bicho

Recentemente me lembrei da minha querida avó, já falecida, quando descobri que em francês há a expressão boire un coup de gnôle pour tuer le ver (beber um gole de conhaque para matar o verme, mas significa mais propriamente consumir bebida alcoólica em jejum). Minha avó dizia matar o bicho para se referir a tomar bebida alcoólica, talvez porque o álcool fosse forte o suficiente para matar um possível verme que houvesse nas entranhas de alguém. Ela é a única pessoa em toda a minha vida que conheci que usava tal expressão, e ver agora algo tão parecido em francês faz-me pensar que a minha avó não estava sozinha.

Friday, January 30, 2009

Preposition and case

Here's an interesting sentence: Při akutním onemocnění včetně nachlazení, rýmě, oparu na rtu apod. nebo z jiných důvodů, které nedovolí uskutečnit plánovaný výkon, nám laskavě tuto skutečnost sdělte na XXX.

The preposition včetně always requires the genitive, but here you have the word in bold in the dative or locative. I guess such an error arose owing to the preposition při at the beginning of the sentence, which does need locative, but that preposition modifies only akutním onemocněním and not the rest of the sentence. What also surprises me a little is how a preposition in such a distance can still influence a term that it doesn't refer to. It could also be argued that the fact that both nachlazení and opar have the same ending in the dative, genitive and locative could have played a role here, but this is something of which I'm still not certain.

Tuesday, January 27, 2009

Monday, January 26, 2009

Alofone e alófono

Não confunda alofone com alófono. Alofone significa 1. Cada manifestação de um mesmo fonema no contexto fonético em que se acha (p.ex., na pronúncia carioca, o fonema d tem um alofone na palavra dedo e outro em dia) 2. Cada variante de um fonema, caracterizada esp. por fatores sociais, geográficos etc. E alófono é 1. Ling. Aquele cuja língua não é a da comunidade em que se acha.

O interessante é que outras línguas não tratam estas duas palavras da mesma maneira. Em espanhol, por exemplo, existe uma só:(De alo- y ‒́fono).1. adj. Que habla una lengua diferente.2. m. Fon. Cada una de las variantes que se dan en la pronunciación de un mismo fonema, según la posición de este en la palabra o sílaba, según el carácter de los fonemas vecinos, etc.; p. ej., la b oclusiva de tumbo y la fricativa de tubo son alófonos del fonema /b/.

Em italiano há allofone com este significado: s. m. (ling.) variante fonematica e alloglotto como alguém que fala outra língua (o mesmo em francês: allophone e alloglotte).

Em romeno alofon: (Fon.) Variantă poziţională a unui fonem.

Em inglês: Linguistics A predictable phonetic variant of a phoneme. For example, the aspirated t of top, the unaspirated t of stop, and the tt (pronounced as a flap) of batter are allophones of the English phoneme /t/. or
Allophone Canadian A person whose native language is other than French or English.

Sunday, January 25, 2009

Um casal de piolhos se amavam

Acabei de ler: Um casal de piolhos se amavam muito e tiveram diversos filhotes. Qual e o nome do filme ? 'Lêndeas da Paixão'. A maioria das gramáticas cita(m) expressões partitivas (a maioria de, grande parte de, metade de, o resto de, etc.) seguidas de substantivo no plural como casos em que é facultativo o uso do singular concordando com o sujeito gramatical ou do plural concordando com o sujeito nocional ou real (o que também se conhece pelo belo nome em latim de constructio ad sensum). Lembro-me de ter visto apenas uma gramática que mencionava a concordância de coletivos e dizia que estes mormente se constroem com verbos no singular (a manada prosseguiu viagem), mas que pode aparecer verbo no plural se depois do coletivo seguir de + substantivo plural (caso análogo ao das expressões partitivas): uma manada de elefantes prosseguiu/prosseguiram viagem, com a ressalva de o verbo no plural ser muito mais raro. É exatamente isso o que acontece com Um casal de piolhos se amavam muito. Talvez o que aqui favoreceu o uso do plural tenha sido também a presença do pronome se, que, como pronome reflexivo, mais propriamente recíproco, já que A ama a B, que ama a A, implica maior pluralidade, já que reciprocidade só existe quando há pluralidade.

Monday, January 19, 2009

Generi

Questo non è un testo sul rapporto fra me e mia suocera, anzi voglio parlare sui generi grammaticali, concretamente su un caso del libro che sto leggendo, L'insostenibile leggerezza dell'essere, di Milan Kundera.

Nel libro si parla di una cagnolina che la coppia Tomáš e Tereza adottarono affinché Tereza si sentisse meno sola: ... alla fine si decise, scelse una femmina... Lo portò a Tereza. Lei alzò il cagnolino, se lo strinse al petto e quello le bagnò subito la camicetta... Propose di chiamare il cucciolo Tolstoj. Non può chiamarsi Tolstoj, obiettò Tereza, è una femminuccia. Può chiamarsi Anna Karenina. Non si può chiamare Anna Karenina, nessuna donna può avere un musetto buffo come questo...

Cinquanta pagine dopo si legge, parlando della cagna: Era l'orologio della loro vita. Nei momenti di sconforto, Tereza si diceva che doveva resistere per lui, perché lui era più debole di lei...

Com'è che il traduttore usa il maschile dopo essersi riferito a una femmina? Una mancanza di attenzione? Ma nello stesso paragrafo? O forse si è lasciato ingannare dall'originale ceco, in cui molto probabilmente compare la parola pes, di genere maschile, ma che si può riferire egualmente a maschi e femmine?'

Sunday, January 18, 2009

Rimose

I learned the word rimose today and I thought that Romance languages should have something similar since the word comes from Latin rimosus. Strangely Portuguese is the only language that has kept the root, but there's no trace of it in Spanish, Italian, French or Romanian, at least in the dictionaries that I've checked: http://dexonline.ro/, www.rae.es, http://clave.librosvivos.net/, www.garzantilinguistica.it and http://www.demauroparavia.it/cerca and http://www.lexilogos.com/francais_langue_dictionnaires.htm. I don't want to consider whether this word is found on Google Spanish, Romanian, French or Italian pages. To me it suffices for now to know that dictionaries don't record it, which may be symptomatic of its scarse use. I often wonder what happens to a word when it survives in a language but doesn't in other related ones. Why did people stop using it?

Thursday, January 15, 2009

Hypnabilnější

So, this is the answer given by a doctor in a recent issue of Reflex, great magazine by the way, to whether hypnosis can be dangerous to people in the middle of the operation: Ještě jsem se nimi nesetkala. Obecně platí, že někteří lidé jsou hypnabilnější, jiní zase méně. (Translation: I haven't yet met them. Some people are generally more hypnotizable - I've checked this word and it IS in the dictionary - than others.)

What's my problem with hypnabilnější besides its ugliness? I'd say it's badly formed. The ejší at the end of the adjective tells me it's an adjective in the superlative whose normal form would be hypnabilní, which does come up on Google a hundred times (142 times on Czech pages to be more exact). The abilní part is modeled on Romance - ável in Portuguese, abile in Italian, able in Spanish and French -, the latter taken by English. Hypnos is a word of Greek origin meaning sleep, which would give us a hybrid. No intrinsic problem with hybrids: television is still around and will probably still be for a while, but...

Able (and related forms) is a suffix added to verbal forms: hypnotizable (from hypnotize), doable (from do - another hybrid, this time Germanic and Latin), comprehensible (from comprehend), but the hypna in the Czech word is not a verb. The Czech verb is hypnotizovat, which, with the Latin suffix, would become the dreadful hypnotizovabilní (no hits on Google). Using the Czech counterpart of able - telný, as in nezpochybnitelný (indubitable), uskutečnitelný (feasible), ospravedlnitelný (justifiable), ovlivnitelný (susceptible), we'd get hypnotizovatelný (131 occurrences on Google), a better formed word than the motive of this entry. Nevertheless, since all words that I've put forth in this post are so hideous - at least to me -, why not use something like ovlivnitelnější hypnózou or více podléhající hypnóze (more susceptible to hypnosis) or even lidé, které se snadněji hypnotizují (people who are more easily hypnotized), good standard words that everybody understands?

Wednesday, January 14, 2009

Fundibulário

O grande Saramago recentemente me ensinou esta palavra, que se refere a alguém que usa a funda como arma. Eis o trecho em que encontrei a palavra: Sim, de facto não parecia uma pistola, não tinha cano, não tinha coronha, não tinha gatilho, não tinha cartuchos, o que tinha era duas cordas finas e resistentes atadas pelas pontas a um pequeno pedaço de couro flexível no côncavo do qual a mão experta de David colocaria a pedra que, à distância, foi lançada, veloz e poderosa como uma bala, contra a cabeça de Golias, e o derrubou, deixando-o à mercê do fio da sua própria espada, já empunhada pelo destro fundibulário.

Tuesday, January 13, 2009

Spelling mistakes when speaking

This is a gem I found while reading the Czech newspaper Dnes about bushisms: „Obama porušil prezidentské tradice z posledních osmi let, neboť ve svém nedávném obsáhlém rozhovoru mluvil v celých větách a bez pravopisných chyb,“ komentoval to kousavě list Peoria Journal Star z Obamova domovského státu Illinois.

Translation: Obama broke the presidential tradition of the last eight years, as he spoke at length in his recent interview in whole sentences and without spelling mistakes.

My question is: how do you make spelling mistakes when you speak? I don't know if this was a bad translation into Czech or if those were the actual words used as I can't find anything on the Internet, but spelling mistakes in speech are something new to me.

Friday, January 9, 2009

Gandaiar

I've always envied English for having the word scavenge meaning to look around in the garbage and always thought that we Portuguese speakers didn't have a word for the activity, even though scavengers unfortunately aren't few in Brazil. I've mentioned my fondness for concise words before. Yesterday, while reading an article about the Spanish word gandalla, I found out we do have a verb, gandaiar, which reminds me of my mom and how she often said the noun gandaia to mean partying, a night out.

There's also that famous poem by Manuel Bandeira, o Bicho, which talks about a man scavenging in the trash to the surprise of the narrator, who thought for a long while it was an animal. It's a pity that the poem didn't introduce me to gandaiar.

Thursday, January 8, 2009

Linguistician

I keep seeing this word in the book I'm reading, Small World by David Lodge. He never uses linguist, only linguistician. I thought it was a made-up word that was supposed to be pejorative, as he's a very ironic author, but I just found out it does exist and means linguist followed by the number 2, as Merriam Webster puts is, which is someone who works with linguistics. Maybe David Lodge differentiates a linguistician from a linguist, as the latter can also mean someone who speaks many languages (I don't like this usage, though, even though it is in the dictonary, I prefer the terms polyglot and multilingual, alongside colloquial equivalents).